domingo, 27 de agosto de 2017

Academia Capelense de Letras e Artes

Foto reproduzida da página do Facebook/Capela Sergipe Brasil.
Postada pelo blog SERGIPE, sua terra e sua gente, para ilustrar o presente artigo.

Imagem reproduzida do blog domingospascoal.blogspot

Publicado no blog de Domingos Pascoal, em agosto de 2017.

Emoções Incontidas. 
Por Maria das Graças Melo.

Ontem tive um dia por demais prazeroso. Visitei cidades do interior sergipano e pude sentir de perto o poder inebriante do calor humano nessas localidades. Em Glória, fomos muito bem acolhidos por pessoas que vivem a depositar com muita crença, dedicação e esforços incondicionados a maior contribuição que o homem pode deixar para as gerações futuras: o conhecimento em todas as suas vertentes - das cadeiras de escolas, das reiteradas leituras que a todos deleitam e do apego à cultura, esta sedimentada ao longo da formação de um vilarejo, de uma pequena cidade, de uma metrópole, de um País. Cultura que deve ser preservada, porque é o passado a sedimentar o presente, esse presente em constante movimento, que, por sua vez, cimenta, finca os fortes e inabaláveis alicerces do futuro. Um futuro que será meu, seu, dele, de nossos descendentes e dos deles, de muitos, enfim. E vi, através daquele pequeno grupo de pessoas com as quais estive que em Glória existe extrema preocupação com o saber. Glória é pujante, cresce em sabedoria e cresce no segmento da economia, ergue-se sobranceira, importante para seus filhos, para os filhos vindos de todas as paragens do grandioso território brasileiro, para o visitante, desde o seu dia primeiro. Passei quase todo o dia nessa cidade de gente simpática, hospitaleira e laboriosa, imbuída de vontade para crescer de forma sustentável, e depois parti para a cidade de Capela.

Deparei-me com uma belíssima cidade, cidade que nos conduz ao seu glorioso passado, logo que ali chegamos, a começar pelo portal de entrada. Igrejas embelezadas com torres encantadoras, a nos crivarem de admiração. Admiração devotada ao belo, à história do homem, criado à imagem e semelhança do grande e Onipotente Criador. A imagem da Santa Padroeira, Nossa Senhora da Purificação, leva-nos ao período barroco e nos enche de paz. A escola Nossa Senhora da Purificação, em frente a uma praça, sempre olhando para a igreja que me deleitou, foi construído em 1929 e está lá, firme, sendo um solo fértil para o plantio de muitas sementes e sua germinação, gerando árvores frondosas, frutíferas e responsáveis pelo engrandecimento da cidade: proporciona o plantio e cultivo das sementes do saber.

Foram cerca de cinco horas em Capela, mas coroadas de conhecimento e admiração por visitar e estar em ambiente tão acolhedor, formado por pessoas com perfil cultural aprimorado, amantes da cultura, pessoas que se abraçam, se compreendem, deixando emergir o sentimento de que ali existe a pugna pelo bem-estar, pela felicidade somente alcançados através do calor humano, fruto da importância que se dá ao que se faz de construtivo. Vi e senti tudo isso na bucólica Capela, que, confesso, não cheguei a conhecer por inteiro, mas, pelo pouco que vi e gostei, dá para afirmar que se trata de um povo de valores admiráveis. Explico: foram cinco horas de construção. Fui testemunha ocular da instalação de uma casa construída com a mais rica e indestrutível matéria-prima que existe: o conhecimento global de seus idealizadores e responsáveis pela sua construção, e que são responsáveis a partir de agora pela sua manutenção e importância no seio do povo Capelense, sendo criativos, realizadores e acolhedores.

Tive, assim, a honra de participar como convidada da instalação da Academia Capelense de Letras e Artes. Honra que se ampliou por ser esposa de um dos seus integrantes, o acadêmico Domingos Pascoal de Melo, e poder ser partícipe na sua posse, apondo-lhe o distintivo maior: uma belíssima pelerine, missão cumprida na companhia dos também acadêmicos de academias coirmãs: o grande e conhecido escritor sergipano Saracura e a professora Maria de São Pedro, que lhe entregaram medalha acadêmica e o certificado.

Momentos prazerosos, também justificados, quando ouvi o discurso da primeira presidente, Professora Maria da Conceição, que ratificando sua largueza de conhecimento como professora de História, como uma autêntica historiadora, nos conduziu a uma Capela de ontem e de hoje. Foi um presente para quem estava a assistir à solenidade de instalação daquele Sodalício. Aplausos para a professora Conceição! Aplausos que podem ser estendidos a todos os integrantes da academia, aos que expuseram suas ideias, falando no momento festivo, e aos que foram diplomados na condição de Acadêmicos. Milhões de aplausos para o ilustre patrono, Zózimo Lima. Sua trajetória de vida, sua importância exemplar para as gerações que o sucederam e para aquelas que precisam conhecer o que ele fez, levou-me às lágrimas. Não conhecia sua trajetória, como também não o conhecia sequer, por foto, mas o que foi mencionado no discurso acadêmico da professora Conceição foi de emoção incontida.

E milhões de aplausos também devem ser dirigidos às professoras: Maria Zuleide Moura e Thereza Maria Cabral pelas homenagens recebidas como Acadêmicas Honorárias. Não é pouca coisa a trajetória das duas professoras capelenses. Quanta emoção ver duas senhoras que, depois de anos de contribuição ao povo de Capela, graças a sua abnegação ao saber, disseminando-o a tantas pessoas que tiveram o privilégio de serem alunos seus! Sabe-se que vida de professor é espinhosa, mas o professor vocacionado - caso das homenageadas – abraça-a como se fosse uma missão aqui na Terra e como missionário do ensino, quebra resistências, vence adversidades e forma cidadãos. Presenciar o júbilo dessas guerreiras e missionárias ao receber o Diploma Acadêmico, exibindo-o com orgulho e felicidade para todas as pessoas presentes, foi um momento gratificante. Momento ímpar! Louvado o grande Maestro Edson Dida, também empossado como acadêmico, elogio que estendo ao digno Coral, formado por abnegados funcionários, a maioria aposentados, da Universidade Federal de Sergipe.

Encantou-me, ainda, o reconhecido Cientista José Garrofe Dória, filho de Capela, radicado em Brasília, que tomou posse como Acadêmico Correspondente. Seu ar de satisfação durante toda a solenidade, sempre com um largo sorriso de felicidade, aliado ao seu discurso de gratidão e amor à cidade pôde ser sentido até mesmo por quem não tem emoção à flor da pele. Brilhante! Validação e reconhecimento, sob o manto de gratidão filial, emergiam de Zózimo Lima Filho, que não mensurou esforços para comparecer ao evento que o consagrou Acadêmico Honorário, evento que, seguramente, concretizou um sonho do valoroso povo capelense: a instalação dessa Casa de Saberes, que tem como espinha dorsal, como seu patrono, o glorioso Zózimo Lima. Por fim, meus aplausos para todos que, gentilmente, com suas importantes presenças, fizeram a solenidade de instalação da Academia de Letras e Artes de Capela encher-me de incontida emoção.

Texto reproduzidos do blog: domingospascoal.blogspot.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário