Foto: Marco Vieira
Publicado originalmente no site do Jornal da Cidade, em 26/06/2018
São João, tradição e muita diversão
Arraiá do Povo e Forró Caju reúnem multidões nas celebrações
juninas.
No ‘país do forró’, a celebração aos festejos juninos é
diária e somente acaba quando da chegada do mês de julho que, ainda assim, numa
espécie de período da ressaca, prolonga os arraiás pela capital e interior do
estado. Até lá, é programação diária ou semanal, animando multidões e
forrozeiros que vivenciam a tradição, aproveitam a modernidade da festa, gastam
e renovam as energias a cada dia. No último final de semana, o santo junino
mais famoso, São João, foi mais que celebrado numa disputa sadia de público em
Aracaju. Ao lado do Marco Zero da Cidade, o Forró Caju, arraiá colorido na
Praça Hilton Lopes. Do outro, à beira mar, o Arraiá do Povo, com apresentações
de quadrilhas e comidas típicas. Ambos, com a participação de artistas locais e
de renome nacional, que em diversos tons celebram o São João.
Há quatro anos com o selo de Encontro Nordestino de Cultura,
o Arraiá do Povo apresenta uma programação formada exclusivamente por artistas
que trabalham com a música tradicional junina e na valorização da cultura
nordestina. “Hoje temos uma inversão de estilos muito grande nas festas juninas
por todo o país. E o que procuramos fazer na programação do Arraiá do Povo é
dar continuidade a esse resgate do forró tradicional que é tão importante”,
afirmou o secretário de Estado da Cultura, João Augusto Gama.
Uma das atrações da primeira semana de festa foi Joquinha
Gonzaga, sobrinho de Luiz Gonzaga. Frisando que essa é uma festa com
autenticidade junina, Joquinha fez um apelo para que a tradição seja mantida.
“Essa festa mistura artistas locais e nacionais, mas não perde a essência e isso
deve ser espalhado por todo o país para que as pessoas venham e conheçam de
perto a cultura nordestina, o forró de verdade. E eu acho espetacular esse
espaço e essa festa porque aqui está tudo autêntico e é isso que o povo quer”,
afirma.
Complementando o pensamento de Joquinha, o produtor cultural
e superintendente da Secult, Irineu Fontes, demonstrou orgulho e amor pelo
forró, além de falar da magnitude das características da tradição junina. “Até
os cangaceiros dançavam o xaxado, o baião que está contido no forró. Então todo
esse ritmo que nós temos está na alma do nordestino, no DNA, se você muda isso,
você descaracteriza todo o festejo que é de comemoração aos santos e a música
junina. Eu costumo dizer que o arraiá é um oásis nesse país em respeito à
tradição, a música e a alma nordestina”, salientou.
No Forró Caju, que já chegou a edições com aproximadamente
30 dias de festa, a realização de festividades nos bairros, bem como na Praça
general Valadão e apresentações na Praça Hilton Lopes em seis dias,
multiplicaram forrozeiros e diversão.
“O Forró Caju voltou da melhor forma. Estes três primeiros
dias foram de muita alegria. Milhares de pessoas se divertiram com
apresentações de artistas variados, de todos os ritmos e gostos, que passaram
pelos palcos da festa trazendo alegria e felicidade. A retomada do Forró Caju
melhora a nossa autoestima e é também uma celebração de um ano e meio de muito
trabalho. Agora, a gente dá uma pausa, os forrozeiros podem descansar um pouco,
porque nos dias 28, 29 e 30, a festa volta para celebrar o São Pedro. Nosso
esforço é para que Aracaju volte a ser a capital brasileira do forró”, afirmou
o prefeito, que esteve presente na festa nos três primeiros dias do Forró Caju,
na Praça Hilton Lopes.
Um sucesso
Dentre as novidades que compõem a programação, o Arraiá
apresentou ao público a primeira edição da Escola de Dança, uma oficina para as
pessoas aprenderem dançar forró. A idealizadora da oficina foi Cecília
Cavalcante, membro do Conselho Estadual de Cultura, que teve essa ideia no ano
passado, colocando em prática nesta edição.
Foram convidados quatro grupos profissionais de dança para
fazer uma oficina de forró e animar os turistas, ensinando quem ainda não sabe,
para que essas pessoas possam curtir os shows depois. Cecília também expressou
sua gratidão aos profissionais que aceitaram o convite para contribuir com esse
encontro. “Eu deixo meu agradecimento para todos os profissionais porque foi
feito um convite, eles não participam do edital e não estão recebendo nenhum
tipo de valor para estarem aqui”, relatou.
Essa é a primeira edição da Escola de Dança no Encontro
Nordestino de Cultura, mas a expectativa de Cecília é que o projeto continue
nos próximos anos. “Acredito que é uma semente que está sendo plantada e só tem
a crescer, minha vontade é que esse tipo de atividade entre para o edital e
favoreça também os profissionais de dança do Estado para ensinar o nosso
forró”, destacou.
Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net
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