Foto: André Moreira/Reproduzida do site: aracaju.se.gov.br
Postada pelo blog MTéSERGIPE, para ilustrar o presente artigo.
Mercados municipais são polos da cultura sergipana
Uma das regiões mais lembradas quando se pensa na cidade de
Aracaju é a dos mercados municipais. Os antigos mercados Antônio Franco e
Thales Ferraz foram recentemente revitalizados seguindo os projetos
arquitetônicos originais...
O Thales Ferraz e o Antônio Franco ficam ao lado da praça
Hilton Lopes, onde são realizados grandes eventos na cidade de Aracaju - a
exemplo do Forró Caju. A região se tornou um importante centro abastecimento
comercial muito prestigiado pela população devido à diversidade de produtos que
oferece. Grãos, hortaliças, frutas, peixes e frutos do mar em abundância enchem
os olhos de quem visita o local.
A região, onde podem ser encontradas sandálias de couro,
brinquedos, redes, vasos e esculturas de cerâmica, flores, animais, banhos de
descarrego, violeiros, quituteiras, feirantes, e cordelistas convivendo em
harmonia, é o local de trabalho de centenas de sergipanos, que fazem a história
dos mercados de Aracaju em muitas cores e sons.
Tradição
O costume de tratar de doenças com ‘banhos' e ervas
medicinais, por exemplo, ainda é constatado através da grande presença de
bancas que vendem os produtos no mercado. Exemplo disso é a banca de Maria José
Silva, onde podem ser encontradas ervas ‘in natura' e chás que prometem curar a
mais variada lista de enfermidades. Segundo ‘Dona Josefa' (como a comerciante é
mais conhecida), apesar dos avanços da medicina tradicional, o tratamento
alternativo ainda é bastante procurado pela população de todas as classes sociais.
"Eu trabalho há 50 anos aqui no mercado, sempre
vendendo minhas ervas. Por aqui vejo passar todo o tipo de gente e acontecer
todo o tipo de coisa. Em todo esse tempo, as pessoas nunca deixaram de procurar
os chás para resolverem problemas de saúde, por confiarem nas minhas
indicações", afirma. Dona Josefa
A vendedora de flores Josefa Cifrônia conta com orgulho que
sempre tirou o sustento das vendas no mercado. Hoje trabalhando na Passarela
das Flores - entre o Thales Ferraz e Albano Franco -, Josefa se diz satisfeita
com a clientela conquistada. "Vinha para o mercado quando ainda era
pequena para acompanhar meu pai, que também era florista, e hoje continuo com o
ofício da família, com muito prazer", declara.
Josefa conta ainda que sua clientela é, na maioria, composta
pelo público feminino. "A maioria das pessoas pensam que quem mais compra
flores são os homens, mas não é. As mulheres gostam mais de comprar, tanto para
presentear quanto para enfeitar a casa. Sou muito realizada trabalhando com flores
e com a minha clientela, que é fiel", aponta.
A história do cangaceiro Lampião e a do rei do baião, Luiz
Gonzaga, são as mais procuradas dentre os livretos de cordel vendidos na banca
de João Firmino Santana Cabral. De acordo com o filho do cordelista, Joel
Santana Cabral, apesar do sucesso dos versos populares que contam histórias se
utilizando de vocabulário típico da região nenhum dos filhos de ‘Seu José
Firmino' seguirá o caminho do pai. "Meu pai escreve cordel há 51 anos e eu
o ajudo na banca aqui do mercado Thales Ferraz há 16. Gosto muito de ler as
histórias, mas infelizmente não tenho o dom de escrever. Quem sabe algum neto
dele se interesse", opina.
Doce de pimenta
A arte de produzir alimentos à base de pimenta levou a
aracajuana Ângela Maria Santos, trabalhadora do mercado Albano Franco, a um
programa de culinária da TV Globo. O doce de pimenta, a geléia de pimenta e até
o tradicional molho à base de pimenta, apresentados pela sergipana, levaram o
nome do Mercado Municipal Albano Franco ao conhecimento do Brasil inteiro.
"A experiência de ter saído de Aracaju para mostrar um
pouco da nossa cultura foi maravilhosa. Mas, apesar de ter achado o Rio de
Janeiro uma cidade linda, não troco minha cidade por nada. O privilégio de
trabalhar aqui, às margens do rio Sergipe, e de fazer tantos amigos aqui no
Mercado, fazem a gente superar todas as dificuldades do dia a dia",
comemora.
Texto reproduzidos do site: vermelho.org.br
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