sábado, 12 de fevereiro de 2022

A cidade sergipana terra da renda de agulha em lacê




Publicado originalmente no site CAIXA COLONIAL CLUB, em 24 de janeiro de 2017 


A cidade sergipana terra da renda de agulha em lacê 


Por Jeferson Jess  


A cidade de Divina Pastora, localizada no estado de Sergipe, tem como destaques a arquitetura de sua igreja matriz, construída no início do século XIX, a devoção a Nossa Senhora Divina Pastora e o seu artesanato de renda. O saber tradicional das rendas feitas à mão, resgatado pelas rendeiras, com base em tradições seculares da Europa, tornou a localidade conhecida como “terra da renda irlandesa”. 


História e tradição 


Esse tipo de renda foi introduzido em Divina Pastora, por volta do início do século XX, por Ana Rolemberg, integrante da alta aristocracia da época. Os Rolembergs constituíam uma família de senhores de engenho, com destaque na vida política e muitas fazendas espalhadas por todo o vale. Com a abolição da escravidão, os homens e mulheres livres, que ainda viviam à sombra dos antigos senhores, foram apreendendo a técnica rendeira. 


Produto 


A renda irlandesa é classificada como do tipo “renda de agulha”. É uma renda singular, de grande beleza, ressaltada pela textura e brilho. Os desenhos com relevos que se combinam de modo especial geram uma renda original e sofisticada. Apresenta características específicas, pelo uso do tipo cordão sedoso achatado, conhecido como lacê, através de pontos adaptados ou criados pelas artesãs. São listados diversos pontos, os quais são nomeados com formas análogas a animais e vegetais, como exemplo o pé-de-galinha, a aranhinha e o abacaxi. 


Benefícios 


O artesanato em renda irlandesa é responsável pela ascensão social de muitas mulheres que abandonaram o trabalho na roça para custearem os estudos a partir de sua produção e venda. Atualmente, 80 % da produção é comercializada para outros estados, principalmente Rio de Janeiro e São Paulo. 


No ano de 2000, A renda irlandesa ganhou o título de Patrimônio Cultural do Brasil, conferido pelo IPHAN. 


Texto e imagens reproduzidos caixacolonial.club 

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