Fotos: Keizer Santos
Texto publicado originalmente no site do Portal Infonet, em 19 de agosto de 2019
Gabinete de Leitura de Maruim completa 142 anos de fundação
Criado em 1877, o Gabinete de Leitura de Maruim completa 142
anos de fundação nesta segunda-feira, 19. Uma pequena reforma está em execução
no prédio do “majestoso”, como é conhecido o Gabinete, por intermédio da
somação de recursos da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, do Ministério
Público e do Tribunal de Justiça com apoio da Academia Maruinense de Letras e
Artes.
Entenda
Em 1836, com a instalação da alfândega pelo então presidente
da Província de Sergipe, o Barão de Cotinguiba, Bento de Melo Pereira, a Vila
de Maruim tornou-se um importante centro econômico da região. O crescimento
atraiu investidores europeus com a fixação de consulados da Alemanha,
Inglaterra, Noruega e Suécia; e vice-consulados Nápolis e Áustria. O cônsul
alemão Otto Schramm, um dos grandes mentores do Gabinete de Leitura de Maruim,
integrou a primeira diretoria da instituição privada, que nascia como grande
difusora dos ideais liberais, abolicionistas e republicanos, segundo o
professor Dênio Azevedo. O livro Cartas de Maruim, do Núcleo de Cultura Alemã
de Sergipe, da Universidade Federal de Sergipe, destaca mensagens trocadas
entre Otto e sua tia Adolphine Schramm, onde se revelava a posse de um rico
acervo, que provavelmente foi transferido posteriormente para a criação do
Gabinete de Leitura.
Segundo historiadores, os Gabinetes de Leitura foram
introduzidos no Brasil pelos portugueses. Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia
inauguraram os primeiros gabinetes. Em Sergipe, os estudos registram a
existência dos gabinetes de leitura de Laranjeiras, Riachuelo, Tobias Barreto e
Maruim. Este último que permanece sendo o guardião da cultura maruinense há 142
anos. Os gabinetes de leitura surgem como herança europeia, inspirados nas
casas francesas, que emprestavam livros com a intenção de difundir a leitura.
Duas estátuas, uma de Clio e outra de Minerva se integram ao
projeto arquitetônico de Corinto Pinto de Mendonça, onde o prédio do Gabinete
de Leitura está situado na Praça Barão de Maruim. Local de discursos feitos por
grandes oradores da história sergipana, dos quais destacam-se Tobias Barreto,
Fausto Cardoso, Deodato Maia, Thomaz Cruz, Clodomir Silva, Felisbelo Freire,
Homero de Oliveira, Otto Schramm, José Quintiliano da Fonseca, Gumersindo
Bessa, e Pe. Leonardo Dantas. O Gabinete de Leitura de Maruim registrou em seu
acervo importantes obras de Voltaire, Rousseau, Júlio Verne, Michelet, Balzac,
M. A. Thiers, Antônio Feliciano de Castilho, Frédéric Soulie, I. F. da Silva e
L. A. Rebello da Silva, Sebastião da Rocha Pitta e Visconde de Taunay.
A professora Maria Lúcia Marques Cruz e Silva destaca a
Revista Litteraria, que pertencia ao Gabinete de Leitura de Maruim, cujo
objetivo era divulgar a instituição e difundir o gosto pela leitura. O órgão
foi um importante canal de interesses dos intelectuais, opositores do poder
público. A revista circulou no período de 1890 a 1891.
Por sua importância, o Gabinete de Leitura foi reconhecido
como Utilidade Pública Federal em 1º de outubro de 1919, através do Decreto nº
3.776, assinado pelo presidente da República, Epitácio Pessoa, por intermédio
do deputado federal Deodato Maia. Desde 1992, o Gabinete de Leitura foi
municipalizado pelo então prefeito de Maruim, Murilo Mota de Oliveira, que o
transformou em Biblioteca Pública Josias Vieira Dantas.
Lançamento
No dia 27 de agosto de 2019, a presidente da Academia
Maruinense de Letras e Artes, Maria Lúcia Marques Cruz e Silva, vai lançar o
livro intitulado “Maroim” (1836-1891), no Gabinete de Leitura de Maruim, como
parte das comemorações pelos 142 anos de fundação.
Fonte: Ascom/Prefeitura de Maruim
Texto reproduzido do site: infonet.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário