Pluralidade e pujança de Itabaiana incentivam o turismo na cidade
Atrativos turísticos peculiares e os múltiplos roteiros possibilitam aos visitantes uma imersão na cultura e na natureza do município do agreste central sergipano
O turismo valoriza a cultura e as pessoas que residem em determinada localidade, privilegiando, entre outras questões, os saberes e fazeres. Nesse quesito, de forma singular, o município de Itabaiana, no agreste central sergipano, a cerca de 46 quilômetros da capital Aracaju, destaca-se pela pluralidade de atrativos. Entre eles, é possível citar a pujança no comércio, um convite para os turistas e visitantes vivenciarem o turismo de compras, e a culinária à base de farinha de mandioca, que fortalece o turismo gastronômico e de experiência, ressaltado, também, pelos peculiares atrativos que possibilitam uma imersão na natureza por meio de múltiplos roteiros de ecoturismo. Tudo isso e muito mais fazem parte dos encantos de Itabaiana.
Com o objetivo de somar esforços voltados à promoção do Destino Sergipe, o secretário de Estado do Turismo, Marcos Franco, esteve em Itabaiana na última-sexta-feira, 1º. Durante uma visita técnica, o gestor conheceu alguns pontos turísticos e potencialidades do município nesse segmento. Para ele, as características de Itabaiana e todo o potencial turístico da cidade engrandecem o estado, especialmente ao gerar empregos e renda.
Oportunizando e ampliando o diálogo, Marcos Franco foi recebido pelo prefeito Adaílton Souza, pela secretária municipal de Indústria, Comércio e Turismo, Sônia Maria de Carvalho, e por outros secretários da gestão municipal: Vagner Menezes (Juventude e Esporte), João Cândido (assessor especial do prefeito), Éder de Jesus (Educação) e Júnior Carvalho (Comunicação), além do vereador Pinto de Thomaz. “Sergipe é um estado pequeno, mas de grandes belezas naturais. Em consonância com o governador Fábio Mitidieri, a nossa intenção é interiorizar o turismo, ou seja, fazer com que o visitante, ao chegar em nosso estado, não fique apenas na capital, mas também conheça as belezas naturais, cultura e gastronomia peculiar de cada município”, destacou.
Casa de Farinha
Quando se fala em gastronomia típica, as casas de farinha de Sergipe têm grande relevância, pois estão em diversos municípios, inclusive em Itabaiana. É nesses locais onde ocorre o processo de transformação da mandioca em farinha e em outros produtos, delícias como o beiju de tapioca, beiju molhado, pé de moleque, saroio, mal casado, manauê, entre outros. Além disso, representam um ofício com base na agricultura familiar, cujo processo envolve toda a família.
Elaine do Nascimento Góis, conhecida como ‘Vó’, faz parte de uma das famílias que se revezam na Casa de Farinha, localizada na Praça de Eventos, no centro da cidade. “O funcionamento da Casa de Farinha fica por conta de duas famílias que fazem a troca semanalmente. Há décadas, produzimos nesse local comidas típicas do Nordeste, que são vendidas durante todo o ano. O cliente que chega aqui não só conhece o nosso espaço, mas também vê como produzimos nossos produtos”, explica.
A farinha e as guloseimas à base de mandioca são vendidas na feira de Itabaiana. Conhecida nacionalmente pela pluralidade, é a maior feira livre do estado, tendo recebido o título de Patrimônio Cultural Imaterial de Sergipe. Há 40 anos, a feirante Maria Odete da Cunha tem uma banca no Mercado de Hortifrutigranjeiro Governador Antônio Carlos Valadares, onde comercializa farinha e grãos, como castanhas e milho. Ela conta que herdou o ofício dos pais quando ainda era adolescente e os ajudava na feira. “Tudo o que conquistei foi fruto desse trabalho. Venho de segunda a sábado e adoro o clima da feira, de atender as pessoas”, disse.
Quem visita a feira excursiona por uma variedade de cores, sabores e cheiros do Nordeste. Assim, vivencia o comércio da região num espaço multicolorido e agradável, onde são vendidos produtos variados, como frutas, verduras e até roupas e calçados. É o caso da recepcionista Luciana Souza, de 36 anos, que, regularmente, sai de Aracaju para comprar na famosa feira de Itabaiana. “Há muita variedade de produtos, muita coisa gostosa, e tem preços bons. Tem a famosa farinha de Itabaiana, que é uma delícia. E também tem muita gente. Então, é um misto de fazer compras e passear. Além disso, venho para comprar bijuterias e semijoias, e revender. É uma renda a mais para mim”, explica.
Comércio forte
Conhecida como a ‘Capital do Caminhoneiro’, Itabaiana também se destaca pelo comércio de joias e semijoias. O empresário Antônio Sérgio de Almeida Alves administra um comércio da família nesse ramo, que foi fundado há 47 anos. “De lá para cá, foi de muito aprendizado. E o mais significante para mim é poder gerar emprego e renda na minha cidade. Também me deixa muito feliz a relação de amizade que, ao longo dos anos, construo com todos os meus clientes”, revela.
A castanha de Carrilho
A castanha Carrilho, beneficiada no povoado que leva o mesmo nome, faz parte da cultura gastronômica de Itabaiana. Naquele lugarejo, 90% da população trabalha com beneficiamento de castanha de caju por meio da Cooperativa dos Beneficiadores de Castanha (Coobec). Inaugurada em 2011, a entidade agrega 20 famílias da comunidade, que atuam desde o início do processo à venda, movimentando a economia e também o turismo na localidade. “Além de poder comprar, o visitante pode conhecer as etapas do beneficiamento dessa oleaginosa, observando todas as fases: da queima até a finalização”, explica o cooperado José Ramalho.
Parque Nacional da Serra de Itabaiana
Administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Parque Nacional da Serra de Itabaiana abriga diversas espécies de répteis, mamíferos e aves nessa área com remanescente de Mata Atlântica, e que também apresenta características com transição para caatinga. O local é explorado por meio de trilhas com espaços que se dividem em cachoeiras, poços, riachos e penhascos.
O alto da serra, que chega a 659 metros de altitude, é considerado o segundo ponto mais alto do estado de Sergipe, apresentando cachoeiras e poços: Poço das Moças, Cachoeira dos Encantados, Poções da Ribeira, Caldeirão, Poço Negro e Véu de Noiva.
A Cachoeira dos Encantados é a segunda na ordem ao fazer trilha. Possui uma diversidade de espécies de répteis, e a água escorre pela longa raiz das plantas. Já nos Poções da Ribeira, há um rio por cima de pedras brancas entre a restinga de Mata Atlântica, que proporcionam ao turista um contato direto com a natureza e um banho relaxante nas águas frias.
Parque dos Falcões
Situado a 50 quilômetros da capital, Aracaju, o Parque dos Falcões é um santuário ambiental a céu aberto que abriga cerca de 500 aves. É o único centro de criação de aves de rapina da América do Sul e também o único local do país com autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para criar aves de rapina. Lá, o turista tem o contato direto com as aves, além de fazer o tour guiado e participar das apresentações desses animais. Quem vai ao Parque dos Falcões se surpreende com a diversidade de espécies.
Turismo religioso
O turismo religioso é muito forte em Itabaiana, que passou a ser considerada a Cidade dos Milagres. Isso ocorreu especialmente pelo fato de que foi na Maternidade São José, naquele município, que, em 15 de janeiro de 2001, a Irmã Dulce realizou o primeiro milagre. Ela salvou uma mãe que, após o parto, ficou em coma. Conta-se que, depois de orações feitas à Irmã Dulce, a mulher voltou à vida. Com a comprovação desse milagre, a Igreja Católica santificou a freira, que se tornou Santa Dulce dos Pobres.
Vale destacar que a devoção à santa está enraizada na cultura do povo itabaianense. Tanto que, em 2019, foi criada a Peregrinação Santa Dulce. O cortejo parte da Maternidade São José em direção ao Mirante de Santa Dulce, onde há uma ermida – uma pequena igreja rústica –, anexa ao Parque dos Falcões. O local é um ponto turístico que fortalece o turismo religioso com uma peregrinação cuja distância de é 12,2 quilômetros.
Na Casa de Acolhimento Irmã Dulce, localizada no Bairro Oscar Niemeyer, em Itabaiana, há uma estátua da santa com sete metros de altura, instalada em um mirante que totaliza 23 metros. É considerada a maior estátua da freira no mundo. Nessa instituição, é realizado um trabalho para dar continuidade aos projetos de caridade de Irmã Dulce, que foi a primeira santa brasileira, reunindo um conjunto de atividades sociais, artísticas e religiosas que atendem indivíduos em vulnerabilidade e risco social, especialmente pessoas em situação de rua e com deficiência intelectual. A instituição é mantida a partir de doações.
Texto e imagens reproduzidos do site: se gov br
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