Publicado originalmente no Facebook/Ana Luiza Libório, em 03/06/2018.
Ana Luiza Libório
Na esquina da Dom José Tomaz com a Riachuelo ficava a casa
da Dona Sassá. A antiguinha e aconchegante casa tinha acesso lateral pelo
portão de ferro do quintal de onde um pé de jasmim exalava o perfume
característico daquelas noites mornas e cheirosas da ainda pacata Aracaju.
E a cada soprada de brisa o jasmineiro impregnava a casa
cheia de senhorinhas que se reuniam, todas as noites, para assistir novela, no
caso Mulheres de Areia na sua primeira versão com Eva Wilma e Carlos Zara.
Fiz por um tempo parte daquele animado grupo e muito me
diverti ali. Íamos eu, Aurelina e Gusto acompanhando D. Pureza que não tinha tv
em casa.
No grupo uma delas era meio surda, a outra falastrona
gritava, uma mais quietinha calada num canto e aquela que não entendia nada!
Toda noite ao ver Eva Wilma, na introdução da novela, correndo na areia
perguntava: - “E o que quer essa mulher todo dia correndo pela praia?”
rsrsrs...
Apesar da alegria do encontro noturno o cenário era um pouco
tristonho, a luz trêmula e cálida a amarelar ainda mais a amarelada caiação das
paredes decoradas pelo piso em mosaico estampado de vermelhão, amarelo e
branco.
E o jasmim a inebriar, naquelas noites cheirosas, o meu
coração adolescente...
Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Ana Luiza Libório.
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