Foto reproduzida do site: comunicacaovip.com.br
quinta-feira, 30 de novembro de 2017
Viva o FASC
Imagem - divulgação, postada pelo 'Blog Minha Terra é SERGIPE',
para ilustrar o presente artigo.
Texto publicado originalmente no Facebook/Amaral Cavalcante, em 29/11/2017
Viva o FASC
Por Amaral Cavalcante
Recebo como uma homenagem à minha geração a iniciativa da
Prefeitura de São Cristóvão de reeditar o Festival de Artes, principalmente
quando assistimos ao intenso besteirol de eventos ditos “culturais”que ocupam a
agenda dos novos gestores, mais preocupados em promover festas para o povo
oferecendo-lhe “arte” de apelo eminentemente popularesco e idiota.
A iniciativa da Prefeitura de São Cristóvão é um alento,
neste momento em que Cultura vai virando show de palanque com as chamadas
“estrelas” incensadas pela mídia e pelas gravadoras, impostos com
estratosféricos cachês ao orçamento público onde permeiam o superfaturamento e
a corrupção. Nunca imaginei que a rubrica “difusão cultural” nos orçamentos
públicos fosse servir a tanta bandalheira.
O FASC histórico foi, sem dúvidas, o maior acontecimento
cultural jamais realizado em Sergipe e assim o foi porque contribuíram com a
sua formatação os diversos agentes culturais em atividade, naqueles tempos, em
Sergipe. Nós todos, os artistas e produtores culturais, mesmo os alternativos e
marginais participamos, convidados por seus idealizadores - Madre Albertina
Brasil e Alencarzinho - de todas as etapas que o fizeram acontecer. Era um
tempo em que a UFS era uma instituição em perfeita simbiose com a sociedade
sergipana, intérprete das suas demandas e parceira das suas realizações.
Não sei bem quando, nem por que, a Universidade Federal de
Sergipe se afastou tanto de nós, mas o fosso se agiganta a cada dia. È ela lá
na sua torre de sapiências acumuladas e nós cá, tendo que aplaudir o seu
agigantamento inconsistente – como cresce e se espalha! – como um grande pé de
elefantíase a nos pisar doente.
Pois o atual prefeito de São Cristóvão - afirma-se que com
algum apoio da UFS - veio em boa hora apontar caminhos para promover o ansiado
reencontro dos programas de extensão da nossa universidade com a cultura
sergipana.
Que este FASC inaugure um novo tempo.
A volta do FASC
Imagem - divulgação, postada pelo 'blog Minha Terra é SERGIPE',
para ilustrar o presente artigo
Texto publicado do site AJN1, em 27/11/2017
A volta do FASC
Por Terezinha Oliva.
Quem viveu a década de 1970 sabe o que representou a
emergência do Festival de Arte de São Cristóvão. Criado em plena ditadura
militar, ele foi um espaço de liberdade desde a sua concepção, embora fosse uma
resposta da recém-instalada Universidade Federal de Sergipe (UFS) à convocação
do Governo Federal para que as universidades comemorassem o Sesquicentenário da
Independência do Brasil. Seus resultados ultrapassaram o objetivo original.
Ainda pequena e iniciante, a UFS foi buscar inspiração no modelo dos Festivais
de Arte, e o Reitor Luiz Bispo inaugurou o evento tomando-o como forma de
implantar a Extensão Universitária, atividade que fora equiparada, na
legislação do ensino superior, à pesquisa e ao ensino (Lei n. 5.540, de
28/11/1968).
O modelo atendia a iniciativas já criadas no interior da
Universidade e a projetos de desenvolvimento do turismo cultural no Estado de
Sergipe. E tudo se enquadrava como uma luva no cenário inspirador de São
Cristóvão, declarada cidade monumento histórico por decreto do Governo
estadual, em 1968 e rica de bens tombados pelo IPHAN. O maestro Antônio Carlos
Plech, regente do Coral da UFS, sonhava com um festival de coros à luz de
velas, com apresentações na igreja do Convento São Francisco. Estabelecida
ainda pelo primeiro Reitor, João Cardoso Nascimento Júnior, a Comissão Central
de Comemorações do Sesquicentenário discutiu proposta oriunda da então
Assessoria de Relações Públicas da UFS, dirigida pelo jornalista João Oliva
Alves e unificou as ideias existentes, sugerindo a criação do Festival de Arte
de São Cristóvão.
Assim, em 1º. de setembro de 1972 nascia o Festival. Nos
espaços seculares da antiga capital de Sergipe aconteciam seminários, cursos,
oficinas de arte, concertos de corais e de música, jograis, shows, espetáculos
de balé, de teatro e de ginástica moderna, um Festival de Cinema Amador,
exposições de artes visuais e de artesanato enquanto nas ruas se apresentavam
grupos folclóricos vindos de diversos municípios sergipanos.
O FASC abriu perspectivas inesperadas. A par de inaugurar a
Extensão e de buscar apoio do então Ministério da Educação e Cultura, a UFS se
articulou com o Governo do Estado, com governos municipais e com diversas
instituições do mundo cultural e empresarial, que assumiram conjuntamente a
realização do Festival. Abriu-se o leque de relações entre a Universidade e a
sociedade e o intercâmbio cultural inter-regional. Sergipe, ainda ferido pelas
consequências do golpe militar, que levara à destituição e prisão do seu
governador (Seixas Dórea), convivia com a intervenção ditatorial particularmente
severa em vários aspectos da sua vida, mas pôde buscar nas raízes da história e
da cultura alguma esperança no futuro.
Amplamente divulgado na imprensa local e até em alguns
veículos da imprensa nacional, o FASC projetou Sergipe e São Cristóvão e se
tornou um programa que a UFS realizou, ininterruptamente, durante vinte e três
anos: de 1972 a 1995. Em seguida, com algumas interrupções, o Festival
aconteceu até 2005, liderado pela Prefeitura de São Cristóvão. Doze anos depois
de um vazio que não conseguiu fazê-lo esquecido, o FASC ressurge, por
iniciativa da Prefeitura de São Cristóvão, junto com a UFS.
Nos dias 1º. 2 e 3 de dezembro próximo vindouro, oficinas,
fóruns, exibição de filmes de curta metragem, exposições fotográficas e de
artes visuais, shows musicais, espetáculos de dança e de teatro, contação de
histórias, eventos literários e apresentações de grupos folclóricos e de
mestres da cultura popular vão colorir as ruas da antiga cidade, mobilizando
oitenta e dois grupos que se credenciaram para a programação.
A retomada do FASC vem atender a um desejo da comunidade
cristovense, de intelectuais, artistas e agentes culturais sergipanos, de
mestres da cultura popular e de setores da UFS. Desde 2010, quando a Praça São
Francisco foi declarada Patrimônio da Humanidade, tornou-se premente a
reivindicação pela volta do Festival. Afinal, uma cidade que tem um bem do
Patrimônio Mundial, que é patrimônio cultural nacional e cidade monumento
estadual, reúne condições para fomentar uma nova e duradoura atuação cultural,
com um programa que catalise a atenção de artistas, de intelectuais e de
turistas, tornando-se referência na pauta cultural e turística do País.
Contribuir para o sucesso e a permanência do novo FASC deve
ser do interesse coletivo. Que possamos vivenciar o tempo da cultura, da arte,
da história e da memória que se anuncia, recitando as palavras do inesquecível
professor Alberto Carvalho, quando falou à cidade, embandeirada para o I FASC:
“O tempo hoje, São Cristóvão,
É um espetáculo de som e luz
Por sobre os hieráticos, brancos muros
Eretos nos teus séculos transatos.”
Texto reproduzido do site: ajn1.com.br
quarta-feira, 29 de novembro de 2017
segunda-feira, 27 de novembro de 2017
Pacatuba completa 64 anos de Emancipação Política
Foto: arquivo Tarcísio Dantas/Ascom.
Publicado originalmente no site SE Notícias, em 24/11/ 2017
Pacatuba completa 64 anos de Emancipação Política
O município de Pacatuba comemora neste sábado, (25), 64 anos
de Emancipação Política. Para celebrar a data, a Prefeitura da cidade vai
realizar neste fim de semana, uma vasta programação, com alvorada, hasteamento
das bandeiras, encontro de bandas e fanfarras e shows artísticos em praça
pública. “Uma data tão importante, não poderia ser passada em branco. Por isso,
organizamos uma grande festa para o nosso povo”, disse o prefeito, Alexandre
Martins.
Em meio a tantas belezas naturais, com 27 km de praias ainda
pouco visitadas, e o único pantanal do nordeste, o município de Pacatuba deixa
encantado o turista que o visita pelas belas dunas, flora e fauna. As paisagens
exuberantes podem ser apreciadas já na estrada com destino ao litoral.
História
A Lei Estadual 960, de 20 de outubro de 1926, transferiu a
sede do município de Pacatuba para Jaboatão, ficando a cidade de Pacatuba
reduzida à condição de povoado de Jaboatão. A reação das autoridades da vila
também foi forte, mas vez que não adiantou muito. Pacatuba passou quase doze
anos como povoado. A luta dos pacatubenses era constante. Mas só em 28 de março
de 1939, voltou Pacatuba à sua antiga condição de município, embora o distrito
de paz continuasse em Jaboatão.
Essa situação permaneceu até 1943, quando seu nome foi
modificado de Pacatuba para Pacatiba, por conta da duplicidade dos nomes de
vilas brasileiras.
Só em 25 de novembro de 1953, Pacatiba foi transformada em
cidade, sendo desmembrada de Japoatã e o nome voltando a ser Pacatuba. O
município livre e independente só foi instalado em 31 de janeiro de 1955,
quando foi empossado o seu primeiro prefeito, Manuel Ricardo dos Santos e,
também, constituída sua Câmara de Vereadores.
Texto e imagem reproduzidos do site: senoticias.com.br
Por que Os Curadores de Cobra e de Gente
Publicado originalmente no site 93 Noticias, em 18 de outubro de 2017.
Por que Os Curadores de Cobra e de Gente.
Por Antônio Saracura.
Eu era menino de 5 anos e ouvia, no alpendre do Sítio dos
Ferreiros, nas Flechas de Itabaiana, meu avô declamar romances de feira em
cordel. Depois, dos doze aos dezenove anos, no seminário de Aracaju, editei
jornalecos (murais ou mimeografados), como, O Clarim e O Recreio, nos quais
publicava versos e crônicas variadas. Aos 20 anos, mergulhei no jornalismo, com
as críticas de cinema, resenhas de livros, reportagens, crônicas do dia a dia.
Desde menino, leio livros, sublinho frases, anoto considerações às margens e
rabisco resenhas finais, referentes aos que me tocaram. Nos últimos anos, criei
um blog (Sobre Livros Lidos) para armazenar essas resenhas, mas poucas até
agora (em torno de cem) conseguiram roupa adequada para se mostrarem.
Profissionalmente, fui analista de sistemas de informática,
por trinta anos: anda-se por caminhos escondidos, confabula-se o tempo todo com
o íntimo, vive-se abstraído do mundo real.
Ao me aposentar, em 2001, resolvi organizar os manuscritos
de uma vida inteira que me sufocavam. Deu nos livros que publiquei desde 2008
até agora: Os Tabaréus do Sítio Saracura,
Meninos que não Queriam ser Padres, Minha Querida Aracaju
Aflita, Tambores da Terra Vermelha, Os Ferreiros… Resgate do passado e
avaliação do presente.
Neste livro (Os Curadores de cobra e de gente) uso a arte de
meu avô (os versos) e falo de heróis singelos, até então anônimos e sem pompa
(alguns) mas que bem poderiam estar no panteão dos ilustres da história de
nosso povo. Heróis que se dedicaram a curar, prevenir, paliar, encantar, mudar,
medicar, defender… gente ou bichos.
Meu avô, que declamava versos, está sorrindo no céu. Os
romances cantados aos netos e ao povo simples das Flechas, Terra Vermelha, Pé
do Veado e Bastião frutificaram e podem ser desfrutados por todo mundo.
O livro Os Curadores de Cobra e de Gente começa sua luta em
busca de leitores. Será lançado na IV Bienal do Livro de Itabaiana (nos dias 20
a 22 de outubro de 2017), e, em seguida, em outras bienais e salas cultas de
Sergipe e do mundo inteiro, se derem chance.
O livro compõe-se de quarenta e sete poemas (alguns de
poucas estrofes)e canta heróis sem pomba, a maioria desconhecida, com os quais
convivi nas estradas dos povoados bárbaros de Itabaiana ou nas ruas perigosas
de Aracaju.
Biografia resumida do autor
Antônio Francisco de Jesus (Antônio FJ Saracura), nasceu em Itabaiana, Sergipe em 06.07.1945. Economista de formação (Ufs 1971) e Analista de Sistemas de profissão (Petrobrás, Telebrás, Rhodia, Telergipe). Escritor tardio, publicou: “Os Tabaréus do Sítio Saracura”, (romance,2008,2010,2012), “Meninos que não Queriam ser Padres”, (romance, 2011, 2016) e “Minha Querida Aracaju Aflita” (2011, crônicas), premiado pela Secretaria de Cultura de Sergipe, “Tambores da Terra Vermelha” (contos,2013), “Os Ferreiros” (contos, 2015) e, agora, “Os curadores de cobra e de gente” (romances de cordel).
Texto e imagem reproduzidos do site: 93noticias.com.br
domingo, 26 de novembro de 2017
Parque das Palmeiras, no município de Lagarto
O Parque das Palmeiras, em Lagarto (SE), considerado hoje um
dos melhores e mais modernos centros para a prática da Vaquejada no Brasil, foi
escolhido para sediar o 15º Potro do Futuro e Campeonato Nacional de Vaquejada,
de 23 a 26 de novembro de 2017.
A Diretoria Executiva da ABQM tomou a decisão
após solicitar a avaliação e opinião do Comitê Nacional de Vaquejada, que foi
unânime em apoio a esse complexo equestre recém-inaugurado, de propriedade do
membro do Conselho de Administração e criador de Quarto de Milha, Geraldo
Magela...
Texto e imagens reproduzidos do site: abqm.com.br
quinta-feira, 23 de novembro de 2017
Antiga imagem do álbum “Província de Sergipe”
Publicado originalmente no Facebook/Marcos Cardoso, em 22/11/2017.
Porto de Aracaju, uma das dez fotografias que constam do
álbum “Província de Sergipe”, 14 páginas, de 1870, obra de grande valor
histórico. Ali estão os mais antigos registros fotográficos de paisagens
sergipanas, com destaque para o movimentado porto que ficava na “Foz do
Cotinguiba”, ancorado na balaustrada da Rua da Frente.
O álbum “Província de Sergipe” não possui autoria conhecida,
mas antes de chegar à Seção de Obras Raras e Especiais da Biblioteca Mário de
Andrade, da Prefeitura de São Paulo, pertenceu ao paulista Barão Homem de Melo
(1.5.1837 – 4.1.1918), que foi presidente das províncias do Ceará, do Rio
Grande do Sul e da Bahia.
Doação da Prefeitura de São Paulo ao Tribunal de Contas de
Sergipe.
Texto e imagem reproduzidos do Facebook/Marcos Cardoso.
quarta-feira, 22 de novembro de 2017
Hotel Atalaia será inaugurado em 30 de novembro
Fotos: Alisson Alcântara
Publicado originalmente no site do Jornal de Maruim
Hotel Atalaia será inaugurado em 30 de novembro de 2017.
O presidente do Sistema Fecomércio de Sergipe, Laércio
Oliveira, informou em reunião de diretoria acontecida na última semana, a data
de inauguração do Hotel Sesc Atalaia. O empreendimento destinado para o público
comerciário de todo o Brasil será entregue no dia 30 de novembro, às 19h, quando
será realizada a solenidade de inauguração.
O Hotel Sesc Atalaia irá prover uma oportunidade de
hospedagem de baixo custo, subsidiado pelo Sistema Fecomércio, para
comerciários e seus dependentes que possuírem a carteira Sesc, documento válido
em todo o território nacional. A unidade ampliará ainda mais a oferta de
turismo social, promovida pela Confederação Nacional do Comércio, entidade que
rege o Sistema Comércio, composto pelas federações do comércio, Sesc e Senac no
Brasil.
Laércio Oliveira destacou a importância da obra para o
turismo sergipano, lembrando que o Hotel Sesc Atalaia está numa localização
privilegiada, além de oferecer uma grande infraestrutura de atendimento para o
comerciário.
“O Hotel Sesc Atalaia é uma grande realização do Sistema Fecomércio/Sesc,
que promoverá mais integração do público comerciário com o turismo em Sergipe.
Serão 60 apartamentos, todos com vista para o mar da praia de Atalaia, com
mobiliário e equipamentos de ponta, para o maior conforto do seu hóspede. O
hotel é um belo empreendimento e contempla um centro de turismo, lazer e
cultura na sua estrutura. Investimos mais de 45 milhões de reais na sua
construção”, disse o presidente da Fecomércio.
O Hotel Sesc Atalaia teve sua construção iniciada, mas houve
uma interrupção. De 2014, quando Oliveira assumiu a presidência da Fecomércio,
a obra foi retomada e está em fase final de conclusão. Laércio lembrou que o
comerciário é o grande beneficiado com a entrega do Hotel Sesc Atalaia.
A diretora regional do Sesc, Adely Carneiro, disse que as
instalações do Hotel Sesc Atalaia abrangem todo um complexo de lazer para o
hóspede. “O hotel abriga parque aquático, quadras poliesportivas, campo de
futebol, área de recreação, academia, espaço para apresentação de espetáculos e
restaurante com o melhor da culinária sergipana."
“Quem mais ganha com isso é o nosso público, o comerciário e
sua família. Eles poderão aproveitar a modalidade de turismo social, que atende
a todos os comerciários do Brasil. Isso coloca Sergipe na rota do turismo interligado
com o Sesc de todo o país, oferecendo mais uma opção de qualidade e um
excelente destino turístico, que é nossa capital. Os grupos de viagens
organizados pelo Sesc em outros estados já estão aguardando a inauguração do
Hotel Sesc, para enviar milhares de turistas para Sergipe. E aqui nós vamos
acolhê-los com serviços de excelência e com preços convidativos”, afirmou
Laércio Oliveira.
Fonte: Fecomércio
Texto e imagens reproduzidos do site: jornaldemaruim.com
Monte Alegre: Pedra do Negro um local carregado de história
Publicado originalmente no site Sou de Sergipe, em 21 de novembro de 2017
Monte Alegre: Pedra do Negro um local carregado de história
O local representa a questão da influência dos negros na
formação da identidade cultural local
Por Izaque Vieira
O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado, em todo o
Brasil, em 20 de novembro. Foi criado em 2003 como efeméride incluída no
calendário escolar até ser oficialmente instituído em âmbito nacional mediante
a lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011.
Em Monte Alegre a semana é toda dedicada à reflexão sobre a
inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir
com o dia atribuído à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
O local que se tornou ao longo do tempo símbolo da influência
do negro para todos os moradores e intelectuais. Infelizmente a localidade não
é assistida pelo poder público e apenas professores e curiosos, valorizam essa
área que representa pura história, e foi batizada pelos moradores de Pedra do
Negro, pois segundo os mais velhos, um escravo que buscava refúgio, após ter
saído do quilombo dos palmares ou de alguma senzala com a sua família, acabou
fixando moradia e ali, vivendo por muitos e muitos anos naquela localidade.
Anos mais tarde este mesmo local serviu como esconderijo de lampião e seu
bando.
A Pedra do Negro fica nas proximidades do Povoado “LAGOA DO
ROÇADO”. Povoado este que se localiza a 16 Km de Monte Alegre De Sergipe.
Izaque Vieira/Redação Portal Sou de Sergipe.
Texto e imagens reproduzidos do site: soudesergipe.com.br
segunda-feira, 20 de novembro de 2017
José Rollemberg Leite e o ensino sergipano
Governador José Rollemberg Leite.
O professor Acrísio Cruz contempla a Escola Rural do povoado
Lagoa de Dentro, no município de Arauá.
A caminhonete do Ensino Rural do Departamento de Educação,
e o projeto piloto das Escolas Rurais
Publicado originalmente no site Infonet, em 20/11/2004
José Rollemberg Leite e o ensino sergipano.
José Rollemberg Leite (1912-1996) governou Sergipe em duas
ocasiões: de 1947 a 1951 e de 1975 a 1979. Em ambas deu uma enorme contribuição
à história da educação, criando escolas de nível médio e superior, criando o
ensino rural, levando ao interior as licenciaturas de curta duração, ampliando,
enfim, a presença do Poder Público estadual, instrumentalizada para oferecer o
ensino universalizado e de boa qualidade.
Fascinado pela educação, ele próprio um professor, cuja tese
de concurso no Atheneu, sobre a natureza da luz foi recebida com admiração e
aplauso pelo enfoque e bibliografia atualizados, José Rollemberg Leite deu
efetiva prioridade ao ensino público sergipano. Na década de 1940 Sergipe
possuía, nos seus 42 municípios, um sistema público de ensino formado por
apenas três escolas secundárias – Atheneu, Escola Normal e Escola de Comércio
–, todas em Aracaju.
Cinco Grupos Escolares em Aracaju – General Siqueira, Barão
de Maruim, General Valadão, Manoel Luiz e José Augusto Ferraz – e 12 no
interior, sendo o Severiano Cardoso, em Boquim, o Coelho e Campos, em Capela, o
Gumercindo Bessa, em Estancia, o João Ribeiro, em Itabaiana, outro João
Ribeiro, em Laranjeiras, o Silvio Romero, em Lagarto, o Padre Dantas, em
Maroim, o Olímpio Campos, em Neópolis, o João Fernandes, em Propriá, o
Francisco Leite, em Riachuelo, o Vigário Barroso, em São Cristovão, e o Fausto
Cardoso, em Simão Dias. O mais eram Escolas Reunidas e Escolas Isoladas, tanto
do Estado, quanto dos municípios.
O Governo José Rollemberg Leite deu nova sede ao velho
Atheneu, montou seus laboratórios, sob a orientação de Antonio Tavares de
Bragança, criou as duas primeiras escolas superiores, a de Economia e a de
Química, e deu auxílio financeiro e material para que fossem organizadas mais
duas escolas, a de Direito e a de Filosofia, dando início ao ensino
universitário. Instalou o Instituto de Tecnologia e Pesquisas de Sergipe,
reorganizando o Instituto de Química, criado em 1923 pelo presidente Graccho
Cardoso, criou a Escola Normal Rural Murilo Braga, hoje Colégio Murilo Braga,
em Itabaiana, e implantou, em todo o Estado, o Ensino Rural, em parceria com o
Ministério da Educação, no Governo Dutra.
Duas figuras deram contribuição especial ao experimento do
Ensino Rural: Murilo Braga, do MEC, e Acrísio Cruz, diretor do Departamento de
Educação do Governo do Estado. A Escola Rural identificada pelo seu número era
uma edificação mista, de um lado a sala de aula, multi seriada, e do outro lado
a residência da professora. O que separava os dois lados era uma área coberta,
de recreio. O prédio ficava no centro de um pequeno terreno, onde havia pequena
plantação de horta, fruteiras, e criatórios. Foram construídas mais de 150
dessas escolas rurais (falta-me o número exato das construções), espalhadas
pela zona rural dos municípios sergipanos. Elas atendidas, por dia, a cerca de
80 alunos, um pouco mais, um pouco menos, elevando a matrícula escolar em todo
o Estado, indistintamente.
O MEC escolheu Sergipe para o Plano Piloto das Escolas
Rurais pelas condições favoráveis do Estado, pequeno em seu território,
arrumado em sua administração e com uma disposição explícita de priorizar a
educação, em todos os seus níveis, em todos os lugares. O programa de ensino
rural do Governo José Rollemberg Leite teve o porte de uma obra definitiva,
destinada a atender a segmentos populacionais excluídos, periféricos aos
centros urbanos onde o ensino seguia, lentamente, seu curso histórico,
privilegiando uns, deixando outros sem acesso à escola. Apesar da sua imensa
importância, como experimento pedagógico, a Escola Rural foi logo depois
abandonada como projeto. As que resistiram ainda hoje funcionam, com uma sala
só, atestando o mapa geográfico de sua distribuição pelo Estado.
No segundo período de Governo, José Rollemberg Leite
encontrou o Estado em outras condições. As escolas secundárias multiplicadas
nos bairros da capital sergipana e em alguns municípios do interior, a
Universidade Federal de Sergipe, criada em agosto de 1967, tendo como núcleo
fundante as quatro escolas deixadas em seu primeiro Governo, mais as duas
criadas depois, Serviço Social (1954) e Medicina (1962) e instalada em maio de
1968. Ainda assim, ele construiu novas escolas e conveniou com a UFS para levar
as licenciaturas de curta duração para o interior, reunindo os professores
leigos em Estancia, Lagarto, Itabaiana e Propriá, para uma experiência que
visou qualificar melhor o corpo docente das escolas públicas estaduais.
Certamente que os cursos de licenciatura curta deram a
Universidade Federal de Sergipe as condições iniciais para o futuro,
representado pelo PQD – Programa de Qualificação Docente, contratado a UFS pela
Secretaria de Estado da Educação e do Desporto e Lazer, dando forma a uma
política de formação inicial e continuada, de algum modo revolucionária, pois
destinada à escola pública, tanto estadual, quanto municipal, e vinculada a
valorizar a titulação, além de suprir as necessidades de professores
habilitados, em licenciaturas plenas, para atuação em todo o território
sergipano.
A figura de José Rollemberg Leite é credora, portanto, do
reconhecimento pelo muito que foi feito, dos dois Governos que teve a
responsabilidade de administrar. 8 anos depois de sua morte cresce, entre os
estudiosos, a admiração pela sua visão de mestre e de governante, dotando o
Estado das condições essenciais ao progresso da educação. Poucas vezes a
história de Sergipe registrou tantos avanços, como nas gestões de JRL.
Há, no passado, providências que marcaram a história, como a
construção do prédio da Escola Normal e a instalação, anexa, do Grupo Escolar
Modelo, através do pioneirismo do presidente do Estado Rodrigues Dória, que
contou com a assessoria do bacharel paulista Carlos da Silveira, cedido pelo
Governo de São Paulo, como a ampliação dos Grupos Escolares, a criação do
Instituto de Química, do Patronato Agrícola, da Escola de Comércio Conselheiro
Orlando, e a instalação, ainda que precária, das Faculdades de Farmácia e
Odontologia Anibal Freire, e da Faculdade de Direito Tobias Barreto, no Governo
empreendedor de Graccho Cardoso.
Fonte
"Pesquise - Pesquisa de Sergipe/InfoNet".
institutotobiasbarreto@infonet.com.br.
Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br
"Do Velho Aribé ao Siqueira Campos"
Praça Dom José Thomaz | Foto: Arquivo Municipal da Prefeitura Municipal de Aracaju.
Publicado originalmente no site Expressão Sergipana, em 15 de novembro de 2017
"Do Velho Aribé ao Siqueira Campos".
De Osvaldo Ferreira Neto.
Dando continuidade a nossa série especial “Aracaju e seus
bairros”, iremos nos descolocar a oeste do nosso Centro. Chegamos a um dos
bairros mais antigos e importantes da nossa cidade, o Siqueira Campos. Vamos
conhecer esse local de tantas memórias? Vamos passear pelos estados do Brasil
sem sair de Aracaju? Então vamos lá ao nosso Siqueira!
OS PRIMEIROS PASSOS DO ARIBÉ
Muitos que conhecem hoje o Siqueira Campos, não devem nem
imaginar que o nome antigo era Aribé. Aribé? Sim, Aribé. Significa frigideira
de barro grande, usada na região do rio São Francisco e no seu entorno. Na
região havia uma grande produção de vasos de cerâmica, os aribés, dando origem
ao primeiro nome do local.
O engenheiro Fernando de Figueiredo Porto chamava os bairros
periféricas de “os arrabaldes do Aracaju”. Significa dizer que todos as localidades
fora do Centro do Quadrado de Pirro eram regiões pobres. E assim era o Aribé.
Sua população foi resultado da fixação de escravos libertos pós 1888. Trouxeram
suas tradições e histórias, como o candomblé, que encontrará nessa região um
refúgio e segurança para os cultos aos orixás. Além disso, vieram pessoas do
interior do estado que fugiam principalmente da seca no Alto Sertão e dos
conflitos provocados pelo cangaço.
A ESTAÇÃO DA LESTE
Com a chegada da ferrovia na década de 1910, a região
acelerou seu desenvolvimento. Margeando o eixo ferroviário da capital
sergipana, muitos passaram a desembarcar na região. Eram provenientes de várias
locais do estado. Em fevereiro de 1914, as oficinas de manutenção da Estação
Leste foram instaladas no Aribé. Com isso, as primeiras residências dos
funcionários das oficinas e dos ferroviários trouxeram para a região o nome de
“Oficinas”. Tinha um sentido restrito, abrangendo melhor a área que estava no
entorno do conjunto de prédio das oficinas. Contudo, o nome Aribé sempre
preponderou.
No ano 1923, na administração municipal de Adolfo
Espinheira, notando o aflorar do desenvolvimento urbano do local. Determinou
seu levantamento topográfico e o plano de arruamento. O trabalho foi realizado
pelo topografo e auxiliar técnico da Intendência Municipal, Basílio Martins
Peralva. As novas ruas teriam 15 metros de largura, em vez dos 13,20m, vigentes
no resto da cidade. Adotou-se o critério de que elas teriam os nomes dos
estados brasileiros. Uma homenagem à nacionalidade.
O ARIBÉ SE TRANSFORMOU EM SIQUEIRA CAMPOS
Oito anos depois, no dia 06 de janeiro de 1931, o bairro
Aribé mudaria de nomenclatura para Siqueira Campos, através do Ato n° 1. O novo
nome é em homenagem ao herói tenentista Antônio de Siqueira Campos, que
participou da Revolta dos 18 do Forte Copacabana e da Revolução de 1930. A
mudança aconteceu na gestão do Intendente Camilo Calazans.
Os anos 30 e 40 foram momento de progresso e desenvolvimento
do Siqueira Campos. Começando com a chegada da energia elétrica em 12 de março
de 1933. A primeira residência do bairro a ser eletrificada foi a casa nª 470,
na esquina entre as ruas Amazonas com Santa Catarina. Após a região começou a
ganhar visibilidade na cidade. Muitos proprietários de terrenos começaram a
lotear e vender muitos desses lotes. Dentre os proprietários estão: Mariano
Salmeron, Carlos Corrêa e Mário Valois. Muitos deles dão nomes a logradouros
públicos do bairro.
PRAÇA DO SIQUEIRA, O CORAÇÃO DO BAIRRO
No dia 12 de maio 1944, era fundada a Paróquia Nossa Senhora
de Lourdes. A igreja foi construída pela própria comunidade, que literalmente
meteu a mão na massa. Outras grandes instituições e prédios públicos também
foram construídos. Por exemplo, a primeira instituição pública municipal de
Educação Infantil de Aracaju. O Jardim de Infância José Garcez Vieira foi
inaugurado em 11 de novembro 1944. A escola tinha como finalidade atender uma
parcela da população quase que totalmente excluída das poucas políticas
públicas de educação. Ambos localizados na famosa Praça do Siqueira.
Nesse período, a então Praça do Siqueira, era um campo
aberto de areia branquinha e uma grande Lagoa no centro que se chamava Lagoa do
Barro Vermelho. Nesse período é aterrada e a Praça iria ter os primeiros traços
de um importante logradouro público. No ano 1948, na administração de Marcos
Ferreira de Jesus, a Praça do Siqueira recebe o nome do primeiro Bispo de
Aracaju, o Dom José Thomaz Gomes de Souza.
O MERCADO E OS CINEMAS
Também nos anos 40, a grande feira do bairro ganha o Mercado
Municipal Carlos Firpo. As margens da linha férrea, recebia muitas mercadorias
que chegavam à Aracaju nas composições dos trens.
Com o passar dos anos, de 1950 até os anos 80, o bairro se
tornaria o maior de Aracaju. Com três cinemas bem movimentados. São eles:
‘Bonfim’ e ‘Vera Cruz’ na rua Carlos Correia (antiga rua Goiás) e o ‘Plaza’ na
Rua Santa Catarina (hoje a Catedral da Igreja Universal).
A DIVERSIDADE RELIGIOSA
Falando em igreja, é nesse período que chegam grandes
Igrejas Evangélicas ao bairro. Como a Assembleia de Deus na Rua Bahia, a
Congregação Cristã na rua Amazonas, a Igreja Batista Memorial na rua Paraíba e
a Igreja Universal do Reino de Deus na rua Santa Catarina. É construída também
a Capela da Santa Cruz, na esquina da Rua Sergipe com Quintino Marques, e a
Capela Santa Rita de Cássia. Além disso, nesse período também chegava os
primeiros Centros Espíritas na região. Com todos esses espaços religiosos no
bairro (além dos Terreiros, citados no início do texto e que permanecem até
hoje), o Siqueira Campos ficou conhecido também pela diversidade religiosa.
AS ESCOLAS DO SIQUEIRA
Seguindo, no início da década de 60 foi inaugurado na Escola
Paroquial o “Instituto Dom Fernando Gomes”, em homenagem ao segundo Bispo de
Aracaju, o Dom Fernando Gomes. Outros grandes colégios públicos e privados
também são fundados, como: Presidente Vargas, Rodrigues Doria, General
Siqueira, Cristo Rei etc.
O CEMITÉRIO E A FÁBRICA DE CIMENTO
Já em 12 de março de 1964, foi inaugurado o maior cemitério
público da cidade, o Cemitério São João Batista. No final dos anos 60 chegou a
primeira fábrica ao bairro. A Fábrica de Cimento Poty da Votorantim, que vai se
instalar na Avenida Rio de Janeiro. Porém, o empreendimento causou grande
impacto ambiental e trouxe sérias complicações à saúde dos moradores do local e
adjacências. Após a transferência da fábrica foi construído o condomínio
residencial Vivendas de Aracaju.
A CASA DO SERGIPE
Vizinho à antiga fábrica está o Estádio João Hora de
Oliveira. Fundado no dia 26 de Julho de 1970, foi recebido pelos moradores e
torcedores da Rua Amapá. Eles fizeram uma grande campanha para a transferência
da sede do “Gipão” para o bairro. O Club Sportivo Sergipe deixava à Praça
Inácio Barbosa, na Rua da Frente, no São Jose para o Siqueira Campos. Nesse
mesmo período foi fundado o conjunto habitacional Costa e Silva.
E assim foi se desenvolvendo o Siqueira Campos. Hoje é um
pedacinho significativo da nossa Aracaju. Muitos dizem que é um segundo Centro,
pois tem tudo: bancos, supermercados, colégios, lojas, clínicas, fábrica,
estádio de futebol e muitos mais!
Texto e imagem reproduzidos do site: expressaosergipana.com.br
domingo, 19 de novembro de 2017
sábado, 18 de novembro de 2017
sexta-feira, 17 de novembro de 2017
quarta-feira, 15 de novembro de 2017
Rosário do Catete, prédios que perpetuam o ciclo açucareiro
Praça da Matriz, que confere um charme especial ao entorno da
Igreja de Nossa Senhora do Rosário, construção secular.
Foto: André Moreira.
Publicado originalmente no site do Jornal da Cidade, em 8 de outubro de 2012.
Rosário do Catete, prédios que perpetuam o ciclo açucareiro
Num breve passeio pela sede do município, podemos observar
alguns exemplares de edificações históricas que remanescem do século XIX açucareiro,
que apresentam estilo eclético.
Na intenção de descobrir o interior de nosso Estado,
chegamos a Rosário do Catete. Inicialmente fomos atraídos pelo belo prédio da
estação de trem da cidade que fora inaugurado em 1914, e hoje está fechado, à
espera de uma destinação de uso. Essa não é uma realidade exclusiva dessa
cidade e em comparação com outras estações, a exemplo de Laranjeiras, o prédio
rosarense está novo. Mas ao chegarmos em Rosário, percebemos que a cidade pode
ter muito a oferecer aos visitantes mais atentos.
Num breve passeio pela sede do município, podemos observar
alguns exemplares de edificações históricas que remanescem do século XIX
açucareiro, que apresentam estilo eclético. São sobrados situados à Praça da Matriz,
que conferem um charme especial ao entorno da Igreja de Nossa Senhora do
Rosário, construção secular que sofreu fortes intervenções em sua fachada, mas
ainda assim se constitui num importante monumento para a cidade.
Dois sobrados se destacam. Num deles, restaurado
recentemente, está sediada a prefeitura municipal. O prédio está aberto à
visitação do público e além da arquitetura possui um mobiliário adquirido
especialmente para ilustrar de maneira mais realista a história daquela que foi
a casa de Leandro Maciel. Ao lado, construção semelhante sucumbe ao tempo, em
pleno processo de arruinamento, o que é uma pena, pois se trata de um prédio de
igual beleza. A sede do município ainda
abriga residências civis que sofreram poucas intervenções na fachada, e outras
edificações, como a casa que fora de Augusto Maynard e hoje abriga a Casa das
Irmãs de Caridade de São Vicente de Paula, que conferem um charme especial às
principais vias da cidade.
Partindo para a zona rural, às margens da BR, estão situados
dois exemplares do quanto fora pujante o período açucareiro na região do Vale
do Cotinguiba e em Rosário. O antigo Engenho Pati, atual fazenda, que se
encontra em perfeito estado de conservação, graças à sensibilidade de seus
atuais proprietários. Mais adiante pela BR, vemos a alta chaminé do Santa
Bárbara, antigo engenho que infelizmente está à espera de que a ação do tempo
conclua seu trabalho. A casa grande do Santa Bárbara de Cima, onde nasceu o
Barão de Maruim, fora demolida e outra construída em seu lugar. O grandioso
sobrado do Santa Bárbara de Baixo está abandonado e os danos à edificação já
podem ser vistos muito claramente.
Afora isso, Rosário é também o palco para inúmeras
celebrações festivas que ocorrem durante o ano. As mais famosas são a Festa do
Catete, o Encontro Cultural e o Carna Catete – festa de carnaval que congrega
blocos tradicionais de rua, com bandas conhecidas do público nacional em quatro
dias de festa que atrai grandes públicos para a cidade.
segunda-feira, 13 de novembro de 2017
Quadrado de Pirro: Nosso eterno centro (Parte 2)
Imagem: Antigo cartão postal de Aracaju
Publicado originalmente no site Expressão Sergipana, em 8 de novembro de 2017Quadrado de Pirro: Nosso eterno centro (Parte 2)
Por Osvaldo Ferreira Neto.
Seguimos o especial “Aracaju e seus bairros”, da coluna
“Senta que lá vem história”, com a segunda parte do Centro.
Sem mais delongas, vamos lá…
NOVO TEMPO E UM NOVO CENTRO
Com o novo século XX e a República, a ordem era modernizar o
Centro e concedê-lo ares de uma cidade republicana. Essas mudanças começam em
1904, quando o italiano Nicolau Pungitori inaugurou, na rua Japaratuba (hoje
João Pessoa), o Teatro Carlos Gomes. Mais tarde transformado em Cine Teatro Rio
Branco, seria por um bom tempo o principal palco de Aracaju e o templo da
sétima arte.
Em 1908, no Governo de Guilherme Campos, foi implementado o
sistema de bondes à tração animal. Em 07 de Dezembro de 1913, a cidade era
iluminada pela luz elétrica. Chegou também nesse período a água encanada,
esgoto e as primeiras linhas telefônicas ao Centro.
Em 05 de agosto de 1915, partia o primeiro trem da Estação
Central de Aracaju da Rede Ferroviária Federal S.A. A Estação ficava no Centro
Comercial, na região da atual Praça de Eventos Hilton Lopes nos Mercados. Ficou
lá até 1950, quando o desembarque em Aracaju passou a ser na atual Estação da
Leste, no bairro Getúlio Vargas.
NOVOS PRÉDIOS E ARQUITETURA
Com os governos de Rodrigues Doria, Siqueira de Meneses,
General Valadão, Pereira Lobo e Graccho Cardoso, as praças centrais e os
prédios públicos foram remodelados com os traços do ecletismo. Novos e
importantes prédios ganharam espaços, como: a reforma eclética da tradicional
Associação Comercial de Sergipe; a Escola Normal (atual Rua do Turista), em
1911; o Palácio Inácio Barbosa (antiga Prefeitura), em 1924; em 1926, o Mercado
Antônio Franco e o Atheneu Pedro II (atual Museu da Gente Sergipana). Também no
ano de 26 os bondes elétricos chegaram em nossa cidade e tem suas linhas
ampliadas.
Nesse mesmo período grandes intendentes municipais, cargo
equivalente ao prefeito nos dias atuais, eram nomeados e realizaram importantes
obras. Como Teófilo Correia Dantas que construiu o Velatório Público na Praça
Almirante Barroso. Já Camilo Calazans saneou várias vias centrais.
Na antiga Rua Japaratuba era onde se encontravam as
principais lojas e estabelecimentos de alto padrão. Como: Fiat Lux, Café
Central, o tradicional Ponto Chic, Chevrolet, Casa Colombo e Hotel Marozzi.
Nos anos 30, o estilo arquitetônico Art. Déco toma conta do
Centro. O Palácio Serigy, Palácio Carvalho Neto, Quartel Central do Corpo de
Bombeiros, Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (IGHSE) e inúmeras residências
tiveram o engenheiro civil alemão Hermann Otto Altenesch como principal
criador.
A VERTICALIZAÇÃO E O AUTOMÓVEL
É na Rua João Pessoa, na década de 50, que o Centro começa a
sentir a verticalização de Aracaju com o Edifício Mayara. O primeiro da região
seria chamado popularmente de “A Moda”. O Edifício Aliança e o Edifício Santana
também seguiam em direção aos céus. Nos anos 60, o Edifício do Hotel Palace. Em
1969 era inaugurado os 27 andares do Edifício Estado de Sergipe, o popular
Maria Feliciana. Além de todos estes, outros iam tomando a área central de
Aracaju.
Além da verticalização, nesse período o Brasil investia em
malha rodoviária e na política automobilística. E o Centro sentiu os sinais. As
marinetes faziam os transportes do Centro para outros bairros e municípios
sergipanos. Em 31 de janeiro de 1962 era inaugurada a Estação Rodoviária
Governador Luiz Garcia, na então Praça João XXIII.
O MORRO DO BONFIM
Para a construção da Rodoviária, foi necessário o desmonte
do antigo e grande Morro do Bonfim. O morro de areia branquinha era ocupado por
trabalhadores pobres que não podiam morar no restrito ‘Quadrado de Pirro’. Após
o desmonte na década de 50, alguns receberam casas populares no Agamenon
Magalhães e outros foram expulsos para ocupações que existiam na cidade.
Segundo os jornais, moravam mais de 134 famílias na região. Para muitos líderes
políticos da época e parte da burguesia sergipana, o Morro do Bonfim era
inconveniente para a paisagem de Aracaju.
Segundo o pesquisador Luiz Antônio Barreto, “o desmonte do
Morro do Bonfim criou várias alternativas para a urbanização do centro
comercial e das ruas centrais: Vitória (avenida Carlos Burlamaqui); Bonfim
(avenida Sete de Setembro, antes Nobre de Lacerda e Getúlio Vargas); Divina
Pastora; Capela; Geru; Lagarto; Santo Amaro e Itabaianinha. Nivelado, o terreno
foi imediatamente ocupado com diversas construções comerciais e
administrativas, que foram logo incorporadas ao traçado da cidade”.
UM CENTRO FESTIVO, BOÊMIO E DE LAZER
Como a área central era mais desenvolvida, era nela que
estavam a maioria dos atrativos de lazer. Já foi dito que o Cine Teatro Rio
Branco era o principal palco cênico e cinematográfico. Nele se apresentou
famosos artistas, como: a cantora Bidu Saião, Joracy Camargo, Procópio
Ferreira, a “Rainha do Rádio” Emilinha Borba e a atriz Eva Todor. Além do Rio
Branco, o Centro tinha mais quatro cinemas que eram o popular ‘Rex’, o
‘Guarani’, o ‘Vitória’ e o sofisticado ‘Cine Palace’. Além dos cinemas, as
sorveterias faziam parte do lazer do aracajuano no Centro. Eram elas a
Primavera, a Iara, a tradicional Cinelândia e a Sorveteria Real (existente até
os dias de hoje na Praça Almirante Barroso).
Era no Centro que ocorria o tradicional Natal da Praça
Olímpio Campos com o lúdico Carrossel do Tobias e o saboroso Cachorro-Quente de
seu João. Na área central acontecia também os desfiles dos carros alegóricos e
os primeiros blocos carnavalescos da cidade. Os antigos desfiles de 7 de
setembro na Praça Fausto Cardoso, a Procissão do Bom Jesus dos Navegantes e a
Procissão de Nossa Senhora da Conceição, no dia 08 de Dezembro, completavam o calendário festivo do nosso
Centro.
Já a vida boêmia era animadíssima com os Cabarés, Cassinos e
Bares. Destacavam-se ‘O Vaticano’, ‘Miramar’, mais tarde o ‘Xangai’,
‘Imperial’, ‘Cassino 8 de Julho’, ‘Shell’, ‘Cacique Chá’, ‘Bar do Português’,
entre outros nas proximidades do Mercado Central. Muito dessa vida boêmia foi
destacada em inúmeras obras do escritor baiano Jorge Amado.
O CENTRO HOJE E SEUS DESAFIOS
Não poderia passar sem lembrar que o nosso Centro hoje tem
muitos desafios. Enfrentar o abandono, o mau uso dos espaços públicos, o
tráfico e as drogas que tomam esta área. Além da poluição visual que danifica
os prédios históricos e a destruição de muitos deles para dar espaço aos
estacionamentos rotativos.
O Centro precisa de uma revitalização urgente. Um olhar mais
democrático e contemporâneo para o uso de muitos prédios abandonados. O Centro
tem um grande número de edificações vazias, sem utilidade, numa cidade com um
grande número de trabalhadores sem-teto.
Precisamos olhar o Centro como um dos nossos principais
cartões postais da capital e um lugar de muita memória. Esse bairro tem nas
suas praças, vilas, mercados, becos, ruas e prédios a história da nossa Aracaju
e de seu povo.
ALGUNS DADOS E SUA LOCALIZAÇÃO
O bairro Centro em destaque no mapa | Imagem: Google Maps
Segundo o levantamento do último Censo do IBGE, em 2010, o
Centro tinha 7.572 habitantes. Os limites do bairro são: leste Rio Sergipe;
oeste Avenida Pedro Calazans; sul Avenida Barão de Maruim; e norte Avenida
Coelho e Campos. Os bairros vizinhos são: ao sul São José; oeste Cirurgia e
Getúlio Vargas; e norte Santo Antônio e Industrial.
Clique nesta foto e conheça a nossa campanha de
financiamento coletivo. Apoie esse projeto | Imagem: o artista sergipano
Tintiliano abrilhanta nosso especial com sua obra de arte
Gostou? Semana que vem tem mais. Fiquem atentos, pois
lançaremos os textos e vídeos sobre o bairro Siqueira Campos. Então acompanhem
de pertinho a nossa série “Aracaju e seus bairros”. Passearemos pelas
histórias, memórias e curiosidades dos nossos 39 bairros e a Zona de Expansão.
Texto e imagem reproduzido do site: expressaosergipana.com.br
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