Publicado originalmente no site 93 Noticias, em 18 de outubro de 2017.
Por que Os Curadores de Cobra e de Gente.
Por Antônio Saracura.
Eu era menino de 5 anos e ouvia, no alpendre do Sítio dos
Ferreiros, nas Flechas de Itabaiana, meu avô declamar romances de feira em
cordel. Depois, dos doze aos dezenove anos, no seminário de Aracaju, editei
jornalecos (murais ou mimeografados), como, O Clarim e O Recreio, nos quais
publicava versos e crônicas variadas. Aos 20 anos, mergulhei no jornalismo, com
as críticas de cinema, resenhas de livros, reportagens, crônicas do dia a dia.
Desde menino, leio livros, sublinho frases, anoto considerações às margens e
rabisco resenhas finais, referentes aos que me tocaram. Nos últimos anos, criei
um blog (Sobre Livros Lidos) para armazenar essas resenhas, mas poucas até
agora (em torno de cem) conseguiram roupa adequada para se mostrarem.
Profissionalmente, fui analista de sistemas de informática,
por trinta anos: anda-se por caminhos escondidos, confabula-se o tempo todo com
o íntimo, vive-se abstraído do mundo real.
Ao me aposentar, em 2001, resolvi organizar os manuscritos
de uma vida inteira que me sufocavam. Deu nos livros que publiquei desde 2008
até agora: Os Tabaréus do Sítio Saracura,
Meninos que não Queriam ser Padres, Minha Querida Aracaju
Aflita, Tambores da Terra Vermelha, Os Ferreiros… Resgate do passado e
avaliação do presente.
Neste livro (Os Curadores de cobra e de gente) uso a arte de
meu avô (os versos) e falo de heróis singelos, até então anônimos e sem pompa
(alguns) mas que bem poderiam estar no panteão dos ilustres da história de
nosso povo. Heróis que se dedicaram a curar, prevenir, paliar, encantar, mudar,
medicar, defender… gente ou bichos.
Meu avô, que declamava versos, está sorrindo no céu. Os
romances cantados aos netos e ao povo simples das Flechas, Terra Vermelha, Pé
do Veado e Bastião frutificaram e podem ser desfrutados por todo mundo.
O livro Os Curadores de Cobra e de Gente começa sua luta em
busca de leitores. Será lançado na IV Bienal do Livro de Itabaiana (nos dias 20
a 22 de outubro de 2017), e, em seguida, em outras bienais e salas cultas de
Sergipe e do mundo inteiro, se derem chance.
O livro compõe-se de quarenta e sete poemas (alguns de
poucas estrofes)e canta heróis sem pomba, a maioria desconhecida, com os quais
convivi nas estradas dos povoados bárbaros de Itabaiana ou nas ruas perigosas
de Aracaju.
Biografia resumida do autor
Antônio Francisco de Jesus (Antônio FJ Saracura), nasceu em Itabaiana, Sergipe em 06.07.1945. Economista de formação (Ufs 1971) e Analista de Sistemas de profissão (Petrobrás, Telebrás, Rhodia, Telergipe). Escritor tardio, publicou: “Os Tabaréus do Sítio Saracura”, (romance,2008,2010,2012), “Meninos que não Queriam ser Padres”, (romance, 2011, 2016) e “Minha Querida Aracaju Aflita” (2011, crônicas), premiado pela Secretaria de Cultura de Sergipe, “Tambores da Terra Vermelha” (contos,2013), “Os Ferreiros” (contos, 2015) e, agora, “Os curadores de cobra e de gente” (romances de cordel).
Texto e imagem reproduzidos do site: 93noticias.com.br
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