Foto: André Moreira
Publicado originalmente no site do Jornal da Cidade, em abril/2018
Mercados de Aracaju: sergipanos dão dicas aos turistas
Jornal da Cidade pediu algumas dicas a sergipanos que
frequentam e curtem os mercados do centro de Aracaju
Mercados de Aracaju: sergipanos dão dicas aos turistas
Por Max Augusto (Equipe JC)
Uma das maneiras mais gostosas de conhecer a cultura e os
hábitos dos moradores de uma cidade é conhecer o mercado local. Nas capitais do
Nordeste isso não é diferente, a visita é obrigatória. Mas em meio a uma
profusão de cores, sabores, cheiros, artesanatos e coisas desconhecidas para
quem é de fora, às vezes é difícil aproveitar bem o passeio.
Pensando nisso, o Jornal da Cidade pediu algumas dicas a
sergipanos que frequentam e curtem os mercados do centro de Aracaju. Onde
comer, comprar, o que visitar... confira o que pode deixar o seu passeio (ou o
de seu amigo que está na cidade) muito mais interessante, autêntico e
divertido.
A primeira dica é da jornalista Paula Azevedo: No mercado
Antônio Franco, não deixe de visitar a banca do senhor Careca. Uma placa indica
onde está uma das figuras mais conhecidas do mercado. Chegando lá, acha-se de
tudo: artesanato, utensílios pra cozinha, decoração... Mas imperdível é o papo
bem-humorado com Careca, um figuraça. Segundo Paula, a conversa com ele é uma
lição de vida.
Para quem gosta de poesia e das tradições nordestinas, a
jornalista destaca ainda as bancas de literatura de cordel, que ficam logo após
a passarela das flores. Cada vez mais raras no Nordeste, são de grande
importância, ao registrar de forma tradicional temas da cultura local.
ERVAS E ARTESANATO
Já o analista em Tecnologia de Informação, Sandro Stéfano,
contou ao JORNAL DA CIDADE que já recebeu alguns estrangeiros em Aracaju, e que
eles adoraram o mercado, ficam muito animados principalmente com as bancas de
frutas tropicais, ervas e o artesanato. A administradora Cintia Cris também fez
questão de lembrar o mercado de ervas. “Acho o máximo”, disse ela.
Se você ficou na dúvida em levar um estrangeiro naquela
área, por conta da limpeza, Sandro diz que não ouviu nenhum comentário a
respeito – e pessoalmente opina que o nosso mercado é relativamente limpo,
comparado a outros do Brasil.
GOSTO DO INTERIOR
A pedagoga Mayra Oliveira acha que o mercado é um verdadeiro
resumo do que é o povo sergipano. “O mercado mostra todo o povo sergipano, é
possível conferir um pouco de cada município sergipano por lá. Mato a saudade
do interior quando estou lá, seja comendo um queijo ou comprando uma sandália
de couro, a famosa priquitinha”, diz ela.
Mayra contou ainda que quando está com turistas, após o
passeio no mercado, costuma levá-los para almoçar no Caçarola – um restaurante
self-service, que fica em cima do mercado de artesanato. Possui também opções à
La Carte, com cardápio de comidas típicas, mas o buffet é variado, com saladas
e outras coisas mais pra quem não quer sair da dieta.
O radialista Antônio Vicente é da mesma opinião. Ele avalia
que o artesanato ainda é o ponto forte do mercado, mas acha legal mostrar aos
visitantes a culinária do lugar. “A gente mora numa cidade praiana e sempre
falam em caranguejo, mas eu prefiro um pirão de capão. Sergipe é bem mais que
esse bicho e aquela quebradeira horrorosa”, disse Antônio. Ele ainda garante
que a visita pode ser uma oportunidade fantástica para conhecer o lado humano,
as pessoas de Aracaju.
O advogado Christian Porto Cardoso, é da mesma opinião: ele
garante que os estrangeiros, principalmente, adoram o mercado de ervas e as
frutas. “Frutas tropicais são muito caras em países europeus ou na América do
Norte. Com 50 reais o cara comprar todos os tipos de fruta que vendem no
mercado. Há ainda tempero seco e erva para chá, um lugar que se deve visitar
com tempo. Como dá pra levar de volta pro país deles, tem que ver bem tudo e
escolher o que levar”, alerta Christian.
MOÇA VIRGEM
A designer Analu Andrade também garante que o almoço no restaurante
Caçarola é parte imperdível da visita, e dá as suas dicas do irreverente menu.
Na sobremesa, a onda é pedir a "moça virgem" - duas bolas de sorvete
de tapioca, com uma banana flambada estrategicamente entre elas. Ou a
"velha fogosa", que leva sorvete de tapioca e goiabada. E não se pode
esquecer o "negão gostoso", com chocolate.
“Para quem gosta de aventura, tem ainda o sarapatel embaixo
do Caçarola. Superanimado e jeitão de boteco, muito famoso. Vale experimentar”,
diz ela.
ARRIBACÃO
A advogada Juliane Garcia, que também destacou a sobremesa
do Caçarola, dá outra dica muito boa: o restaurante do sanfoneiro Zé Américo.
Com muitos pratos típicos do agreste sergipano, a melhor pedida é o
“arribacão”, um ‘baião de dois’ bem temperado. Acompanha bem uma carne do sol
ou bisteca de porco. Muitas vezes Zé Américo pega o seu acordeão e dá uma canja
por lá, vale conferir.
MAIS OPÇÕES
Christian Porto acha que de manhã cedo é o melhor horário
para ir ao mercado, mas que o almoço é uma boa opção também, principalmente
porque às vezes há um grupo de senhores tocando samba e chorinho, o que dá um
charme especial ao passeio. Ele concorda que o Caçarola é o mais famoso e mais
organizado, mas destaca que os restaurantes de baixo são diferenciados.
“Você realmente vê o movimento, vê as pessoas passando, os
vendedores... E ainda dá para comprar a castanha direto do vendedor, para tira
gosto, assim como o doce da sobremesa”, diz ele, lembrando que o café da manhã
no mercado é tradicional para muitos sergipanos.
Ele ainda lembra que há diversos tipos de cachaça, mas
opina: “São só para botar na estante”, diz ele, se referindo àquelas com
rótulos engraçadinhos, nomes de duplo sentido (ou diretos mesmo), ou ainda com
cobra, caranguejos e aranhas dentro. E isso é só um pouco do que pode ser
encontrado por lá...
Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net
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