domingo, 2 de junho de 2019

Caceteira de Mestre Rindu dá boas-vindas ao São João da Tradição











Acácia dos Santos















Daniela Senger

Fotos: Heitor Xavier.

Publicado originalmente no site SÃO CRISTÓVÃO, em 01 de junho de 2019

Caceteira de Mestre Rindu dá boas-vindas ao São João da Tradição

Todos os anos, a noite de 31 de maio acaba se transformando numa apresentação cultural para os moradores do Centro Histórico de São Cristóvão e também para os turistas que visitam a cidade. Recepcionando o mês de junho, o grupo Caceteira de Mestre Rindu reúne-se na Casa do Folclore para iniciar um cortejo pelas ruas da cidade chamando os moradores para celebrarem juntos o São João da Tradição. A festa só acaba meia-noite, com as badaladas do sino da Igreja do Carmo. A Prefeitura de São Cristóvão, através da Fundação de Cultura e Turismo João Bebe-Água (Fundact), apoia o evento como forma de manter vivas as tradições populares.

“No livro do memorialista Serafim Santiago consta que as manifestações na noite de 31 de maio datam de 1850. Sendo assim estamos falando de uma tradição popular de quase 170 anos acontecendo nas ruas de nossa cidade atraindo moradores e o público para conferirem a apresentação. As tradições culturais servem para que as pessoas se reconheçam enquanto moradores, fazendo aumentar a autoestima de todos os envolvidos. A prefeitura está presente em todas as manifestações culturais apoiando e respaldando nossos artistas”, frisou o presidente da Fundact, Gaspeu Fontes.

Segundo pontuou a assessora técnica da Fundact, que trabalha na Casa do Folclore, Maria Glória, o cortejo da Caceteira de Mestre Rindu vem saudar os festejos juninos, como forma de manter viva a cultura genuína dos artistas sancristovenses. “Há muitos anos percebi que o grupo acabava se concentrando na Praça São Francisco para esse evento. Daí resolvi abrir a Casa do Folclore para recepcionar esses artistas, dando o apoio logístico. Desde então eles entram na Casa do Folclore realizam danças, nos alegram e só depois é que saem pelas ruas fazendo o cortejo. É preciso preservar nossas tradições, sempre valorizando nossos grupos folclóricos”, pontuou Glória.

De acordo com Acácia dos Santos, viúva de Mestre Rindu e atual coordenadora da Caceteira, durante o mês de junho a agenda de apresentações é vasta. “Começamos agora e só vamos parar em agosto. Já temos apresentações em Lagarto, Estância, Itabaiana, Aracaju e várias escolas e universidades. Assim, nós tocamos nessa noite como forma de agradecer o mês que começará e também para mantermos viva essa tradição tão antiga. Para nós é uma alegria imensa levarmos o legado de Rindu através dos anos”, enfatizou.

Para Daniela Senger, pesquisadora de Sociologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que há cinco anos chegou do sul do Brasil para estudar as manifestações culturais de Sergipe, com foco no doutorado iniciado em 2018, a apresentação da Caceteira de Mestre Rindu acaba sendo um ato de resistência através dos anos. “Pesquiso religião e sua relação com as manifestações culturais. Em relação às religiões, a cultura popular contribuiu para o Catolicismo crescer e perdurar até hoje como uma das religiões mais influentes do Brasil”, analisou.

Texto e imagens reproduzidos do site: saocristovao.se.gov.br

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