Publicado originalmente no site do Cinform, em 23 de abril de 2018
Amendoim sergipano: único
Por Juliana Paixão
Para achar alguém vendendo amendoim cozido em Aracaju basta
dar uma volta. As chances de encontrar a iguaria no primeiro carrinho de
frutas, espalhados pelas esquinas da cidade são grandes. O que muitos
sergipanos não sabem é que esse amendoim é pouco conhecido em outras regiões do
país, já que seu modo de preparo é exclusivo de Sergipe.
A sergipana Fátima dos Santos, que mora no Rio de Janeiro há
vinte anos, sempre que tem uma oportunidade de comer o amendoim de Sergipe
aproveita. “Aqui no Rio não tem amendoim, a gente que é nordestino é que
conhece, então a gente sempre pede para trazer quando vem alguém daí. O
amendoim de Sergipe é muito mais gostoso, o daqui só vende em supermercado e
tem que torrar em casa. É difícil a gente chegar em uma feira aqui e procurar
amendoim, ninguém conhece, só sergipano mesmo”, conta.
Plantado no começo do período de chuva, entre o final de
abril e começo de maio, o amendoim demora de dois meses a três meses para ser
colhido. Após o período ele pode ter dois preparos. Em um, a leguminosa é
colocada para secar e depois torrada. Já no outro preparo após lavar a vagem do
amendoim ele é cozido com água, sal e limão.
SEAGRI
Segundo a assessoria da Secretaria de Estado da Agricultura,
Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri), em 2017 foram produzidas 1.859
toneladas da leguminosa. “Esse resultado está dentro da média estadual, tomando
como base os anos anteriores: 2014 com 1.786, 2015 com 1.912 sofrendo uma queda
em 2016, que resultou na produção de 992 toneladas pelo fato de ter sido o ano
mais crítico em termos de estiagem. A seca de 2016 atingiu inclusive os
perímetros irrigados com a baixa das barragens públicas”.
O município de Itabaiana teve a maior área irrigada no
perímetro da Ribeira, com 356 toneladas de amendoim, sendo seguida dos
perímetros Piauí, em Lagarto, com 147 toneladas, 63 toneladas em Jacarecica II,
em Malhador, e Jacarecica I também em Itabaiana, com 36 toneladas.
“É importante dizer que o modo de preparar o amendoim verde
cozido, depois de arrancado da terra e cozido na água, sal e limão, virou
Patrimônio Imaterial de Sergipe no ano de 2013, através do Projeto de Lei
aprovado na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese)”
Lei 7.682/2013
Em 2013 a deputada Ana Lucia conseguiu que o projeto de lei
nº 7.682/2013 fosse aprovado, tornando o amendoim um Patrimônio Imaterial de
Sergipe, porém a parlamentar conta que a lei trouxe apenas impacto cultural
para o estado.
“Infelizmente, o impacto foi apenas cultural. O fato de ter
virado Patrimônio Imaterial de Sergipe foi muito bem aceito pela população,
porém até o momento o Governo do Estado não priorizou e não criou ações para
que toda a cadeia produtiva que existe em torno do amendoim, desde o pequeno
produtor ao vendedor, fosse valorizada”, comenta.
Cuidado
A nutricionista Rafaela Batalha faz um alerta em relação ao
consumo,já que como o amendoim possui umidade pelo seu armazenamento no
solo,pode causar a contaminação.
“A aflatoxina é uma micotoxina que causa alergia. Por isso
tem a Abicab, que dá um selo de qualidade a alimentos com essa matéria prima. É
tolerado o consumo de 20 gramas dessa substancia por dia”, comenta.
Porém, o amendoim em quantidades certas pode ser um aliado
na dieta, pois garante saciedade. “Ele garante saciedade. Rico em ácido graxos
insaturados, fibras, vitaminas, minerais e fitoquímicos. É rico em fitoesterois
também, que tem estrutura parecida com o colesterol, driblando a absorção deste
pelo corpo. É como se você “enganasse” o corpo, na hora que vê o fitoesterol,
ele absorve e isso ajuda a reduzir os níveis deLDL”, explica.
Texto e imagens reproduzidos do site: cinform.com.br
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