Imagem - divulgação, postada pelo 'Blog Minha Terra é SERGIPE',
para ilustrar o presente artigo.
Texto publicado originalmente no Facebook/Amaral Cavalcante, em 29/11/2017
Viva o FASC
Por Amaral Cavalcante
Recebo como uma homenagem à minha geração a iniciativa da
Prefeitura de São Cristóvão de reeditar o Festival de Artes, principalmente
quando assistimos ao intenso besteirol de eventos ditos “culturais”que ocupam a
agenda dos novos gestores, mais preocupados em promover festas para o povo
oferecendo-lhe “arte” de apelo eminentemente popularesco e idiota.
A iniciativa da Prefeitura de São Cristóvão é um alento,
neste momento em que Cultura vai virando show de palanque com as chamadas
“estrelas” incensadas pela mídia e pelas gravadoras, impostos com
estratosféricos cachês ao orçamento público onde permeiam o superfaturamento e
a corrupção. Nunca imaginei que a rubrica “difusão cultural” nos orçamentos
públicos fosse servir a tanta bandalheira.
O FASC histórico foi, sem dúvidas, o maior acontecimento
cultural jamais realizado em Sergipe e assim o foi porque contribuíram com a
sua formatação os diversos agentes culturais em atividade, naqueles tempos, em
Sergipe. Nós todos, os artistas e produtores culturais, mesmo os alternativos e
marginais participamos, convidados por seus idealizadores - Madre Albertina
Brasil e Alencarzinho - de todas as etapas que o fizeram acontecer. Era um
tempo em que a UFS era uma instituição em perfeita simbiose com a sociedade
sergipana, intérprete das suas demandas e parceira das suas realizações.
Não sei bem quando, nem por que, a Universidade Federal de
Sergipe se afastou tanto de nós, mas o fosso se agiganta a cada dia. È ela lá
na sua torre de sapiências acumuladas e nós cá, tendo que aplaudir o seu
agigantamento inconsistente – como cresce e se espalha! – como um grande pé de
elefantíase a nos pisar doente.
Pois o atual prefeito de São Cristóvão - afirma-se que com
algum apoio da UFS - veio em boa hora apontar caminhos para promover o ansiado
reencontro dos programas de extensão da nossa universidade com a cultura
sergipana.
Que este FASC inaugure um novo tempo.
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