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segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Busto na Praça Gal. Valadão, em Aracaju

Busto na Praça Gal. Valadão, em segundo plano,
vemos o antigo prédio do Hotel Palace de Aracaju.
Foto: Radar Sergipe.
Reproduzida do site: radarse com br

quinta-feira, 11 de abril de 2024

terça-feira, 18 de setembro de 2018

Praça General Valadão marca início da capital projetada

 Praça está no marco zero da cidade 

 Prédio da antiga Alfândega, hoje Centro Cultural 
Foto: Marco Vieira

 Francisco dos Santos vende coco no entorno da praça há 20 anos

O busto do homenageado, general Valadão 
Fotos: Silvio Rocha

Publicado originalmente no site da PMA, em 17/09/2018 

Praça General Valadão marca início da capital projetada

Um lugar cheio de histórias fascinantes, que guarda importantes construções históricas e leva o nome de um ex-governador do estado, que defendia os interesses das classes mais populares no século 19. Essa é a praça General Valadão, situada no Centro da cidade.

Inaugurada em 24 de outubro de 1924, a praça é considerada o marco zero da cidade. Tudo começou quando o primeiro presidente da Província de Sergipe Del Rey, Inácio Joaquim Barbosa, contratou o engenheiro militar Sebastião José Basílio Pirro para planejar a cidade, fundada em 1855. A praça estava dentro do chamado ‘quadrante de Pirro', que tinha como ponto inicial a praça Fausto Cardoso e a partir do qual foi traçado o tabuleiro de xadrez, dando forma à nova capital. O desenho se estendeu para os sentidos norte, oeste e sul, e se desenvolveu a partir da antiga Alfândega, onde hoje funciona o Centro Cultural de Aracaju.

No entorno da praça também está uma das primeiras construções de Aracaju, o edifício da Cadeia Pública, que abrigava os presos no Palácio Serigy, onde funcionou durante muitos anos a Secretaria de Estado da Saúde. Ali também está o antigo hotel Palace, e o prédio mais alto de Sergipe, o edifício Cidade de Aracaju, conhecido como Maria Feliciana.

Ao lado da praça também está o Beco dos Cocos, uma importante rota de passagem de cargas de cocos, que já foi citado por Jorge Amado em seus livros. Mantendo a tradição, o vendedor Francisco dos Santos, 63, comercializa coco há 20 anos na praça. "Gosto muito daqui porque é sossegado, apesar do movimento do comércio. Vem muita gente tomar água de coco debaixo das árvores da praça", contou.

Nomes

De acordo com o pesquisador de história, Osvaldo Ferreira Neto, a praça já recebeu diversas nomenclaturas. "Por muitos anos, a praça foi chamada de Praça da Cadeia, Praça da Alfândega, Praça 24 de Outubro, data em que é comemorada a emancipação política de Sergipe, e também já foi nomeada praça Ciro Franklin de Azevedo, que foi um ex-governador do estado. Já foi a Praça do Quartel, porque ali estava o antigo quartel do 28º Batalhão de Caçadores, e por fim, General Valadão dá o nome à praça a partir da década de 20, ganhando um busto do homenageado", explicou.

Natural de Neópolis, Manuel Prisciliano de Oliveira Valadão, mais conhecido como general Valadão, foi militar e político brasileiro. Ele foi senador, deputado federal e governador de Sergipe em 1894, quando se destacou. Fazia parte do grupo dos ‘Pebas', apelido que passou a identificar seu grupo político à época. Quem também fazia parte desse grupo era o então deputado estadual, Fausto Cardoso.

Diferente dos outros políticos, o general Valadão era um governante liberal. Ele apoiava a república e lutava pelos direitos do povo. Era também contra a escravidão e contra a monarquia. Com apenas 15 anos de idade, alistou-se voluntariamente no exército brasileiro e, assim como o poeta Francisco Camerino e o militar da Marinha Almirante Barroso, também participou da Guerra do Paraguai em 1864. Ele faleceu aos 72 anos de idade. Não se sabe a causa de sua morte.

Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br

sábado, 30 de dezembro de 2017

Praça General Valadão é testemunha do crescimento da cidade

 Praça Generão Valadão, com o Hotel Palace ao fundo (Fotos: André Moreira)

 Palácio Serigy, antiga Cadeia de Aracaju, é um dos prédios de grande
 importância histórica que margeiam a praça

Historiador Luiz Antônio Barreto conta que a praça já teve vários nomes (Foto: Infonet)

Praça General Valadão é testemunha do crescimento da cidade

Por Talita Moraes (estagiária)

A importância das praças não se limita ao fato de elas constituírem espaços dedicados ao lazer da população. Na antiguidade greco-romana, as praças ocupavam o espaço central da polis (cidade) e abrigavam feiras e mercados livres, bem como edifícios públicos. Era na ágora (praça principal) onde acontecia o exercício da cidadania, materializado, por exemplo, em discussões políticas e tribunais populares, sem falar na convivência cotidiana com o outro. O mesmo acontecia nas cidades brasileiras no período colonial. Nelas havia sempre praças centrais com importantes prédios administrativos e outras construções - casa da redenção, câmara, cadeia. Em volta delas, as cidades se desenvolviam economicamente, culturalmente e socialmente.

Foi dessa mesma maneira que Aracaju, a segunda capital de Sergipe, cresceu e foi se transformando. Assim como muitas cidades romanas, Aracaju foi pensada como um tabuleiro de xadrez, com edifícios públicos localizados no centro, em posições estratégicas. As praças foram criadas concomitantes ao seu desenvolvimento planejado. Como o principal motivo para a mudança da capital de São Cristóvão para Aracaju foi a presença de um porto, essencial para o escoamento da produção local e para o desenvolvimento econômico do Estado, as primeiras praças foram construídas em sua proximidade, no centro de Aracaju e às margens do rio Sergipe. Uma delas foi a Praça General Valadão.

Integrando o projeto de fundação e organização espacial da cidade, de autoria do engenheiro militar Sebastião José Basílio Pirro, a Praça General Valadão estava dentro do chamado ‘quadrante de Pirro', que tinha como centro a Praça Fausto Cardoso e a partir do qual foi traçado o tabuleiro de xadrez que deu forma à nova capital. O desenho se estendeu para os sentidos norte, oeste e sul, uma vez que no leste ficava o rio Sergipe.

Nomes

Segundo o historiador Luiz Antônio Barreto, dois dos prédios mais antigos - a Alfândega e a Cadeia - localizavam-se no entorno da General Valadão. Por muitos anos, a praça foi conhecida como a Praça da Cadeia, devido à proximidade do prédio que abrigava os presos. "Era muito comum, antes de dar nome oficial às praças, chamá-las com o nome de um prédio das proximidades", afirma Luiz Antônio. O prédio da cadeia foi demolido na década de 1930 para a construção do Palácio Serigy, onde hoje funciona a Secretaria de Estado da Saúde.

Ainda de acordo com o historiador, posteriormente a praça passou a se chamar 24 de Outubro, data da emancipação política de Sergipe. Por fim, na década de 1930, recebeu o nome do General Oliveira Valadão, ganhando também um busto do homenageado. Nascido em Neópolis, Oliveira Valadão teve participação na proclamação da República, foi duas vezes governador do Estado e líder republicano.

Economia e prostituição

Luiz Antônio Barreto conta que, além de ficar perto de prédios importantes, a praça General Valadão ficava numa região de grande importância comercial, bem em frente ao rio Sergipe, onde se encontrava, então, a zona portuária. Também por ali estavam o Mercado Municipal, ainda com sua estrutura original, e a Praça do Trem, além de caminhões vindos do interior para abastecimento.

À medida que a nova capital se desenvolvia, o turismo começava a despontar como importante atividade econômica. Em 1962 o Hotel Palace de Aracaju foi construído, sendo a primeira grande estrutura para receber turistas na capital. Nessa época, os visitantes ainda se concentravam no centro da cidade devido à presença do terminal rodoviário, além dos limites urbanísticos e da atividade comercial da região.

O turista que na época vinha à Aracaju era o funcionário público que queria conhecer o Brasil, os baianos - devido à proximidade geográfica -, as excursões em navios vindos do Rio de Janeiro e que tinham como ponto de parada a capital sergipana, as companhias de teatro, música e dança.

A concentração de atividades econômicas na área central da cidade fez com que a prostituição se tornasse marcante. Havia na região casas de luxo bem estruturadas, onde pela manhã funcionavam estabelecimentos comerciais e à noite prostíbulos. Por conta disso, a área foi chamada, jocosamente, de Vaticano.

Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br