Publicado originalmente no site AJN 1, em 18/08/2017
Museu Histórico de Sergipe
Por Cláudia Lemos.
Quarta cidade mais antiga do Brasil, São Cristóvão se
destaca pelo rico patrimônio histórico, que atrai visitantes de Sergipe e de
outras partes do país. Neste contexto destaca-se o Museu Histórico de Sergipe.
Localizado no coração da praça São Francisco, Centro Histórico de São
Cristóvão, o Museu é um marco na vida cultural sergipana. São 57 anos reunindo
um acervo valiosíssimo sobre o patrimônio cultural do estado, sua gente,
curiosidades e é claro, arte. Para quem desejar conhecer o local, que já foi
prédio do Palácio Providencial (quando São Cristóvão era a Capital sergipana),
cadeia, escola e câmara dos vereadores, toda a visita é guiada por
especialistas, o que remete ao visitante entrar num contexto totalmente
embasado sobre o passado do estado, a partir de sua própria identidade.
Fundado pelo governador do estado, na época, Luís Garcia, o
Museu Histórico de Sergipe fez uma verdadeira revolução ao compor todo o acervo
do local a partir de doações feitas pelos próprios sergipanos. A pedido do
governador, os jornais da época solicitaram que as pessoas doassem objetos que
tivessem relação direta com a formação cultural e artística dos sergipanos.
Essa participação da sociedade na construção do MHS foi considerado um ato de
extrema ousadia por parte dos organizadores do espaço. Assim, o museu nasceu
com a vocação de ser um núcleo de centralização das coisas de Sergipe. “Uma
parte considerável veio de doações, enquanto outras peças foram adquiridas
através do governador oriundas de pessoas que colecionavam arte, como por
exemplo, José Augusto Garcez, considerado o primeiro museológico do estado”,
relembrou a coordenadora de Museologia do MHS, Rosângela Reis.
Outra particularidade que vale a pena ser ressaltada é que a
primeira Composição Expográfica do museu foi realizada pelo renomado artista
plástico, Jenner Augusto – dando ao MHS um Know-how já em seus primeiros dias
de vida. “Outro ponto alto do acervo são as peças referentes ao pintor, Horácio
Pinto da Hora, que possui uma sala dedicada exclusivamente ao seu trabalho,
como forma de homenagear este laranjeirense reconhecido no mundo inteiro”,
contou Rosângela.
Outro detalhe sobre Horácio Pinto da Hora e que pode ser
visto no MHS foi o desenho em grafite feito por ele retratando o assassinato de
Maria da Conceição, onde o autor do crime, seu amante, o desembargador José
Cândido Pontes Figueroa usou requintes de crueldade para executá-la. O caso
chocou o Brasil, tanto que Horácio Pinto da Hora desenhou, estilo revista em
quadrinhos, o passo-a-passo do ocorrido. A riqueza dos detalhes chama atenção.
Ao todo, o MHS oferece 13 salas para visitações, sendo
algumas salas permanentes e outras temporárias, que recebem exposições
itinerantes ou que comportar peças oriundas do próprio museu (expostas em
ocasiões especiais). Então, trata-se de um museu orgânico, com mudanças visuais
realizadas constantemente. Uma sala exclusivamente composta por peças sobre o
cangaço (criada para matar a curiosidade dos turistas, contendo peças como
punhais, utensílios e roupas) também pode ser visitada.
O portal da Ordem dos Carmelitas, localizado praticamente na
porta do MHS, dá às boas-vindas aos visitantes assim que estes adentram o
museu. Um detalhe que deve ser contado é que o tapete vermelho, já na entrada
do museu simboliza a visita de D. Pedro II a São Cristóvão em 1860. Outro ponto
e que virou uma grande atração são alguns dos canhões usados na Guerra de
Canudos (que passaram recentemente por um processo delicado de restauração).
Detalhe: Para adentrar ao MHS, o visitante precisa usar as
tradicionais pantufas, para não desgastar o assoalho que por si só já uma
obra-de-arte. Conhecer o MHS é a certeza
de uma deliciosa viagem. Venha conhecer!
Texto e imagens reproduzidos do site: ajn1.com.br
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