quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Revitalização do Centro de Turismo, em Aracaju











Fotos: André Moreira/ASN

Trecho extraído de publicação original no site Agência SE, de 24 de Janeiro de 2018 

Reforma do Centro de Turismo será entregue dia 1° de fevereiro

O projeto de reforma preserva a arquitetura neoclássica da edificação, adicionando elementos que possam garantir a segurança, o conforto e a acessibilidade dos frequentadores.

Falta pouco para que os sergipanos possam conhecer as novas instalações do Centro de Turismo, ponto de visitação localizado na Praça Olímpio Campos, no coração de Aracaju. A obra de reforma e revitalização será inaugurada no dia 1° de fevereiro, beneficiando, além dos frequentadores e turistas, os 28 lojistas e artesãos que trabalham no local. A iniciativa é do governo de Sergipe através da Secretaria de Estado do Turismo.

O prédio histórico em que hoje se localiza o Centro de Turismo, que remonta ao início do século XX, abrigava a tradicional Escola Normal. O projeto de reforma preserva a arquitetura neoclássica da edificação, adicionando elementos que possam garantir a segurança, o conforto e a acessibilidade dos frequentadores.

A reforma compreende o Centro de Comercialização, o Museu do Artesanato e o Centro de Informações Turísticas. O imóvel, tombado pelo patrimônio histórico do Estado, foi amplamente restaurado e está recebendo os últimos retoques para a inauguração. A obra de recuperação está sendo realizada com recursos da ordem de R$ 1,345 milhão, originários do Prodetur.

Para o comerciante Esmael Feitosa Rocha, que completa 74 anos no dia 2 de fevereiro, sendo 21 deles dedicados ao Centro de Turismo, a inauguração das novas instalações será um presente de aniversário antecipado. “Estava precisando, e muito. Para se ter uma ideia, desde 2002 que foi feito um projeto para reformar isso aqui. Foi uma longa história, por questões políticas, administrativas e financeiras, e somente agora é que está se concluindo a obra da reforma. Acredito que a gente deve receber um número maior de turistas agora, e turistas não só de outras cidades, estados e países, mas gente aqui de Aracaju também. Vai ser um presente de aniversário”, afirma.

A comerciante Josefa Oliveira da Silva, conhecida como Detinha, também se diz satisfeita com a reforma do Centro de Turismo. Aos 73 anos, ela vende artesanato no local há 40, desde que o espaço foi transformado em área de comércio. Sua história e a de sua família estão vinculadas ao local, como atesta a filha da artesã, Nara Regina Oliveira Cardoso, de 35 anos.

“É difícil não ter boas coisas para dizer, porque foi uma vida bem vivida aqui. Quando vim trabalhar aqui, nem sonhava em ter minha filha. Se eu estou aqui, é porque gosto. Já atendi muita gente de fora aqui, até artistas. Esta é a terceira reforma, assisti todas. E estava precisando mesmo, principalmente para cadeirantes. A gente espera que melhore as vendas e o movimento”, comenta dona Detinha.

Para o secretário de Estado do Turismo, Fábio Henrique, a reforma tem valor de resgate do patrimônio cultural de Sergipe. “É aqui onde se encontra todo o artesanato produzido em Sergipe, a exemplo da renda irlandesa e de tantos outros objetos que representam nossa cultura. É aqui que o turista vem. É importante que ele seja bem atendido, num local agradável e acolhedor”, frisou.

Intervenções

Segundo o arquiteto e coordenador operacional do Prodetur, Rafael Domingues Corona, todo o projeto de reforma do Centro de Turismo foi pensado de forma a manter o valor histórico da edificação. Ele lista algumas das intervenções feitas durante o processo de revitalização.

“Fizemos a individualização elétrica de todos os boxes e reformamos a fachada e as laterais do prédio, incluindo pintura e troca de vidros e esquadrias. Trocamos as luminárias e fizemos a iluminação total para que a fachada do prédio fique iluminada à noite. Fizemos também a reforma do palco, a parte de drenagem e esgotamento e reformamos os banheiros. Outra novidade é a acessibilidade total. O Centro de Turismo é agora um dos poucos prédios do Estado cem por cento acessível. Até mesmo o palco, que antes tinha escadas, agora terá rampas”, informa.

Rafael destaca que todas as intervenções foram feitas sem que as atividades no prédio fossem suspensas, o que exigiu ainda mais empenho e conhecimento técnico da equipe da obra. Até a inauguração, deve chegar ao espaço a nova cobertura tensionada do palco e do pátio central. “A cobertura tensionada é fabricada fora de Sergipe. É um desenho moderno, que vai valorizar o espaço, muito diferente dos antigos toldos. É através dela que o Centro de Turismo e a Rua do Turista serão interligados”, esclarece.

O coordenador salienta que a reforma possibilitou a reabertura do Museu do Artesanato, que permanecia fechado pelo fato de sua estrutura ter sido comprometida por infiltrações. Para tanto, as cúpulas foram renovadas. Após a inauguração e em parceira com a Secretaria de Estado da Cultura, uma das laterais do prédio será disponibilizada para intervenções artísticas em grafitti. 

História

O prédio em que hoje se situa o Centro de Turismo foi inaugurado em 15 de agosto de 1911, no mandato de José Rodrigues da Costa Dórea como presidente da Província. O local abrigou a antiga Escola Normal, ficando ocioso quando da transferência da instituição para o Instituto de Educação Rui Barbosa.

Em 1966, o prédio começou a funcionar como Faculdade de Odontologia. Dez anos depois, a edificação foi passada à responsabilidade do governo do Estado, já que até então era de domínio do governo Federal. No ano seguinte, após a reforma das salas de aula para adequação dos boxes, o local tornou-se um centro de artesanato. Em 6 de janeiro de 1984, o prédio foi tombado como patrimônio histórico...

Trecho reproduzido do site: agencia.se.gov.br

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Bricelets, uma tradição gastronômica secular

Foto: Ascom/Prefeitura de São Cristóvão

Bricelets, uma tradição gastronômica secular

Com a extinção das ordens religiosas (1834), a culinária realizada pelas freiras foi um fator fundamental e contribuiu de modo significativo para a sobrevivência econômica dos conventos. Fundada no inicio do século XVII em Sergipe Del Rey, a Santa Casa de Misericórdia entrou em decadência no século XIX sendo ocupada pelo Lar Imaculada Conceição a partir de 1911 com relevantes serviços à comunidade carente da cidade. Neste contexto os biscoitos finos com massa bem leve e sabor de laranja, conhecido como “bricelets” rompeu a fronteira invisível entre a questão econômica, de ajudar a manter a ordem religiosa, e passou a consolidar-se como um elemento que representa tanto a doçaria da cidade (rica e diversa), quanto à quarta cidade mais antiga do Brasil.

A irmã Maria de Lourdes Rodrigues da congregação das irmãs missionárias da Imaculada Conceição, confidenciou como os saborosos e delicados biscoitinhos são feito, e contou um pouco da história da produção. “Nós éramos irmãs missionárias que, diante da necessidade de manter os trabalhos da ordem, aprendemos com as irmãs beneditinas vindas da Suíça para o Convento do Carmo, a produção dos bricelets. A confecção demanda paciência, dedicação e muita concentração. É um processo artesanal muito bonito e delicado. Feitos em uma chapa quente, de forma individual. Na receita: leite, farinha de trigo, ovos e açúcar, nós ainda acrescentamos o suco de laranja e a raspa de limão”, confidenciou a irmã

As irmãs do lar imaculada Conceição não são mais as responsáveis pelos delicados biscoitinhos que desmancham na boca, a produção está a cargo dos antigos funcionários do Lar Imaculada (onde hoje funciona a sede administrativa do município de São Cristóvão). “Diante de todas as dificuldades financeiras que vínhamos enfrentando, nós chegamos a conclusão que não era mais nossa a responsabilidade em manter as crianças no orfanato. O que precisávamos era desenvolver junto aos poderes governamentais um trabalho para que estas crianças pudessem ser inseridas na comunidade. E então repassamos o conhecimento da confecção dos bricelets para os funcionários que nos ajudavam”, falou a irmã Lourdes.

Produção

Um desses antigos funcionários, que assumiu a responsabilidade da produção e de manter a cultura dos “bricelets” na cidade de São Cristóvão se chama Sueli das Neves Matias de Jesus. Ela contou que o amor é a força motriz para continuar a produção dos biscoitos. “Agradecemos sempre a confiança que as irmãs depositaram em nós, e por ter nos incumbido a fazer com que levássemos adiante este trabalho. Fazemos com muito amor, com o intuito de agradar o paladar das pessoas e atrair cada vez mais turista para São Cristóvão. Nem sempre é fácil manter a produção, mas continuamos firmes no propósito de produzir os biscoitos que se tornaram marca registrada da cidade”, pontuou.

Atualmente, os ‘bricelets’ são comercializados num espaço que leva o seu nome, numa espécie de homenagem. A Casa dos Bricelets está localizada na rua Erundino Prado, nº 16, Centro Histórico, funcionando das 8h às 17h.

Texto e imagem reproduzidos do site: ajn1.com.br

Praça Fausto Cardoso, no centro da cidade de Aracaju

Fotos: Sílvio Rocha
Reproduzidas do site: aracaju.se.gov.br

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Anotações sobre os partidos políticos sergipanos


Texto publicado originalmente no site do Jornal da Cidade, em 09/01/2018

Anotações sobre os partidos políticos sergipanos

Afonso Nascimento Professor de Direito da UFS

Por: JornaldaCidade.Net

Este pequeno texto sobre os partidos políticos sergipanos reúne ideias extraídas e trabalhadas de obras de Ibarê Dantas e Terezinha Oliva sobre o assunto, bem como observações nossas anotadas aqui e ali ao longo de nossa vida acadêmica. Para início de conversa, queremos dizer que não pode existir democracia sem partidos políticos, mas que existem partidos sem democracia. Esse é bem o caso da vasta história dos partidos políticos sergipanos. Temos tido muitos partidos políticos na maior parte de nossa história, mas nossa experiência democrática é precária e deficiente e cobre apenas dois períodos, a saber, de 1946 a 1964 e de 1985 até o golpe de 2016.

Desde o século XIX, os sergipanos começaram a conviver com a noção de partidos políticos, os quais podemos classificá-los como partidos escravistas e monarquistas (as duas agremiações vigentes durante o Império) e partidos com e sem democracia, criados, extintos, incorporados e fundidos aos montões com o advento do trabalho livre e com o desenvolvimento da república (termo aqui oposto a monarquia) até hoje em dia. Em 2018, são mais de trinta partidos políticos em Sergipe para uma população de pouco mais de dois milhões e mais de um milhão e meio de eleitores. É muita oferta de partidos! Se eles correspondessem a correntes da opinião pública e de interesses da maioria da população da sociedade civil, até que seria bom. Mas que nada! Esses agrupamentos políticos não fazem a mediação entre a sociedade civil e o Estado em Sergipe. Esse é o seu problema crônico e, por conseguinte, como partidos querem dizer representação política só um pouco próxima da população, isso explica a dissociação e o fracasso entre partidos políticos e democracia em Sergipe.

Os partidos escravistas Conservador e Liberal foram impostos pelo Estado unitário monarquista. As províncias, como Sergipe, não tinham senão que adotá-los. Com emergência do Estado federal, as unidades federadas ganharam o direito de criar os seus próprios partidos, de forma descentralizada. Então ocorreu uma farra de partidos estaduais e Sergipe não ficou fora desse movimento que também revelava muita instabilidade política. Eis aqui a lista a nossa lista de partidos de 1888 até 1930: Partido Republicano, Partido Católico, Partido Nacional, Partido Democrata, Partido Republicano Democrata Sergipense. Partido Republicano Federal (Pebas e Cabaús), Partido Republicano Sergipense, Partido Constitucional Sergipano, Partido Progressista, Partido Republicano de Sergipe, Partido Republicano Conservador, Partido Republicano Conservador Sergipense, Reação Republicana, Partido Republicano de Sergipe, Coligação Sergipana e Aliança Liberal.

Nos quinze anos do regime autoritário de Vargas, novos partidos foram criados (União Republicana de Sergipe, Partido Social Progressista, Liberdade e Civismo, Partido Social Democrata de Sergipe, Aliança Proletária de Sergipe, Partido Republicano de Sergipe, Ação Integralista Brasileira e Aliança Nacional Libertadora), mas essa tentativa de vida partidária não poderia dar certo. Foi aí que Vargas, à maneira de Otto von Bismarck na Alemanha, transformou um Estado fragmentado e ingovernável num Estado Nacional, de cima para baixo, com mão de ferro. Quando foi deposto em 1945, surgiram os primeiros partidos políticos nacionais: Partido Trabalhista Brasileiro, Partido Social Democrata, União Democrática Nacional, Partido de Representação Popular, Partido Socialista Brasileiro, entre outros). Partidos com direção nacional, direção estadual e direção municipal. Tudo muito bem centralizado. Para concluir essa digressão histórica, acrescentaremos que Sergipe teve, como o Brasil, um “sistema” monopartidário (Partido Republicano Conservador de Sergipe – PRCS – na dita República Velha por algum tempo), dois sistemas bipartidários (Império e Ditadura Militar), sendo os demais cinco multipartidários.

Nada tem de surpreendente a afirmação de que as cúpulas partidárias sergipanas sempre estiveram sob o controle de pessoas oriundas das classes proprietárias e de setores médios a elas ligados. Quando ausentes do grupo das elites dirigentes dos partidos, as classes predominantes têm financiado e influenciam mandatos - o que torna sempre tênue a fronteira entre a economia e a política em Sergipe. É inegável que, com o “boom” de partidos políticos desde a década de 90 do século passado, houve uma certa popularização na composição social das cúpulas, bem como nos detentores de cargos eletivos e de cargos por nomeação. Não são poucos os partidos que, atualmente, são controlados por setores médios e populares em processo de mobilidade social. Isso parece resultar de regras eleitorais que incentivam a participação de puxadores de votos como radialistas, sindicalistas, pastores evangélicos, entre outros.

Além dessa natureza classista dos partidos políticos sergipanos historicamente pensados, autores já destacaram a forte presença de grupos familiares acoplados às estruturas partidárias. Estamos pensando nos artigos do jornalista Joel Silveira e notadamente do jurista Bonifácio Fortes. Essa característica familiar dos partidos políticos e da política existe em todo o Brasil, mas pesquisas mostram que isso acontece sobretudo no Nordeste.

Em relação às ideologias dos partidos sergipanos, esse é um assunto para quem se interessa por ficção científica. As exceções estão historicamente nas agremiações de direita (integralistas) e de esquerda (PCB, PTB, PT) e de extrema-esquerda (PSTU, novo PCB, PSOL, etc.). Os partidos vivem da competição eleitoral por votos, por mandatos, por cargos na máquina administrativa estatal e o que mais dela podem extrair. Eles têm sido, grosso modo, partidos catch all, ou seja, partidos que buscam votos não importando de que grupo, segmento e classe social venham. A baixa escolaridade e, desta derivada, a precária formação política apesar de quase dois séculos de vida partidária e a extrema dependência econômica da maioria de nossa população só fazem reforçar esse tipo de agremiação partidária.

Os nossos partidos políticos sergipanos têm sido institucionalmente frágeis, personalizados, com donos e com processos decisórios internos muito pouco ou não democráticos. É impressionante com as direções partidárias são trocadas com tanta facilidade com ou sem intervenção das cúpulas nacionais. O que será que preveem os estatutos desses partidos? Praticamente essas agremiações políticas só funcionam em períodos eleitorais com convenção, com assembleias, com seleção de candidatos, com prazos para desincompatibilização, etc. – como escreveu Bonifácio Fortes sobre os partidos sergipanos na década de 1960. Isso mudou um pouco, até por conta das demandas da Justiça Eleitoral. Em muitas cidades do interior, as sedes dos diretórios são as casas dos presidentes ou de lideranças municipais das legendas.

Embora os filiados sejam uma exigência legal, os partidos pouco precisam deles. Com efeito, não são os filiados que financiam as despesas dos partidos. Mais precisamente, são os contribuintes sergipanos e brasileiros – através do Estado Federal - que pagam as contas dos partidos (burocracia, etc.), os salários dos políticos, dos assessores individuais e nas casas legislativas as renúncias dos programas de TV e de rádio; e que, através dos partidos, distribuem, com critérios imprecisos, as verbas do Fundo Partidário (e a partir de 2018 do Fundo Eleitoral) entre candidatos. Uma beleza! Isso faz com que os partidos sejam instituições estatais e não da sociedade civil sergipana. A essa forma de financiamento soma-se aquela, mais tradicional, oriunda de doações individuais e doações empresariais. Estas últimas agora estão proibidas legalmente. Mas quem ou o que impedirá que o financiamento empresarial seja mantido nesse país continental com mais de cinco mil municípios e com uma cultura de pouca fiscalização e de baixa aplicação da lei?

Texto reproduzido do site do jornaldacidade.net

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Expansão do Shopping Riomar, Bairro Coroa do Meio, em Aracaju












Imagens retiradas do vídeo institucional exibido na inauguração da expansão
Fotos do Arquivo de Allan L.
Reproduzidas do site: skyscrapercity.com