Fotos: Emanuel Rocha
Publicado originalmente no site da AGÊNCIA SERGIPE DE
NOTÍCIAS (ASN), em 03/05/2019
Monumento Grota do Angico: onde preservação ambiental,
pesquisa e turismo de aventura andam lado a lado
O Monumento Natural da Grota do Angico é uma unidade de
conservação criada e mantida pelo Governo do Estado desde o ano de 2007 e que
tem uma importância fundamental para a preservação da Caatinga
O local, além de deter de elementos culturais importantes
para o Estado, mantém a integridade dos ecossistemas naturais da Caatinga,
sendo campo de desenvolvimento de pesquisa científica, educação ambiental e
ecoturismo
A Caatinga é um tipo de bioma exclusivamente brasileiro e se
caracteriza por um ecossistema ligado ao semiárido. O termo vem do
tupi-guarani, que significa floresta branca, devido ao desfolhamento em alguns
meses do ano. Típica da região Nordeste do país, cobrindo uma área de 734.478
km2, ou cerca de 70% do território nordestino, a Caatinga é uma das mais
significativas reservas em Sergipe que, atualmente, possui mais de 2.400
hectares preservados. A região também é berço de diversas espécies animais,
além de árvores baixas com troncos tortuosos, cactáceos e plantas espinhosas.
Segundo o último relatório do Ministério do Meio Ambiente, a
Reserva Monumento Natural Grota do Angico, que é uma Área de Proteção Ambiental
de Caatinga entre os municípios de Poço Redondo e Canindé de São Francisco, no
Alto Sertão Sergipano, abriga 25 espécies de mamíferos; 150 de aves; 45 de
répteis e anfíbios; e 180 de vegetais. A reserva foi criada pelo Governo do
Estado, sendo administrado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano
e Sustentabilidade (Sedurbs), por meio da Superintendência de Recursos Hídricos
e Meio Ambiente.
“O Monumento Natural da Grota do Angico é uma unidade de
conservação criada e mantida pelo governo do Estado desde o ano de 2007, que
tem uma importância fundamental para a preservação da nossa Caatinga e da fauna
também daquela região, ou seja, da biodiversidade. As ações de conservação
empenhadas ali, mostram o compromisso do Governo com o meio ambiente e com a
nossa caatinga, disponibilizando estrutura e área de reserva para a sociedade,
para os que fazem estudos pesquisa e, também, para os amantes do ecoturismo”,
explica o superintendente especial dos Recursos Hídricos e Meio Ambiente,
Ailton Rocha.
As ações citadas por Ailton se evidenciam pelo intenso
trabalho de conservação desenvolvido no local. "Temos estudos que
comprovam que 25% da remanescente de caatinga original foi devastado e isso tem
a ver com o avanço socioeconômico das cidades que fazem parte deste
ecossistema. Mas, em Sergipe, os mais de dois mil hectares da reserva são
completamente protegidos e servem como campo de pesquisa para estudiosos do
mundo tempo. O trabalho tem dado tão certo que alguns animais, endêmicos da
área, já apresentam um crescimento populacional. E isso é resultado das ações
de conservação", detalha o gerente de Meio Ambiente da Sedurbs, Elísio
Marinho.
A reserva ainda é morada de alguns animais e plantas
endêmicos -- àqueles que só existem em determinada região -- e são objetos de
estudos de diversos pesquisadores. “Existem 3 espécies de mamíferos endêmicas
como, por exemplo, o Mocó (Kerodon rupestres), 30 espécies de plantas, entre
elas o Umbu (Spondias tuberosa) e o Mandacaru (Cereus mandacaru), além de 14
espécies de aves, incluindo o Casaca de Couro (Pseudoseisura cristata) e o
cardeal do nordeste (Paroaria dominicana)”, descreve o mestrando em Ecologia e
Conservação e pesquisador, Tarcísio Dourado.
Entre as árvores da região, destaca-se a craibeira (Tabebuia
aurea) que, além de exuberante beleza, povoa uma das mais conhecidas crendices
regionais. É que, na sabedoria popular, a presença da árvore induz à
proximidade de água. Ou seja: a craibeira é sinal de sorte.
Turismo e pesquisa
O Monumento Natural Grota do Angico está localizado a cerca
de 200km da capital sergipana e é aberto à visitação. O local, além de deter de
elementos culturais importantes para o Estado, mantém a integridade dos
ecossistemas naturais da Caatinga, sendo campo de desenvolvimento de pesquisa
científica, educação ambiental e ecoturismo.
Além de todo o arquétipo natural, a região ainda é um dos destinos
turísticos mais procurados do Alto Sertão. E isso se dá pelo contexto histórico
atrelado ao turismo de aventura. “Sou vigilante do parque e, como conheço bem
toda a área, também atuo como guia turístico nos dias de folga. O Monumento é
muito rico em diversos aspectos. Aqui é área de pesquisa científica, mas também
é ponto de visitação de gente de tudo que é canto. Sobretudo daqueles que
gostam de turismo de aventura e história. Dentro do Monumento está o local onde
ocorreu o massacre de Lampião e todo seu bando. Então, muita gente vem aqui pra
conhecer um pouco mais sobre o cangaceiro mais famoso do Brasil”, relata James
Cardoso.
A Secretaria de Estado do Turismo (Setur), também tem
algumas parcerias com empresas que exploram a região. O objetivo é fomentar à
divulgação turística deste importante destino.
Texto e imagens reproduzidos do site: agencia.se.gov.br
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