Foto: César Cabral
Publicado originalmente no site RADAR SERGIPE, em 21/06/2019
Meloso
Idalvo Dias de Oliveira, o Meloso, nasceu no dia 2 de junho
de 1941, em Salvador-Ba. Filho do alfaiate Anael Dias de Oliveira e D.
Elizabete Fatel de Oliveira. Aos cinco anos de idade, foi morar com a tia
Dunguinha, até completar 12 anos, quando resolveu encarar o mundo.
Foi aluno do curso primário do Centro Educacional Carneiro
Ribeiro, localizado no Bairro Pau Miúdo, em Salvador. Quando o Circo José
Bezerra fazia uma temporada em Salvador, próximo à sua casa, na Baixa de
Quintas, Meloso fez amizade com o dono do circo e acabou arranjando emprego de
“mata-cachorro”. Entre outras atividades, cavava buracos no terreno para armar
o circo e ajudava a montar e desmontar toda estrutura.
Não demorou muito para conseguir um serviço mais “manêro”.
Certo dia, a pessoa que fazia o ponto (lia textos, atrás da cortina para aguçar
a memória dos atores e dava dicas) faltou e Meloso foi convidado para suprir a
deficiência. Foi tiro e queda: saiu-se bem e agradou ao dono do Circo.
Com boa voz e uma ótima dicção, logo foi convidado para
fazer locução no carro-de-som, divulgando a programação pelas ruas das cidades.
Também não demorou para tornar-se apresentador e anunciantes das atrações,
durante os espetáculos
Aos poucos, foi conquistando seu espaço dentro da companhia,
sendo apresentador, locutor do carro-de-som, ponto, auxiliar de montagem e
desmontagem e cavador de buracos.
Mais adiante, trocou o Circo José Bezerra pelo Circo Luzo
Brasileiro, ocupando a função de apresentador dos espetáculos e locutor do
carro-de-som, com o dobro do salário. Também passou a compor o elenco de atores
das peças de teatro, apresentadas pelo circo.
A sua estreia como palhaço ocorreu na cidade de Pilar,
Alagoas, por mero acaso do destino. O palhaço Xurupita resolveu abandonar o
circo e o diretor, não tendo alternativa, pediu que o Idalvo assumisse o papel,
dando-lhe o nome de “Palhaço Meloso”. Ele ficou nervoso, tremeu na primeira
apresentação, mas, logo incorporou o papel.
Viajou pelo Brasil afora com o circo, principalmente pelo
Nordeste. De passagem por Aracaju, resolveu deixar a Companhia e tentar seguir
outro caminho. Criou, então, o espetáculo Meloso e as Garotas do Rebolado e
começou a fazer apresentações pelo interior, em circos pequenos.
De passagem por Aracaju, resolveu abandonar o circo e tentar
levar a vida por conta própria. Criou, então o espetáculo “Meloso e as Garotas
do Rebolado”, e fez diversos shows pelo interior de Sergipe, Bahia e Alagoas,
sempre em pequenos circos, alguns até sem cobertura. Comprou um fusca para
viajar com quatro meninas, suas dançarinas, as quais tratava como muito
respeito.
Logo conheceu a cantora Clemilda e passou a ajuda-la na
produção do Programa “Forró no Asfalto”, que ela e o marido, Gerson Filho,
apresentavam na Rádio Difusora. Através dela conheceu o médium Silva com quem
começou a trabalhar, também. Silva lhe emprestava um carro-de-som para viajar
com a sua trupe nos finais de semana. De terça a quinta, Meloso trabalhava para
o médium Silva, fazendo propaganda do seu Centro, pelos bairros de Aracaju.
Em 1986, ele lançou o “Pastoril do Meloso”, com as meninas
usando tanguinhas e saias curtas. Fez muitos shows nos pequenos circos e ganhou
um bom dinheiro, chegando a comprar uma casa no Conjunto Augusto Franco, onde
reside.
O “Pastoril do Meloso foi destaque até no Projeto Minerva,
do Governo Federal, e no Globo Repórter, da TV Globo. Foi uma época de muito
sucesso e chegou a gravar um LP na gravadora Continental, em São Paulo. O disco
tinha músicas folclóricas e “Manuela”, de sua autoria, estourou nas paradas de
sucesso.
Meloso começou a fazer rádio ao lado de Clemilda, na Rádio
Difusora, atual Apeipê. Ajudava na produção do “Forró no Asfalto” e quando ela
viajava ele apresentava o programa. Depois, apresentou o “Festança do Meloso”,
na Rádio Jornal (na Av. Barão de Maruim). Também teve passagem pela Rádio
Liberdade, com o programa “Liberdade Dentro da Noite”. Seu último trabalho no
rádio sergipano foi na Rádio Aperipê, com Clemilda, a convite da professora
Marlene Calumby, que era superintendente. É grato ao ex-superintendente Givaldo
Ricardo, que muito o ajudou.
Seu último programa feito nos estúdios da Rádio Aperipê foi
no dia 13 de novembro de 2015. Com problemas de saúde, ainda conseguiu fazer
algumas participações, por telefone, até que no dia 23 de junho de 2016,
encerrou, definitivamente, sua carreira de radialista.
Separado do primeiro casamento, convive há 38anos com Maria
Josinete da Silva com quem teve três filhos. Com dificuldades de locomoção,
depende dela para as mais elementares necessidades. Reside na rua Maria Inácia
Santos, nº 13, no Conjunto Augusto Franco, em Aracaju.
Com a amiga Clemilda
Texto e imagens reproduzidos do site: radarsergipe.com.br
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