Praça está no marco zero da cidade
Prédio da antiga Alfândega, hoje Centro Cultural
Foto: Marco Vieira
Francisco dos Santos vende coco no entorno da praça há 20 anos
O busto do homenageado, general Valadão
Fotos: Silvio Rocha
Publicado originalmente no site da PMA, em 17/09/2018
Praça General Valadão marca início da capital projetada
Um lugar cheio de histórias fascinantes, que guarda
importantes construções históricas e leva o nome de um ex-governador do estado,
que defendia os interesses das classes mais populares no século 19. Essa é a
praça General Valadão, situada no Centro da cidade.
Inaugurada em 24 de outubro de 1924, a praça é considerada o
marco zero da cidade. Tudo começou quando o primeiro presidente da Província de
Sergipe Del Rey, Inácio Joaquim Barbosa, contratou o engenheiro militar
Sebastião José Basílio Pirro para planejar a cidade, fundada em 1855. A praça
estava dentro do chamado ‘quadrante de Pirro', que tinha como ponto inicial a
praça Fausto Cardoso e a partir do qual foi traçado o tabuleiro de xadrez,
dando forma à nova capital. O desenho se estendeu para os sentidos norte, oeste
e sul, e se desenvolveu a partir da antiga Alfândega, onde hoje funciona o
Centro Cultural de Aracaju.
No entorno da praça também está uma das primeiras
construções de Aracaju, o edifício da Cadeia Pública, que abrigava os presos no
Palácio Serigy, onde funcionou durante muitos anos a Secretaria de Estado da
Saúde. Ali também está o antigo hotel Palace, e o prédio mais alto de Sergipe,
o edifício Cidade de Aracaju, conhecido como Maria Feliciana.
Ao lado da praça também está o Beco dos Cocos, uma
importante rota de passagem de cargas de cocos, que já foi citado por Jorge
Amado em seus livros. Mantendo a tradição, o vendedor Francisco dos Santos, 63,
comercializa coco há 20 anos na praça. "Gosto muito daqui porque é
sossegado, apesar do movimento do comércio. Vem muita gente tomar água de coco
debaixo das árvores da praça", contou.
Nomes
De acordo com o pesquisador de história, Osvaldo Ferreira
Neto, a praça já recebeu diversas nomenclaturas. "Por muitos anos, a praça
foi chamada de Praça da Cadeia, Praça da Alfândega, Praça 24 de Outubro, data
em que é comemorada a emancipação política de Sergipe, e também já foi nomeada
praça Ciro Franklin de Azevedo, que foi um ex-governador do estado. Já foi a
Praça do Quartel, porque ali estava o antigo quartel do 28º Batalhão de
Caçadores, e por fim, General Valadão dá o nome à praça a partir da década de
20, ganhando um busto do homenageado", explicou.
Natural de Neópolis, Manuel Prisciliano de Oliveira Valadão,
mais conhecido como general Valadão, foi militar e político brasileiro. Ele foi
senador, deputado federal e governador de Sergipe em 1894, quando se destacou.
Fazia parte do grupo dos ‘Pebas', apelido que passou a identificar seu grupo
político à época. Quem também fazia parte desse grupo era o então deputado
estadual, Fausto Cardoso.
Diferente dos outros políticos, o general Valadão era um governante
liberal. Ele apoiava a república e lutava pelos direitos do povo. Era também
contra a escravidão e contra a monarquia. Com apenas 15 anos de idade,
alistou-se voluntariamente no exército brasileiro e, assim como o poeta
Francisco Camerino e o militar da Marinha Almirante Barroso, também participou
da Guerra do Paraguai em 1864. Ele faleceu aos 72 anos de idade. Não se sabe a
causa de sua morte.
Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br
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