sexta-feira, 5 de julho de 2019

Idalvo Dias de Oliveira, o Meloso

Foto: César Cabral

Publicado originalmente no site RADAR SERGIPE, em 21/06/2019

Meloso

Idalvo Dias de Oliveira, o Meloso, nasceu no dia 2 de junho de 1941, em Salvador-Ba. Filho do alfaiate Anael Dias de Oliveira e D. Elizabete Fatel de Oliveira. Aos cinco anos de idade, foi morar com a tia Dunguinha, até completar 12 anos, quando resolveu encarar o mundo.

Foi aluno do curso primário do Centro Educacional Carneiro Ribeiro, localizado no Bairro Pau Miúdo, em Salvador. Quando o Circo José Bezerra fazia uma temporada em Salvador, próximo à sua casa, na Baixa de Quintas, Meloso fez amizade com o dono do circo e acabou arranjando emprego de “mata-cachorro”. Entre outras atividades, cavava buracos no terreno para armar o circo e ajudava a montar e desmontar toda estrutura.

Não demorou muito para conseguir um serviço mais “manêro”. Certo dia, a pessoa que fazia o ponto (lia textos, atrás da cortina para aguçar a memória dos atores e dava dicas) faltou e Meloso foi convidado para suprir a deficiência. Foi tiro e queda: saiu-se bem e agradou ao dono do Circo.

Com boa voz e uma ótima dicção, logo foi convidado para fazer locução no carro-de-som, divulgando a programação pelas ruas das cidades. Também não demorou para tornar-se apresentador e anunciantes das atrações, durante os espetáculos

Aos poucos, foi conquistando seu espaço dentro da companhia, sendo apresentador, locutor do carro-de-som, ponto, auxiliar de montagem e desmontagem e cavador de buracos.

Mais adiante, trocou o Circo José Bezerra pelo Circo Luzo Brasileiro, ocupando a função de apresentador dos espetáculos e locutor do carro-de-som, com o dobro do salário. Também passou a compor o elenco de atores das peças de teatro, apresentadas pelo circo.

A sua estreia como palhaço ocorreu na cidade de Pilar, Alagoas, por mero acaso do destino. O palhaço Xurupita resolveu abandonar o circo e o diretor, não tendo alternativa, pediu que o Idalvo assumisse o papel, dando-lhe o nome de “Palhaço Meloso”. Ele ficou nervoso, tremeu na primeira apresentação, mas, logo incorporou o papel.


Viajou pelo Brasil afora com o circo, principalmente pelo Nordeste. De passagem por Aracaju, resolveu deixar a Companhia e tentar seguir outro caminho. Criou, então, o espetáculo Meloso e as Garotas do Rebolado e começou a fazer apresentações pelo interior, em circos pequenos.

De passagem por Aracaju, resolveu abandonar o circo e tentar levar a vida por conta própria. Criou, então o espetáculo “Meloso e as Garotas do Rebolado”, e fez diversos shows pelo interior de Sergipe, Bahia e Alagoas, sempre em pequenos circos, alguns até sem cobertura. Comprou um fusca para viajar com quatro meninas, suas dançarinas, as quais tratava como muito respeito.

Logo conheceu a cantora Clemilda e passou a ajuda-la na produção do Programa “Forró no Asfalto”, que ela e o marido, Gerson Filho, apresentavam na Rádio Difusora. Através dela conheceu o médium Silva com quem começou a trabalhar, também. Silva lhe emprestava um carro-de-som para viajar com a sua trupe nos finais de semana. De terça a quinta, Meloso trabalhava para o médium Silva, fazendo propaganda do seu Centro, pelos bairros de Aracaju.

Em 1986, ele lançou o “Pastoril do Meloso”, com as meninas usando tanguinhas e saias curtas. Fez muitos shows nos pequenos circos e ganhou um bom dinheiro, chegando a comprar uma casa no Conjunto Augusto Franco, onde reside.

O “Pastoril do Meloso foi destaque até no Projeto Minerva, do Governo Federal, e no Globo Repórter, da TV Globo. Foi uma época de muito sucesso e chegou a gravar um LP na gravadora Continental, em São Paulo. O disco tinha músicas folclóricas e “Manuela”, de sua autoria, estourou nas paradas de sucesso.

Meloso começou a fazer rádio ao lado de Clemilda, na Rádio Difusora, atual Apeipê. Ajudava na produção do “Forró no Asfalto” e quando ela viajava ele apresentava o programa. Depois, apresentou o “Festança do Meloso”, na Rádio Jornal (na Av. Barão de Maruim). Também teve passagem pela Rádio Liberdade, com o programa “Liberdade Dentro da Noite”. Seu último trabalho no rádio sergipano foi na Rádio Aperipê, com Clemilda, a convite da professora Marlene Calumby, que era superintendente. É grato ao ex-superintendente Givaldo Ricardo, que muito o ajudou.

Seu último programa feito nos estúdios da Rádio Aperipê foi no dia 13 de novembro de 2015. Com problemas de saúde, ainda conseguiu fazer algumas participações, por telefone, até que no dia 23 de junho de 2016, encerrou, definitivamente, sua carreira de radialista.

Separado do primeiro casamento, convive há 38anos com Maria Josinete da Silva com quem teve três filhos. Com dificuldades de locomoção, depende dela para as mais elementares necessidades. Reside na rua Maria Inácia Santos, nº 13, no Conjunto Augusto Franco, em Aracaju.

Com a amiga Clemilda

Texto e imagens reproduzidos do site: radarsergipe.com.br

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