SENTA QUE LÁ VEM HISTÓRIA - POR OSVALDO FERREIRA NETO - 24/01/2018
João Mulungu: Um lutador do povo sergipano
Por Lorenzo Henriques
Laranjeirense da Cotinguiba, João Mulungu nasceu em 1851,
numa senzala do Engenho Flor da Roda. Negro forte, de traço nagô, era escravo
de João Pinheiro Fraga. Jovem, presenciou sua mãe morrer por chicotadas. Em
1868, conseguiu fugir do seu proprietário, que tentou sem êxito prender o
valente Mulungu.
Então começou a organizar levantes com outros negros
revolucionários, colaborando com a libertação de milhares de escravos dos
engenhos sergipanos em Capela, Divina Pastora, Maruim, Rosário do Catete, Santo
Amaro, Carmópolis, Siriri, Riachuelo e Laranjeiras. Com isso, acabou provocando
a ira de muitos senhores e barões do açúcar. A cabeça do líder negro dos
quilombos foi exigida ao presidente da província.
E em 03 de janeiro de 1876, João Ferreira de Araújo Pinho
decretava sua prisão. Entretanto, foram várias tentativas frustradas de
captura. Mulungu era apoiado por uma rede de solidariedade. Sempre fugia por
entre as matas.
Até que em 19 de janeiro de 1876, o negro Severino delatou
onde João se encontrava. Preso pelo tenente João Batista da Rocha, foi levado
para Divina Pastora. Logo após, para a Cadeia Pública em Aracaju (Localizada na
Praça General Valadão, atual Palácio Serigy). Mais tarde condenado à morte.
É preciso reafirmar a importância da memória dos homens e
mulheres que deram a vida por liberdade, justiça social e igualdade em nosso
amado Sergipe. E João Mulungu foi um desses lutadores.
Este conteúdo foi originalmente publicado na versão impressa
(Edição 0) da Expressão Sergipana.
Texto e imagem reproduzidos do site: expressaosergipana.com.br
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