Acácia dos Santos
Publicado originalmente no site SÃO CRISTÓVÃO, em 01 de junho de 2019
Caceteira de Mestre Rindu dá boas-vindas ao São João da
Tradição
Todos os anos, a noite de 31 de maio acaba se transformando
numa apresentação cultural para os moradores do Centro Histórico de São
Cristóvão e também para os turistas que visitam a cidade. Recepcionando o mês
de junho, o grupo Caceteira de Mestre Rindu reúne-se na Casa do Folclore para
iniciar um cortejo pelas ruas da cidade chamando os moradores para celebrarem
juntos o São João da Tradição. A festa só acaba meia-noite, com as badaladas do
sino da Igreja do Carmo. A Prefeitura de São Cristóvão, através da Fundação de
Cultura e Turismo João Bebe-Água (Fundact), apoia o evento como forma de manter
vivas as tradições populares.
“No livro do memorialista Serafim Santiago consta que as
manifestações na noite de 31 de maio datam de 1850. Sendo assim estamos falando
de uma tradição popular de quase 170 anos acontecendo nas ruas de nossa cidade
atraindo moradores e o público para conferirem a apresentação. As tradições
culturais servem para que as pessoas se reconheçam enquanto moradores, fazendo
aumentar a autoestima de todos os envolvidos. A prefeitura está presente em
todas as manifestações culturais apoiando e respaldando nossos artistas”,
frisou o presidente da Fundact, Gaspeu Fontes.
Segundo pontuou a assessora técnica da Fundact, que trabalha
na Casa do Folclore, Maria Glória, o cortejo da Caceteira de Mestre Rindu vem
saudar os festejos juninos, como forma de manter viva a cultura genuína dos
artistas sancristovenses. “Há muitos anos percebi que o grupo acabava se
concentrando na Praça São Francisco para esse evento. Daí resolvi abrir a Casa
do Folclore para recepcionar esses artistas, dando o apoio logístico. Desde
então eles entram na Casa do Folclore realizam danças, nos alegram e só depois
é que saem pelas ruas fazendo o cortejo. É preciso preservar nossas tradições,
sempre valorizando nossos grupos folclóricos”, pontuou Glória.
De acordo com Acácia dos Santos, viúva de Mestre Rindu e
atual coordenadora da Caceteira, durante o mês de junho a agenda de
apresentações é vasta. “Começamos agora e só vamos parar em agosto. Já temos
apresentações em Lagarto, Estância, Itabaiana, Aracaju e várias escolas e
universidades. Assim, nós tocamos nessa noite como forma de agradecer o mês que
começará e também para mantermos viva essa tradição tão antiga. Para nós é uma
alegria imensa levarmos o legado de Rindu através dos anos”, enfatizou.
Para Daniela Senger, pesquisadora de Sociologia da
Universidade Federal de Sergipe (UFS), que há cinco anos chegou do sul do
Brasil para estudar as manifestações culturais de Sergipe, com foco no
doutorado iniciado em 2018, a apresentação da Caceteira de Mestre Rindu acaba
sendo um ato de resistência através dos anos. “Pesquiso religião e sua relação
com as manifestações culturais. Em relação às religiões, a cultura popular
contribuiu para o Catolicismo crescer e perdurar até hoje como uma das
religiões mais influentes do Brasil”, analisou.
Texto e imagens reproduzidos do site: saocristovao.se.gov.br
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