sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Aracaju de Ontem

Antigo Cartão Postal da Avenida Ivo do Prado,
mais conhecida como Rua da Frente, em Aracaju.
Foto reproduzida do site: docplayer.com.br

Novo calçamento a paralelepípedos da rua Itabaiana, em Aracaju.
Arquivo: REVISTA Fon-Fon, n. 35 (1925).
Foto reproduzida do site: docplayer.com.br

Antigo Cartão Postal da Rua Santa Luzia, em Aracaju.
Foto reproduzida do site: docplayer.com.br

Antigo Cartão Postal da Praça Benjamin Constant, atual Parque Teófilo Dantas, 
em Aracaju (1921). (Acervo Fotográfico do Arquivo Público Municipal de Aracaju).
Foto reproduzida do site: docplayer.com.br

 Antigo 'coreto' na Praça Gal. Valadão, no marco zero da cidade de Aracaju. 
Destaque para o Palácio Serigy, obra do Arquiteto Harendtvon
Altenesch, (Fonte: SANTOS, 2011).
Foto reproduzida do site: docplayer.com.br

Vista geral do Hospital de Cirurgia, em Aracaju.
Arquivo: REVISTA Fon-Fon, n. 35, 1925
Foto reproduzida do site: docplayer.com.br

Igreja de São Salvador, na rua Laranjeiras, em Aracaju

Arquivo: REVISTA Fon-Fon, n. 35, 1925
Foto reproduzida do site: docplayer.com.br

Rio Sergipe, banhando a cidade de Aracaju

Foto: Rui Rezende.
Reproduzida do site: nacoesunidas.org

Passarela na Orla de Atalaia, em Aracaju

Foto reproduzida do site: redescobrimento.com.br

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

As luzes antigas apagam e ascendem às memórias e fotografias

Passarela sobre o lago que já foi ponto de encontro de famílias, 
casais e crianças no Centro de Aracaju 
Foto: Lucas Honorato

Publicado originalmente no site MEDIUM, em 25 de setembro de 2019 

As luzes antigas apagam e ascendem às memórias e fotografias

Por Lucas Honorato

Casas, praças, parques e sorveterias. Hotéis e rodoviária. Todas essas construções juntas criavam o cenário de imponência e importância social que a Região Central de Aracaju possuiu outrora

Publicado originalmente em 20.11.17 na 56ª edição do Jornal Contexto

O local que respirava a multiplicidade de significados, passou por processos de ressignificação que o restringiu a poucas atividades, o fazendo perder a importância e o brilho que teve por anos. Os momentos que ali aconteceram cristalizaram-se na memória de quem vivenciou aquela época, enquanto que para os mais novos, as fotografias encantam e alimentam o imaginário. Em comum, a imagem do abandono cultural e monumental que todas as gerações veem.

Há 162 anos Aracaju foi elevada à categoria de cidade e recebeu o título de capital. O projeto foi apresentado em 17 de março de 1855, pelo então presidente da província, Inácio Joaquim Barbosa. Com a construção da nova capital, por meio do projeto realizado pelo engenheiro militar Sebastião José Basílio Pirro, começava a ser desenhados as ruas e quarteirões que mais tarde seriam os endereços em que residiu a vida áurea do Centro.

O conjunto de elementos que davam o tom e as cores da movimentação das pessoas pela região central à época era composto pelas praças General Valadão, a leste, e Fausto Cardoso, a oeste, interligadas principalmente pela Rua João Pessoa e também pela Rua da Frente, também conhecida atualmente como Avenida Ivo do Prado. Ao fundo da Fausto Cardoso, a Praça Olímpio Campos, conhecida também como Parque Teófilo Dantas. Ao longo do tempo, encontravam-se diante dessas localizações os prédios da administração pública, residências, catedral, lojas, sorveterias e hotéis.

Fernando Soutelo, membro e ex-presidente do Conselho Estadual de Cultura, descreve como as famílias do início do século passado aproveitavam o tempo livre quando chegavam os finais de semana. “No dia de Domingo, as pessoas iam assistir à Missa, em seguida, atravessavam para a Praça Fausto Cardoso. Alguns iam para as sorveterias, davam uma volta na praça e, em seguida, se andava pelo Centro da cidade, pela Rua João Pessoa, olhando as vitrines. Ao final, quem queria ficar, ia para as sessões de cinema”, caracterizou.

Os passeios do domingo simbolizavam a união de famílias, reunião de amigos e também o romantismo dos casais que por ali se formaram dentre aqueles dias. Além disso, representava a convivência entre as diferentes atividades que o Centro acolhia àquela época. Os órgãos públicos, as residências, as praças e suas atrações, assim como o comércio. Mesmo após o horário de enceramento das atividades das lojas, as vistosas vitrines bem arrumadas continuavam fascinando àqueles que por elas passavam.

O professor e reitor da Universidade Tiradentes, Jouberto Uchôa rememora com deslumbre a preparação das vitrines e o encanto que exerciam aos olhos de quem passeava pelas ruas, em principal, a Rua João Pessoa. “Você chegava a se encantar com o movimento das pessoas. Eu fui empregado de uma loja chamada ‘A Moda’, onde a gente no sábado voltava de tarde, depois do expediente para arrumar as vitrines. Quando chegava o domingo, as lojas todas abriam suas vitrines, mostrando os produtos novos que chegaram na empresa. Você tinha todo o tipo de loja, de tecido, relojoaria, casa de móveis. Era uma noitada inesquecível”, recordou.

Diferentemente do que é possível presenciar nos dias atuais, Jouberto Uchôa destaca que a movimentação das pessoas pela Região Central de Aracaju se mantinha por horas após o fechamento das lojas. “Quando chegava 9 horas, sumia todo mundo. Era uma tradição, era um costume de que as coisas iam até as 9 horas da noite”, enfatizou.

“Ninguém ama o que não conhece” — Jouberto Uchôa

A importância da Rua João Pessoa

A Rua João Pessoa era uma das poucas vias da época e fazia a ligação entre as principais praças que compunham o Centro da capital sergipana. Como a nomenclatura do logradouro menciona, o que atualmente é uma grande calçada acompanhando as diversas lojas ali dispostas, antes era realmente uma rua, onde por ela transitaram bondes e os automóveis e distribuíam-se residências, lojas, instituições bancárias e cinemas. Jouberto Uchôa assinala a relevância do endereço diante do prestígio da localização e da multiplicidade de atividades que por lá eram encontradas. “A Rua João Pessoa era o ponto chique da sociedade”, realçou.

O traçado que dos mapas sobressaia e que respirava desde o início da manhã até meados do final da noite, não restringia-se a apenas uma única atividade e nem tampouco a ida ocasional das pessoas para solucionar demandas junto a órgãos públicos ou realizar compras. Fernando Soutelo também ressalta a importância que a Rua João Pessoa tinha nas atividades cotidianas dos aracajuanos e visitantes. “Ali estavam os bancos, as grandes lojas comerciais, alguns bares que marcaram [época] e os dois cinemas, o Palace e o Rio Branco”, acentuou.

No local onde funcionou o Café Ponto Central, nas primeiras décadas do século XX, foi construído o Edifício Mayara, inaugurado no início da década de 50. A edificação que é um dos primeiros prédios de quatro a seis andares da capital sergipana, continua em funcionamento até os dias atuais. O prédio que pertenceu a João Hora de Oliveira, abrigava em seus andares consultórios médicos, escritórios de advocacia e representações empresariais. Anos mais tarde, o visionário empresário inaugurou uma das principais lojas da Rua João Pessoa, no térreo do edifício. A intitulada ‘A Moda’ incluiu-se na vivência dos tempos áureos do centro de Aracaju. Além de ter selecionado seus funcionários, moças e rapazes, pela boa formação, ostentava em suas vitrines a variedade e as novidades que chegavam.

“A gente tem coisas que magoam e ferem a gente” — Jouberto Uchôa

As praças de trabalho, lazer, religiosidade e romance

As praças nomeadas como Fausto Cardoso, Olímpio Campos e General Valadão formam o conjunto das três praças históricas da Região Central de Aracaju. Em grupo ou singularmente, carregam consigo diversas significações e estavam presentes no cotidiano de quem morava nas proximidades. Dentro das linhas que as constituem ou no entorno, estiveram presentes ícones, materiais e imateriais, que compunham o cenário das épocas de destaque do centro da cidade. Separadas por um trecho da Rua Itabaianinha, encontram-se a oeste as duas primeiras. Durante décadas do século passado, ambas foram os locais de passeio e comemoração de datas festivas.

No Parque Teófilo Dantas, como também é conhecida a Praça Olímpio Campos, encontra-se a Catedral, rodeada de árvores e um gramado que se destaca pelo verde. Mas, diferente de décadas atrás. Entre coretos, restaurantes e sorveterias, como a Yara e a Cinelândia, passeavam as famílias e grupos de amigos se encontravam. Ali, ainda havia mais um ponto especial, a região dos lagos e a ponte que há entre eles, local onde moças e rapazes se conheciam, conversavam e começavam a namorar. “Tinha um lago, local onde os namorados iam para lá. Era um negócio lindo”, Jouberto Uchôa relembrou com fascínio.

Jouberto Uchôa também destaca que o Parque era o local onde as famílias se reuniam para a celebração e comemoração de datas importantes e das festas típicas. Durante as festividades, o espaço recebia apresentação de bandas e grupos folclóricos, brinquedos como o Carrossel do Tobias e bancas para venda de comidas. “Nós tínhamos a Praça Olímpio Campos, que a gente chama ‘o Parque’, onde tem a Catedral. Lá tinha os acontecimentos principais, as festas de São João e o Natal. As famílias colocavam seus bancos e ficavam assistindo o desfile das pessoas passeando durante o evento”, caracterizou.

O Parque foi um dos principais endereços dos quais as famílias da época frequentavam. Nos dias atuais, quem por ali passa consegue apenas ver um pouco do que não foi destruído com a desconstrução do centro de Aracaju. Fernando Soutelo explica que as grades que ainda estão presentes na região do lago, que já não possui mais o brilho de outrora, ao fundo da Catedral, já abrangeram uma maior parte do local, mas nem sempre estiveram ali. “O parque foi construído sem as grades, foi gradeado quando Heráclito [Rollemberg] fez uma reforma no anos 80, quando o Centro começa a apresentar problemas. Almeida Lima quando foi prefeito tirou as grades”, expôs.

A Praça Fausto Cardoso, além de complemento dos passeios noturnos e dominicais, com seus coretos e monumentos, como o Relógio de Quatro Faces, em que era possível visualizar a hora certa de várias direções, tinha o entorno sediado por palácios e órgãos da administração pública da cidade e do estado. Jouberto Uchôa aponta a participação pública das pessoas na vida política local ao assistir as sessões e pronunciamentos realizados naquelas construções. “Na Praça Fausto Cardoso se situava o Palácio do Governo, se instalava lá a Assembleia Legislativa, para onde naquela época, os debates eram tão nobres e tão belos que os estudantes vinham das escolas e subiam para sentar na arquibancada para assistir os debates de nomes consagrados como Seixas Dórea, Pedro Barreto, Barreto Filho. Homens que marcaram a história de Sergipe na política”, enfatizou.

A Praça General Valadão, considerado como o marco zero da capital sergipana, localizada a leste da Região Central de Aracaju, apresentou significativas mudanças em seu entorno, ao longo de sua existência. O local já foi conhecido como Praça da Cadeia, em alusão a Cadeia Pública que existiu até meados das duas primeiras décadas do século passado. Após a desativação, cedeu espaço para o Palácio Serigy. Também com frente à praça, estava um dos primeiros prédios da Alfândega e o Quartel do Exército, que mais tarde deu espaço para um dos principais hotéis que a capital sergipana já teve, o Hotel Palace.

Telas que completavam o passeio

A Região Central de Aracaju está repleta de histórias que caberiam em inúmeros quadros de vários rolos de filmes, para serem exibidos em grandes telas. Os cinemas estavam distribuídos por diversas partes do centro da capital sergipana. Eles complementavam o brilho daquela época e completavam os passeios noturnos.

Fernando Soutelo ilustra o cenário do circuito cinematográfico aracajuano ao enumerar os cinemas presentes nas décadas de prestígio do centro da cidade. “As Rua João Pessoa e Itabaianinha concentravam a grande maioria dos cinemas de Aracaju. Você tinha na esquina da Travessa Benjamin Constant com João Pessoa, o Cinema Palace, que é da segunda metade dos anos 50. No outro trecho, o Rio Branco. Na Rua Itabaianinha tinha o Rex e mais adiante, o Cinema Vitória. Na quarta quadra da Rua de Laranjeiras, você tinha o Cinema Aracaju”, listou.

Dentre todos os cinemas, os principais eram o Cine Palace e o Cine Rio Branco. O Palace se destacava pelos equipamentos novos e modernos, tendo sido o primeiro a contar com ar condicionado em suas dependências. O Rio Branco sobressaia por além de exibir filmes, também receber atrações nacionais e internacionais, apresentações musicais e teatrais. “O Rio Branco não foi só cinema, ele também tinha a função de teatro. Ali se apresentaram Bidu Sayão e Procópio Ferreira, por exemplo”, contou Soutelo.

Após anos de maestria, assim como os filmes exibidos, a história chegava ao fim. Mas, nesse caso, o desfecho não teve um final feliz. Aos poucos, com o esvaziamento da Região Central de Aracaju, os cinemas de rua foram encerrando suas atividades. Fernando Soutelo retrata e descreve em uma palavra como foram os últimos minutos de atividade do Cine Palace. “Melancolia. Eu assisti ao último filme que foi apresentado no Palace. Eu fui me despedir do Palace. O cinema quase vazio. Ao fim do expediente, fechou a porta e já não existia mais”, rememorou enfaticamente.

O último cinema de rua a encerrar as atividades na capital sergipana foi o Cine Teatro Rio Branco. Em seus últimos anos de vida já não era mais o mesmo e tinha mudado radicalmente seu público, deixava de exibir os grandes clássicos do cinema para exibir filmes de conteúdo pornográfico.

Chegadas e hospedagens na capital sergipana

Nos anos anteriores à década de 60, os embarques e desembarques dos ônibus que faziam a ligação entre a capital sergipana e outras cidades, do interior e também de outros estados, não tinham um local com estrutura para receber aqueles que chegavam por meio desse transporte.

Quem passa pela Avenida Ivo do Prado, no trecho que compõem o centro, atualmente se depara com um grande fluxo de carros e de inúmeras linhas de ônibus vindas dos mais variados lugares das quatro cidades que compõem a Região Metropolitana. Muita gente sequer pode imaginar, mas esse cenário atual faz uma analogia ao que se passou por aquela região. Fernando Soutelo conta que antes da construção da Rodoviária o ponto de chegada e partida dos ônibus à Aracaju ficava naquelas imediações. “Até então, os ônibus que vinham do interior ficavam na Rua da Frente, as pessoas ficavam ao tempo. Quando eu vim fazer meu curso de preparação ao exame de admissão em 1960, eu ainda desci na Rua da Frente, de ônibus, e embarquei para Santa Luzia do Intanhi, também na Rua da Frente”, relembrou.

Somente a partir do final de março de 1962, era inaugurado o Terminal Rodoviário Luiz Garcia. As obras iniciadas no governo de Leandro Maciel foram concluídas na gestão seguinte, que dá nome ao local. O prédio além de organizar o fluxo dos ônibus, foi construído seguindo linhas arquitetônicas de Brasília e oferecendo comodidade e novos serviços aos passageiros. “Leandro Maciel fez uma grande obra demolindo o Morro do Bonfim e construindo a Rodoviária que é um marco da arquitetura moderna em Aracaju. Além de ter o embarque, tinha aquelas pessoas que você pagava para carregar a sua mala. Os carregadores. Como se fosse em um hotel”, Soutelo detalhou.

Ao mencionar embarques e desembarques, adentra-se nos hotéis. Na década de 30, a capital sergipana recebia aquele que foi considerado seu primeiro hotel de alto padrão. Tendo passado por duas localizações na Região Central, teve como a principal a Rua João Pessoa, próximo à Praça General Valadão, onde hoje está situado o Edifício Cidade de Aracaju. “O Marosi foi o primeiro hotel cinco estrelas daqui. Era o que recebia toda a sociedade. Mas, com o tempo o hotel foi decaindo”, comenta Uchôa.

O Hotel Marosi encerrou as atividades em 1965. Além do proprietário do local ter solicitado a entrega do espaço, também já estava em funcionamento o imponente Hotel Palace, inaugurado em 1962 e localizado em frente à Praça General Valadão, ao lado do Palácio Serigy, onde por alguns anos funcionou a Rádio Difusora de Sergipe, em que diversos artistas se apresentaram.

Jouberto Uchôa destaca com apreço a arquitetura e a importância que o Palace teve diante da sociedade sergipana. “O Hotel Palace foi feito a capricho. Além da hospedagem para quem visitava Aracaju, você tinha os grandes acontecimentos sociais. Como tinha o Dia do Rotary, onde tinha as reuniões almoço e jantar”, declara com empatia.

Soutelo complementa elencando algumas das personalidades que se hospedaram no Hotel Palace. “Eram pessoas que chegavam a Aracaju, eram executivos e pessoas encaminhadas pelo Governo do Estado. O presidente Médici, ministros de estado, embaixadores e autoridades militares. Os artistas e famosos, como Ronnie Von, Jorge Amado e times de futebol. Era o único hotel com categoria para receber essas pessoas”, listou detalhadamente.

O Hotel Palace entrou em decadência no início da década de 90. Ao encerrar as atividades, seu restaurante ainda continuou de portas abertas por algum tempo, assim como Fernando Soutelo relembra a partir da própria vivência a notoriedade que tinha o restaurante localizado no terceiro andar. “Em torno de 92 e 93 já não era o mesmo hotel. Embora o restaurante ainda fosse o melhor de Aracaju naquela época. Eu cansei de aos sábados, descer de casa à noite, passar em frente ao antigo Cinema Rio Branco para tomar a sopa de aspargo que era servida no Hotel Palace”, enfatizou.

A perda da significação histórica e a queda das paredes

A Região Central de Aracaju perdeu a multiplicidade de tradições e atividades que traziam vida, durante o dia, a noite e aos finais de semana. Mesmo assim, algumas construções e monumentos recuperados colaboram para uma tentativa de recuperação da importância que o Centro da capital sergipana possuiu décadas atrás. Entre as lojas populares que ocuparam todos aqueles espaços da Rua João Pessoa e de localidades ao entorno, praças, prédios e monumentos históricos tentam guardar as memórias dos tempos áureos da região.

Do ponto de vista material, por mais que para muitos as construções históricas que ainda resistem na localidade pareçam um retrato fiel do passado da capital sergipana, Fernando Soutelo cita que diversas dessas edificações não possuem as mesmas características de quando foram construídos, mesmo durante os tempos áureos do centro de Aracaju, e que não são muitos os que conservam a forma original. “São prédios que foram remodelados. Foram concebidos sobre uma determinada forma e a partir da mudança de gosto artístico do momento eles foram modificados. Os prédios foram sendo construídos e reconstruídos. Só os mais modernos não foram alterados. Por exemplo, o edifício Walter Franco mantém a forma de como surgiu, mas internamente sofreu modificações. O edifício São Carlos, que é vizinho, também não sofreu transformações. O Edifício Mayara não sofreu modificações”, explicou.

A arquiteta e urbanista, Ana Libório, que já esteve à frente da superintendência local do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), menciona que a perda dos significados que as construções da região possuíam é um processo que começa com as próprias pessoas. “Tenho registrado isso direto. Primeiro, que as pessoas continuam modernizando as fachadas. Quebrando as antigas para colocar azulejos, pastilhas, granito e também destroem a nossa Aracaju. Também não estão conseguindo nem alugar e nem vender as casas. Então, estão ficando abandonadas. Muitas delas têm tido as janelas retiradas, colocado fechamento de alvenaria e depois o telhado vai caindo. Depois quando vemos sobra apenas a carcaça”, lamentou.

Ana Libório também argumenta que a administração pública tem responsabilidade nesse processo. “É uma política de estado. Primeiro foram tiradas as repartições. A universidade foi para o campus. A construção dos Centros Administrativos, o judiciário foi saindo. Quando você esvazia o centro, começa a entrar em decadência. Ai as pessoas acham que entrou em decadência porque é antigo. E não é nada disso. Para a gente fazer preservação precisa ser usado. Precisa abrir as janelas. Tudo o que fica fechado, em pouco tempo entra em processo de arruinamento”, declarou.

Com o processo de descaracterização da Região Central de Aracaju foi perdida a multiplicidade de atividades que por ali eram exercidas. A imponência e a importância passaram a fazer parte das memórias e fotografias. “Até os anos 70 foi marcante a tradição histórica. A partir dessa década, o crescimento foi mudando. As coisas foram se modificando e perdemos aquele ponto atrativo. Você tinha coisas que encantavam e hoje eu sinto falta. Nós perdemos essas coisas por causa do crescimento, por causa do desenvolvimento da cidade. Era uma cidade romântica”, Jouberto Uchôa rememora com saudosismo.

“O Centro durante a semana além de comércio e moradia, também servia de lazer, passeio e contemplação”- Ana Libório

Por Lucas Honorato | colaborou Karla Fontes

Texto e imagem reproduzidos do site: medium.com

José Percílio da Costa, o “Encantador de Falcões”

José Percílio da Costa, o “Encantador de Falcões”
Parque dos Falcões, no município Itabaiana
Foto reproduzida do site Parque dos Falcões

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Espaço Zé Peixe, na Avenida Rio Branco, em Aracaju



Fotos: Arthuro Paganini/ASN
Reproduzidas do site: cinform.com.br
Fonte: Agência Sergipe de Notícias.

Orla Pôr do Sol, Rio Vaza-Barris, Região do Mosqueiro, Aracaju

Foto reproduzida do site: realclassichotel.com.br

Rio Sergipe, banhando a cidade de Aracaju


Fotos reproduzidas do site: bigsta.net

Ponte do Imperador, em Aracaju

Foto reproduzida do site: bigsta.net

Rio Sergipe, em segundo plano o município de Aracaju

Rio Sergipe, em segundo plano o município de Aracaju,
Vistos do município de Barra dos Coqueiros.
Imagem: @igortavares21 - destinosergipe
Reproduzida do site: picpanzee.com

Imagem aérea da bela Neópolis

Imagem aérea da bela Neópolis, conhecida por ser a capital sergipana 
do frevo,  banhada pelo Rio São Francisco
Foto: @Tudopara2
Reproduzida do site: picpanzee.com

Ponte Construtor João Alves sobre o rio Sergipe

Ponte Construtor João Alves sobre o rio Sergipe, vista da Orlinha 
do Bairro Industrial, em Aracaju.
Registro de @joab
Reproduzida do site: picpanzee.com

Vista aérea noturna, da cidade de Aracaju

Vista aérea noturna, da cidade de Aracaju. Destacando a Igreja
 dos Capuchinhos, no Bairro América, em Aracaju.
Foto: @carvalhoeri
Reproduzida do site: picpanzee.com

Rio Sergipe banhando a cidade de Aracaju

Créditos: ABM (Associação Brasileira de Multirrotores)
Imagem reproduzida do site: picpanzee.com

Vista aérea do Bairro 13 de Julho, em Aracaju

Pasta: pedroandrade/pinterest.
Reproduzida do site: br.pinterest.com

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Rio Sergipe e em segundo plano vemos a cidade de Aracaju

Foto: by Marcelo dos Santos (flick)
Reproduzida do site: hiveminer.com

Rio Sergipe, banhando o município da Barra dos Coqueiros

Foto: by Marcelo dos Santos (flick)
Reproduzida do site: hiveminer.com

Ponte Construtor João Alves sobre o rio Sergipe

Foto: by Joselito Miranda (flickr)
Reproduzida do site: hiveminer.com

Parque Teófilo Dantas, em Aracaju

Foto: by Sergio Falcetti (flickr
Reproduzida do site: hiveminer.com

Ponte Construtor João Alves sobre o Rio Sergipe, em Aracaju



Fotos: by MichelleAngela Aracaju (flickr)
Reproduzidas do site: hiveminer.com

Praia dos Artistas, bairro Coroa do Meio, em Aracaju

Farol da Marinha do Brasil
Foto: by sileneandrade10 (flick)
Reproduzida do site: hiveminer.com

Praça Fausto Cardoso, em Aracaju

Foto: by Proflázaro (flickr)
Reproduzida do site: hiveminer.com