Foto: Reprodução Instituto Banese
Publicado originalmente no site: Portal79, em 04 de julho de 2018
O Samba de Pareia da Mussuca
Por Artur Farias
Por aqui, toda semana, visibilidade para as tantas
identidades que integram o nosso povo.
Este é o Sinal de Cultura. Bem vindo! Bem vinda!
O Samba de Pareia da Mussuca
O Samba de Pareia, segundo os mais antigos, surgiu nos
tempos do Brasil escravagista, entre os negros escravizados que trabalhavam nos
canaviais, como uma forma de ocupar o espaço do tempo de descanso que tinham ao
longo de sua jornada diária de trabalho. O nome viria do fato de ser dançado em
pares.
Na Mussuca, remanescência quilombola localizada no município
de Laranjeiras (SE), o Samba de Pareia é dançado por mulheres. Os homens
acompanham apenas como tocadores que sustentam o ritmo com dois tambores
médio-graves, uma cuíca e um ganzá, este tocado por uma das mulheres. O
principal elemento rítmico é o destaque da pisada marcante e harmoniosa dos
tamancos das dançadeiras.
Entre as singularidades desta identidade sergipana, destaca-se
o fato de estar relacionada ao nascimento. Isso vem dos antepassados, quando o
grupo já se apresentava para manifestar a alegria da chegada de mais uma
criança no povoado, como uma espécie de boas-vindas no seu décimo quinto dia de
vida.
A Mussuca fica a 23Km de Aracaju, capital sergipana e é uma
comunidade de remanescentes quilombolas que se empenham em manter vivas as
tradições herdadas de seus antepassados e antepassadas, como a Dança de São
Gonçalo e o Samba de Pareia. Nela, podemos destacar uma filha ilustre da
cultura sergipana: Dona Nadir, uma das responsáveis pelo resgate da tradição
cultural do município de Laranjeiras.
Dona Nadir carrega sempre um sorriso no rosto e deve estar
aí a disposição que encontrou para há quase 20 anos criar o ‘Reisado da Nadir’.
Um grupo que reúne meninas e meninos, para ajudar a manter a força do folclore
sergipano entre os mais jovens do povoado Mussuca. Como ela costuma afirmar por
onde passa: “na Mussuca todo mundo é família, assim fica mais fácil manter a
tradição”.
Texto e imagens reproduzidos do site: portal79.com.br
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