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Publicado originalmente do site A8 SE., em 16 de março de 2012
Aracaju e os 157 anos de História
Da Redação Portal A8 SE.
Como cidade projetada, Aracaju nasceu em 1855 por
necessidades econômicas. Uma assembléia elevou o povoado de Santo Antônio do
Aracaju à categoria de cidade e a transformou em capital, no lugar de São
Cristóvão, antiga sede da Província de Sergipe Del Rey. A transferência se deu
por iniciativa do presidente da Província, Inácio Barbosa, e do barão do Maruim
Provincial. A pequena São Cristóvão não mais oferecia condições para ser sede
administrativa e a pressão econômica do Vale do Cotinguiba - maior região
produtora de açúcar - exigia a mudança. Era preciso urgentemente a criação de
um porto que garantisse a escoação da produção.
Somente em 1865, a capital se firmou. Era o término de uma
década de lutas contra uma série de adversidades políticas, sociais e
estruturais. A partir dessa data, ocorre um novo ciclo de desenvolvimento, que
dura até os primeiros e agitados anos após a proclamação da República. Em 1884,
surge a primeira fábrica de tecidos, marcando o início do desenvolvimento
industrial. Em junho de 1886, Aracaju tinha uma população de 1.484 habitantes e
já havia a imprensa oficial, além de algumas linhas de barco para o interior.
Em 1900, inicia-se a pavimentação com pedras regulares e são
executadas obras de embelezamento e saneamento. As principais capitais do país
sofriam reformas para a melhoria da qualidade de vida dos habitantes. Aracaju -
que já nasceu na vanguarda - acompanhava o movimento nacional e, em 1908, é
inaugurado o serviço de água encanada, um luxo para a época. Em 1914 é a vez
dos esgotos sanitários e no mesmo ano chega a estrada de ferro.
Um tabuleiro de xadrez
Aracaju foi uma das primeiras capitais brasileiras a ser
projetada. O projeto desafiou a capacidade da engenharia da época, face à sua
localização numa área onde predominavam pântanos e charcos. O desenho urbano da
cidade foi elaborado por uma comissão de engenheiros, tendo como responsável
Sebastião Basílio Pirro.
Alguns estudos a respeito de Aracaju propagaram a idéia de
que o plano da cidade havia sido concebido a partir de modelos de vanguarda em
grandes centros urbanos da época - Washington (EUA), Camberra (Austrália),
Chicago (EUA), Buenos Aires (Argentina), etc.
Centro do poder político-administrativo, a Praça do Palácio
(atual Praça Fausto Cardoso), foi o ponto de partida para o crescimento da
cidade, pois todas as ruas foram ordenadas geometricamente, como um tabuleiro
de xadrez, para terminar no Rio Sergipe.
Até então, as cidades existentes antes do século XVII
adaptavam-se às respectivas condições topográficas naturais, estabelecendo uma
irregularidade no panorama urbano. O engenheiro Pirro contrapôs essa
irregularidade e Aracaju foi, no Brasil, um dos primeiros exemplos de tal
tendência geométrica.
Capitania de Sergipe
Logo após o descobrimento do Brasil, em 1500, algumas áreas
da nova colônia de Portugal encontravam-se em estado de guerra devido às
divergências culturais entre índios, negros escravos e os invasores de outros
países da Europa. A necessidade de conquistar a faixa territorial que hoje
compreende o Estado de Sergipe e acabar com as brigas entre índios, franceses e
negros, que não aceitavam o domínio português, era de extrema urgência para o
trono.
O local onde hoje se encontra o município de Aracaju era a
residência oficial do temível e cruel cacique Serigy, que, segundo Clodomir
Silva no "Álbum de Sergipe", de 1922, dominava desde as margens do
rio Sergipe até as margens do rio Vaza-Barris. Em 1590, Cristóvão de Barros
atacou as tribos do cacique Serigy e de seu irmão Siriri, matando e derrotando
os índios. Assim, no dia 1 de janeiro de 1590, Cristóvão Barros fundou a cidade
de São Cristóvão (mais tarde capital da província) junto à foz do Rio Sergipe e
definiu a Capitania de Sergipe.
Fonte: PMA
Texto e imagem reproduzidos do site: a8se.com
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