Foto reproduzida da página do Facebook/Capela Sergipe
Brasil.
Postada pelo blog SERGIPE, sua terra e sua gente, para ilustrar o presente artigo.
Imagem reproduzida do blog domingospascoal.blogspot
Publicado no blog de Domingos Pascoal, em agosto de 2017.
Emoções Incontidas.
Ontem tive um dia por demais prazeroso. Visitei cidades do
interior sergipano e pude sentir de perto o poder inebriante do calor humano
nessas localidades. Em Glória, fomos muito bem acolhidos por pessoas que vivem
a depositar com muita crença, dedicação e esforços incondicionados a maior
contribuição que o homem pode deixar para as gerações futuras: o conhecimento
em todas as suas vertentes - das cadeiras de escolas, das reiteradas leituras
que a todos deleitam e do apego à cultura, esta sedimentada ao longo da
formação de um vilarejo, de uma pequena cidade, de uma metrópole, de um País.
Cultura que deve ser preservada, porque é o passado a sedimentar o presente,
esse presente em constante movimento, que, por sua vez, cimenta, finca os
fortes e inabaláveis alicerces do futuro. Um futuro que será meu, seu, dele, de
nossos descendentes e dos deles, de muitos, enfim. E vi, através daquele
pequeno grupo de pessoas com as quais estive que em Glória existe extrema
preocupação com o saber. Glória é pujante, cresce em sabedoria e cresce no
segmento da economia, ergue-se sobranceira, importante para seus filhos, para
os filhos vindos de todas as paragens do grandioso território brasileiro, para
o visitante, desde o seu dia primeiro. Passei quase todo o dia nessa cidade de
gente simpática, hospitaleira e laboriosa, imbuída de vontade para crescer de
forma sustentável, e depois parti para a cidade de Capela.
Deparei-me com uma belíssima cidade, cidade que nos conduz
ao seu glorioso passado, logo que ali chegamos, a começar pelo portal de
entrada. Igrejas embelezadas com torres encantadoras, a nos crivarem de
admiração. Admiração devotada ao belo, à história do homem, criado à imagem e
semelhança do grande e Onipotente Criador. A imagem da Santa Padroeira, Nossa
Senhora da Purificação, leva-nos ao período barroco e nos enche de paz. A
escola Nossa Senhora da Purificação, em frente a uma praça, sempre olhando para
a igreja que me deleitou, foi construído em 1929 e está lá, firme, sendo um
solo fértil para o plantio de muitas sementes e sua germinação, gerando árvores
frondosas, frutíferas e responsáveis pelo engrandecimento da cidade:
proporciona o plantio e cultivo das sementes do saber.
Foram cerca de cinco horas em Capela, mas coroadas de
conhecimento e admiração por visitar e estar em ambiente tão acolhedor, formado
por pessoas com perfil cultural aprimorado, amantes da cultura, pessoas que se
abraçam, se compreendem, deixando emergir o sentimento de que ali existe a
pugna pelo bem-estar, pela felicidade somente alcançados através do calor
humano, fruto da importância que se dá ao que se faz de construtivo. Vi e senti
tudo isso na bucólica Capela, que, confesso, não cheguei a conhecer por
inteiro, mas, pelo pouco que vi e gostei, dá para afirmar que se trata de um
povo de valores admiráveis. Explico: foram cinco horas de construção. Fui
testemunha ocular da instalação de uma casa construída com a mais rica e
indestrutível matéria-prima que existe: o conhecimento global de seus
idealizadores e responsáveis pela sua construção, e que são responsáveis a
partir de agora pela sua manutenção e importância no seio do povo Capelense,
sendo criativos, realizadores e acolhedores.
Tive, assim, a honra de participar como convidada da
instalação da Academia Capelense de Letras e Artes. Honra que se ampliou por
ser esposa de um dos seus integrantes, o acadêmico Domingos Pascoal de Melo, e
poder ser partícipe na sua posse, apondo-lhe o distintivo maior: uma belíssima
pelerine, missão cumprida na companhia dos também acadêmicos de academias
coirmãs: o grande e conhecido escritor sergipano Saracura e a professora Maria
de São Pedro, que lhe entregaram medalha acadêmica e o certificado.
Momentos prazerosos, também justificados, quando ouvi o
discurso da primeira presidente, Professora Maria da Conceição, que ratificando
sua largueza de conhecimento como professora de História, como uma autêntica
historiadora, nos conduziu a uma Capela de ontem e de hoje. Foi um presente
para quem estava a assistir à solenidade de instalação daquele Sodalício.
Aplausos para a professora Conceição! Aplausos que podem ser estendidos a todos
os integrantes da academia, aos que expuseram suas ideias, falando no momento
festivo, e aos que foram diplomados na condição de Acadêmicos. Milhões de
aplausos para o ilustre patrono, Zózimo Lima. Sua trajetória de vida, sua
importância exemplar para as gerações que o sucederam e para aquelas que
precisam conhecer o que ele fez, levou-me às lágrimas. Não conhecia sua
trajetória, como também não o conhecia sequer, por foto, mas o que foi
mencionado no discurso acadêmico da professora Conceição foi de emoção
incontida.
E milhões de aplausos também devem ser dirigidos às
professoras: Maria Zuleide Moura e Thereza Maria Cabral pelas homenagens
recebidas como Acadêmicas Honorárias. Não é pouca coisa a trajetória das duas
professoras capelenses. Quanta emoção ver duas senhoras que, depois de anos de
contribuição ao povo de Capela, graças a sua abnegação ao saber, disseminando-o
a tantas pessoas que tiveram o privilégio de serem alunos seus! Sabe-se que
vida de professor é espinhosa, mas o professor vocacionado - caso das
homenageadas – abraça-a como se fosse uma missão aqui na Terra e como
missionário do ensino, quebra resistências, vence adversidades e forma
cidadãos. Presenciar o júbilo dessas guerreiras e missionárias ao receber o
Diploma Acadêmico, exibindo-o com orgulho e felicidade para todas as pessoas
presentes, foi um momento gratificante. Momento ímpar! Louvado o grande Maestro
Edson Dida, também empossado como acadêmico, elogio que estendo ao digno Coral,
formado por abnegados funcionários, a maioria aposentados, da Universidade
Federal de Sergipe.
Encantou-me, ainda, o reconhecido Cientista José Garrofe
Dória, filho de Capela, radicado em Brasília, que tomou posse como Acadêmico
Correspondente. Seu ar de satisfação durante toda a solenidade, sempre com um
largo sorriso de felicidade, aliado ao seu discurso de gratidão e amor à cidade
pôde ser sentido até mesmo por quem não tem emoção à flor da pele. Brilhante!
Validação e reconhecimento, sob o manto de gratidão filial, emergiam de Zózimo
Lima Filho, que não mensurou esforços para comparecer ao evento que o consagrou
Acadêmico Honorário, evento que, seguramente, concretizou um sonho do valoroso
povo capelense: a instalação dessa Casa de Saberes, que tem como espinha
dorsal, como seu patrono, o glorioso Zózimo Lima. Por fim, meus aplausos para
todos que, gentilmente, com suas importantes presenças, fizeram a solenidade de
instalação da Academia de Letras e Artes de Capela encher-me de incontida
emoção.
Texto reproduzidos do blog: domingospascoal.blogspot.com.br
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