terça-feira, 31 de outubro de 2017

Logradouros no município de Aracaju

  Praça Luciano Barreto Júnior.

Trecho da avenida Delmiro Gouveia 

 Via que circunda o Riomar Aracaju
Fotos: Marco Vieira.
Reproduzidas do site: aracaju.se.gov.br

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Aracaju, em agosto


Fotos reproduzidas do site pontosturisticosde.com.br e postadas pelo blog 
'Minha Terra é SERGIPE', para ilustrar o presente artigo.

Publicado originalmente no site do jornal Correio de Sergipe, em 04/09/2017.

Aracaju, em agosto.
Por Terezinha Oliva.

Acabou o mês que uma crença popular associa a “desgosto”. Ainda que não se saiba explicar a razão dessa crença, a história de Aracaju está bem marcada pelo “desgosto de agosto”. Assim foi com a tragédia de Fausto Cardoso, o torpedeamento dos navios brasileiros e o suicídio do Presidente Getúlio Vargas, fatos que trouxeram dor para os aracajuanos em diferentes agostos.

No primeiro dia de agosto de 1906, Aracaju engalanada acolhia a visita do deputado federal Fausto Cardoso, filho ilustre da terra, que brilhara no Parlamento brasileiro, denunciando a política econômica do Ministro Joaquim Murtinho. Iniciando novo mandato, ele enchia de esperança os conterrâneos, que aspiravam dias melhores para Sergipe, confiando no seu prestígio político e na sua coragem. Advogado, professor, jornalista, poeta, orador, o deputado carismático tinha um discurso de fé na liberdade e no progresso. A partir do dia 10, ele liderou um movimento político que resultou na queda do governador Guilherme Campos e apontou para o fim da oligarquia Olímpio Campos. Aracaju viveu belos dias. Mas a intervenção federal, com o envio de dois batalhões do Exército para Sergipe, viria garantir a reposição do grupo olimpista e encher de sangue e de consternação a jovem capital.

Fausto Cardoso foi morto com um tiro no baixo ventre, na porta do Palácio do Governo. Desarmado e sozinho, ele enfrentou de peito aberto os soldados que lhe tiraram a vida, numa cena pungente e apoteótica. Tentou defender o “palácio dos sergipanos”, mas viu um amigo ser ferido e outro morto. No desespero, ofereceu sua vida “à honra de Sergipe”. Era 28 de agosto de 1906. Por alguns anos, não só o mês de agosto, mas o dia 28 de cada mês, serviu às explosões de dor pela lembrança da tragédia.

Entre 15 e 16 de agosto de 1942, Aracaju seria novamente abalada. Os navios brasileiros Aníbal Benévolo, Araraquara e Baependy, torpedeados por submarinos alemães na costa de Sergipe, atingiram diretamente a capital, que passou a conviver com o horror de corpos desfigurados chegando à praia, com as histórias dos sobreviventes que faziam chorar, com os destroços dos navios afundados, com a realidade da guerra. O historiador Luiz Antônio Pinto Cruz mostra que o medo, a vigilância, a desconfiança, a escuridão noturna imposta para cumprimento do Black out, tudo configurava a pavorosa realidade, que tinha chegado, de chofre, para incorporar-se ao dia a dia dos aracajuanos.

Numa cidade pouco populosa, muitos se tornaram suspeitos. Acreditava-se haver um inimigo interno, que era preciso combater: os integralistas, os comunistas, os simpatizantes da causa alemã, tidos como “quinta-coluna”, acusados de estarem colaborando com interesses considerados antipatrióticos. Brasileiros e estrangeiros foram alvos da fúria e do ardor de estudantes que depredavam residências, invadiam estabelecimentos comerciais, acusavam suspeitos de espionagem e pichavam com um “V” a frente das suas residências, numa alusão aos “homens V”, voluntários a serviço do nazismo. Nessa situação os jovens mobilizavam a população pela entrada do Brasil na Guerra contra os países do Eixo. Sua vontade de servir à Pátria inquietava os familiares, fazia crescer a angústia entre as mães e tornava inesquecível aquele mês de agosto, marco de tantos desdobramentos.

Em 24 de agosto de 1954 suicidou-se Getúlio Vargas. A notícia chegou aos aracajuanos pelo rádio. A Carta Testamento foi lida na Rádio Difusora e os comentários cheios de emoção provocaram choro e desespero em muitos ouvintes. Governava o Estado o Partido Social Democrata, o PSD de Arnaldo Garcez. A União Democrática Nacional, UDN, que em Sergipe era liderada por Leandro Maciel, era tida, nacionalmente, como culpada pelo gesto do Presidente da República.

Ibarê Dantas mostra que a dor da tragédia pessoal de Vargas, explorada com sensacionalismo, levou pessoas às ruas, em Aracaju, clamando contra o partido da oposição. Na Praça Fausto Cardoso, as manifestações terminaram com o assassinato de um homem, enquanto em toda a cidade, casas de udenistas foram depredadas e houve tentativas de invadir o sítio pertencente a Leandro Maciel, no Bairro Cirurgia. Veículos de comunicação também foram atacados. Tentou-se invadir a Rádio Liberdade e a sede do Correio de Aracaju foi depredada; o jornal parou de circular por um tempo.

Que coincidência! Aracaju colecionou agostos trágicos…

Texto reproduzido do site: ajn1.com.br/blogs

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Zé Pereira, um Poeta e Compositor de Glória


Publicado na 29ª Edição, da revista Mais Glória, em 19 de outubro de 2017 

Zé Pereira, um Poeta e Compositor de Glória
Por Euvaldo Lima*

Onze anos após a cidade de Nossa Senhora da Glória, cortar o cordão umbilical da cidade de Gararu, de quem antes pertencia toda a sua dimensão territorial, no dia 14 de outubro de 1939, nasce na sede do município, filho do casal: Antônio Pereira Sobrinho e Maria Francilina Góes (ambos in memorian), um dos filhos ilustres desta cidade, José Pereira Sobrinho, popularmente conhecido por Zé Pereira, qual se tornou dono do maior acervo de composições musicais de todos os tempos do alto e médio sertão sergipano, com centenas de músicas adormecidas em seus rascunhos embrulhados sobre nostálgicas lembranças.

Em 25 de maio de 1958, aos 18 anos de idade, se casa com a jovem gloriense, Maria Barros Pereira, com quem teve os seus primeiros quatro filhos: José Carlos Pereira, Antônio Carlos Pereira, Luiz Carlos Pereira e Francisco Carlos Pereira. Durante o intervalo entres os anos de 1962 a 1970, foi comerciante e era dele uma das lojas mais elegante e atual daquela época em toda a região, com o nome de fantasia, LOJA NOVIDADE, no centro da cidade, onde lá era possível encontrar os melhores tecidos, chapéus, calçados entre outros.

Aos quarenta anos, separado, fixa residência na memorável cidade cearense de Juazeiro do Norte, reduto altamente artístico, onde lá, conhece e se casa com a jovem Maria Ivone Cordeiro, natural de Santa Catariana, qual fora para lá para dar apoio aos familiares na administração da então Churrascaria Gaúcha, uma entre as mais famosas da época em Juazeiro.

Zé Pereira, um Poeta e Compositor de Glória Recém-casados, montam a churrascaria Catarinense, qual funcionou durante os treze anos pelo qual perdurou o seu relacionamento conjugal, com Ivone Cordeiro. Como prêmio por esse relacionamento, os mesmo tiveram em 13 de julho de 1988, o seu último filho, o David Cordeiro Pereira, filho que após o seu retorno para Sergipe em 1994, não mais teve contato.

Na cidade de Juazeiro do Norte, durante os oito anos que lá ficou, viveu alguns dos seus melhores momento desta passagem terrena, ao vivenciar alguns dos seus maiores sonhos, ao conhecer e obter o respeito de alguns dos seus maiores ídolos musicais de todos os tempos, entre eles: O poeta e compositor Patativa do Assaré, os seus ídolos da música popular brasileira, Alcimar Monteiro, Raimundo Fagner, Dominguinhos e o maior entre os grandes, Luiz Gonzaga. Neste período era comum o encontrar no parque Asa Branca, onde centenas de amigos do Rei Luiz Gonzaga, sempre estavam afinando as suas sanfonas pela voz inconfundível daquele que trouxe e cumpriu a missão de cantar, encantar e decantar o nordestino, sua cultura, suas agruras, suas tradições e suas vitórias.

Entre as lembranças que guarda do famoso Parque Asa Branca, ao lado da mansão do Gonzaga, consta a inesquecível festa de 75 anos de Luiz Gonzaga, onde mais parecia um encontro mundial de músicos e apreciadores do que se tem de melhor da musica de todos os tempos, todos os nomes em evidência no Brasil naquela época, lá estavam, e entre eles um sergipano de Nossa Senhora da Glória, Sergipe, o nosso Zé Pereira como era conhecido inclusive por Patativa e pelo próprio Luiz Gonzaga e sua esposa dona Helena de quem guarda um grande respeito. Jose Pereira nos contou que sempre que ia chegando à referida casa, Luiz Gonzaga brincava: “HELENA, ZÉ PEREIRA CHEGOU”.

Ele nos conta que tinha uma relação de amigos com o maior poeta popular de todos os tempos, Patativa do Assaré, de quem recebeu o maior incentivo de que  fosse entregue ao Luiz Gonzaga as suas composições, para que fosse por ele gravadas, e com muito jeito já no final da carreira, entregou 30 das mais de 100 e Luiz Gonzaga promete fazer uma seleção e nas próximas gravações incluir algumas das dele, e infelizmente o tempo foi cruel com todos nós, arrebatou-o antes do combinado.

De volta para Sergipe, Zé Pereira ainda com a visão empreendedora monta alguns bares e os administra até chegar a sua aposentadoria, daí, apenas revive sua trajetória marcada pelos sopros da boemia, e transcritas em códigos sonoros que só ele sabe. Deste período, graças a sua amizade ao ilustre gloriense, musico, cantor, jornalista, radialista, compositor Antonio Poderoso, duas de suas composições foram gravadas pelo mesmo, e entre os seus trabalhos o mais conhecido, nem quem o conhece sabe ser de sua autoria, refiro-me ao hino da cidade de Nossa Senhora da Glória, gravado pela também gloriense, filha do seu amigo Bebe alfaiate, Gilcélia Vaz. As demais continuam no anonimato, se embrenhado nos corredores do tempo.

Entre tantas, gostaríamos de citar as que tivemos o prazer de ouvi-lo cantar: A canção do “A”, uma música construída só com palavras iniciadas pela vogal “A”, uma exaltação ao imortal Pe, Gregório e a surpresa maior, já está pronto o Hino do centenário de Nossa senhora da Glória. Indiscutivelmente, José Pereira Sobrinho, é um dos muitos glorienses ilustres, que repousa no anonimato, qual a Revista Mais Glória, aproveita e dedica esta edição a todos que sendo filho ou adotados, contribuíram para as glórias de Glória, sobre tudo os verdadeiros heróis sem títulos.

* Euvaldo Lima dos Reis - Comerciante, Poeta Feiranovense, Esposo da Pedagoga Marta Maria da Silva Reis, divide com Deus a paternidade de quatro estrelas denominadas, LIZZE, BRIZZA, KAIPPE e KAIZZE. Autor do livro de poesia um sopro em versos, de dezenas de cordéis, participou das antologias, Retalhos, Unidos na Fé, e no mês 02/12, classificou 04 das cinco poesias num concurso no Tocantins á nível de Brasil, qual será publicada na antologia “Veloso 2012”, Foi um dos diretores da revista flash, membro das diretorias de diversos órgãos sociais voltados para o voluntariado na região, idealizador e diretor geral do projeto Revista Maisglória.

Texto e imagem reproduzidos do site: revistamaisgloria.com

Parabéns ao Atheneu Sergipense - 147 anos de história


Fotos reproduzidas do site: seed.se.gov.br e postadas pelo blog
'Minha Terra é SERGIPE',  para ilustrar o presente artigo.

Publicado originalmente no blog Primeira Mão, em 22/10/2017.

Parabéns ao Atheneu Sergipense - 147 anos de história
Por Eva Maria Siqueira Alves*

Mais um ano completa o Atheneu Sergipense e volto a ressaltar o seu valor na educação sergipana. Recordemos. O evento cultural mais importante da década de 1870 na Província de Sergipe foi a criação dessa importante instituição educacional sergipana. Manuel Luiz Azevedo D’Araújo (24/11/1838 – 21/10/1883) desempenhava o cargo de Inspetor Geral da Instrução e elaborou o Regulamento Orgânico da Instrução Pública da Província de Sergipe, assinado em 24 de Outubro de 1870. Desde então, o Atheneu Sergipense não se afastou dos seus objetivos: ministrar uma instrução secundária, de caráter literário e científico, necessária e suficiente para proporcionar subsídios a fim de que seus alunos se matriculassem nos cursos superiores, como também tivessem um bom desempenho em seus deveres de cidadão.

Narremos parte dessa história...

O Atheneu Sergipense iniciou seus trabalhos em uma casa da Câmara Municipal, um local inadequado para as aulas. Com algumas contribuições, um novo prédio foi erguido, com “elegância e solidez”, na Praça da Conceição, hoje, Praça Olímpio Campos, sendo inaugurado em 3 de dezembro de 1872. Há indícios de que o Atheneu Sergipense esteve localizado por volta de 1899, na Rua de Boquim. Mudou-se para a Praça Camerino em 1921, para a Avenida Ivo do Prado, em 13 de agosto de 1926 e em 1950, para a Praça Graccho Cardoso. Mas a despeito da sua localização geográfica, o prédio do Atheneu Sergipense esteve sempre na região central da cidade de Aracaju, à vista da sociedade.

Visitar o Atheneu Sergipense tornou-se roteiro obrigatório de autoridades políticas, governadores, membros do clero, ex-alunos, ex-professores, desembargadores, jornalistas, militares, inspetores escolares, diretores de órgãos públicos. Registravam tais personagens em documento denominado “Livro de Visitas” suas impressões sobre a instituição, o funcionamento da escola, as aulas nos gabinetes e laboratórios, avaliando-os como modernos, equipados e adequados às necessidades e finalidades experimentais.

Outro espaço instituído no Atheneu Sergipense nesses anos de funcionamento foi a Biblioteca. Seu primeiro Diretor, Manuel Luiz, mostrava-se preocupado com a situação dos livros empilhados nas estantes velhas e empoeiradas de uma sala da instituição e sugeriu a criação de uma biblioteca.  A Biblioteca foi alvo da atenção dos Diretores, que buscaram ampliar o espaço, adquirir obras didáticas para alunos e professores, fazendo-os adquirir o hábito da leitura e do estudo. As consultas são registradas em assinaturas nos Livros de Frequência, prática que permanece na instituição, cumprindo a função de salvaguardar, contabilizar o acervo existente e historiar os leitores.

Digna de admiração e respeito, a Banda Marcial do Atheneu Sergipense possui destaque nos desfiles patrióticos devido ao seu desempenho, bem treinados percussionistas que ditam o ritmo perfeito das marchas e dos passos coreografados harmonicamente, fazendo jus aos troféus e medalhas recebidos. É convidada, constantemente, a abrilhantar desfiles em outras cidades, levando o nome do Atheneu Sergipense, divulgando sua trajetória que, em forma de marcha ritmada, embeleza as ruas e avenidas das cidades durante as solenidades públicas. No que tange à organização estudantil em agremiações, permanece em funcionamento até os dias atuais, o Grêmio Literário Clodomir Silva, criado em 10 de janeiro 1934, com principal finalidade o desenvolvimento de atividades literárias. As práticas giravam em torno da leitura de obras literárias, recitar e produzir poemas, novelas e contos. 

Publicaram os seguintes jornais: A Voz do Atheneu (1934), A Voz do Estudante (1942), O Atheneu (1953), O Eco (1959). Direção e professores participaram ativamente das sessões, contribuindo com palestras, discursos, ideias e sugestões de leituras.

Nos dias atuais a comunidade do Atheneu Sergipense continua a construir sua história dos 147 anos ininterruptos, em outro espaço, aguardando ansiosamente o início da reforma do prédio e o retorno à praça.

“O silêncio do Atheneu”, coerente texto tão bem exposto pela professora Terezinha Oliva, pode ser minimizado pela continuidade das pesquisas realizadas com a documentação salvaguardada,  graças ao inexorável desempenho da equipe do CEMAS - Centro de Educação e Memória do Atheneu Sergipense. São Teses, Dissertações, Monografias, trabalhos apresentados em eventos científicos (locais, nacionais, internacionais), livros, capítulos de livros e pesquisas financiadas, que tomam como fontes os documentos arquivados no CEMAS.

O CEMAS é, portanto, parte do Atheneu Sergipense que continua a falar, mas que também necessitou sair daquele espaço. No momento está alocado em uma ampla e ventilada sala do Colégio Estadual Leandro Maciel, aberta a todos os pesquisadores interessados em conhecer aspectos da história da educação sergipana.

Consideramos importante cativar outros membros, parceiros, incentivar outras instituições públicas e privadas a valorizar sua história, preservando os vestígios de seu passado e, consequentemente, salvaguardando o patrimônio cultural, social e educacional, assegurando igualmente a memória da educação brasileira, em especial, a de Sergipe.

Presenteamos o Atheneu Sergipense este ano com duas significativas ações: o CEMAS faz parte do organograma da escola e está em vigor o Termo de Cooperação Técnica firmado entre a UFS e a SEED. No entanto, muito mais queremos oferecer com o desempenho do CEMAS. Almejamos receber por meio de doações de ex-alunos, ex-professores e ex-funcionários materiais que revelem práticas daquela “Casa de Educação Literária”. Por fim, juntamo-nos à comunidade do Atheneu Sergipense, no aguardo, inquietos, pelo retorno ao prédio situado na praça Gracho Cardoso. Este seria um expressivo presente do Governo do Estado. De todo modo, não nos faltam razões para desejar parabéns ao Atheneu Sergipense!

*Diretora do Centro de Educação e Memória do Atheneu Sergipense

Texto reproduzido do blog: primeiramao.blog.br

sábado, 21 de outubro de 2017

PMA homenageia escritores sergipanos pelo ‘Dia do Poeta’












Campanha foi elaborada através do Núcleo de Mídias da 
Secretaria Municipal da Comunicação.

Publicado originalmente no site da PMA, em 20/10/2017.

Prefeitura homenageia escritores sergipanos pelo ‘Dia do Poeta’

A Prefeitura Municipal de Aracaju, através do Núcleo de Mídias da Secretaria Municipal da Comunicação Social, reuniu obras de vários poetas sergipanos, como forma de homenageá-los pelo dia dedicado a eles, celebrado nesta sexta-feira, 20. A ação foi divulgada nas redes sociais da administração municipal e tem o objetivo de incentivar a leitura, escrita e publicação de poesias.

Para o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, que descobriu a poesia ainda na infância, um dia dedicado aos poetas é muito pouco para demonstrar o reconhecimento que a Prefeitura tem por eles. "A poesia é alimento para a alma. Desde que ganhei o primeiro livro da minha mãe, ainda criança, descobri o agigantamento do mundo através da literatura. Essa iniciativa da Prefeitura de Aracaju de homenagear os nossos poetas e poetizas, trovadores das palavras que nos brindaram e continuam brindando com um indefectível talento, é muito positiva. Parabéns pelo  Dia do Poeta. Bravíssimos", enalteceu.

O secretário municipal da Comunicação, Luciano Correia, destacou a importância do ‘Dia do Poeta' para a reconstrução da qualidade de vida de Aracaju. Segundo ele, o olhar do escritor conduz a cidade para o futuro. "Poucas pessoas sabem tão bem captar o imaginário da cidade como os seus poetas. Esse refinamento do espírito é um ingrediente importante na construção da qualidade de vida de uma cidade. Por isso, a Prefeitura homenageia esses nossos poetas, queridos, poetas que sonham grande a nossa cidade", afirmou.

Homenageados

Foram destacados os seguintes poetas: Jozailto Lima, Carlos Cauê, Marcelo Déda, Jeová Santana, Araripe Coutinho, Hunald Alencar, Hermes Fontes, Maria Cristina Gama, Santo Souza, Mário Jorge, Amaral Cavalcante e Ilma Fontes.

Jozailto Lima

Baiano radicado em Aracaju, Jozailto Lima, de 57 anos, é um renomado jornalista e autor premiado, já tendo publicado quatro livros de poemas. O escritor é reconhecido pelo tato e sensibilidade com que trata a vida e suas impressões sobre ela.

Carlos Cauê

Jornalista e publicitário, Carlos Cauê esteve à frente de diversos cargos públicos relevantes no estado de Sergipe, onde atualmente é secretário municipal de Governo. Com dois livros publicados em sua carreira de escritor, Cauê é reconhecido por explorar o romantismo em suas obras.

Marcelo Déda

Advogado, político e escritor, Marcelo Déda Chagas foi uma das figuras públicas mais importantes de Sergipe. Falecido em 2013, Déda era um excelente orador e poeta, tendo deixado uma herança literária importante para o estado. Seus poemas foram agrupados e publicados no ano de 2014, no livro intitulado "Improvável Poética".

Jeová Santana

Aracajuano formado em Letras, Jeová Santana é um escritor premiado por seus escritos. Autor de contos, prosas e poesias, Jeová se destaca pelo seu talento e por se debruçar sobre temáticas pertinentes em suas obras.

Araripe Coutinho

Nascido no Rio de Janeiro no dia 13 de dezembro de 1968, Araripe Coutinho se mudou para Aracaju em 1979, onde consolidou sua carreira literária. Com 13 livros lançados, o escritor, falecido em 2014, atuou como jornalista e foi uma figura importante no Estado.

Hermes Fontes

Hermes Fontes foi um poeta, escritor e caricaturista sergipano, nascido em 1988 e falecido em 1930. O escritor fez carreira no Rio de Janeiro e chegou a publicar dez livros e foi consagrado como um dos melhores poetas brasileiros.

Hunald Alencar

Hunald Alencar nasceu em Estância e chegou a ocupar uma cadeira da Academia Sergipana de Letras. Tendo publicado mais de dez livros, o poeta, que atuou também como jornalista e professor de português, fez história no cenário literário do Estado.

Maria Cristina Gama

Autora de quatro livros de poesia, a escritora e compositora Maria Cristina Gama, falecida em 2010, é um dos principais nomes femininos da literatura sergipana.

Santo Souza

Nascido na cidade sergipana de Riachuelo, Santo Souza foi membro da Academia Sergipana de Letras, membro efetivo da Associação Sergipana de Imprensa e membro correspondente da Academia Paulista de Letras. O escritor lançou 19 livros em sua carreira.

Mário Jorge

Mário Jorge foi um dos poetas sergipanos mais importantes, tendo publicado o livro intitulado "Revolição", além de poemas e artigos em jornais e revistas de Sergipe.

Amaral Cavalcante

Jornalista, poeta e membro da Academia Sergipana de Letras, Amaral Cavalcante, é um poeta nascido na cidade de Simão Dias, reconhecido por criar o jornal Folha da Praia e por sua obra literária.

Ilma Fontes

Escritora, roteirista, cineasta e jornalista, Ilma Fontes, escolhida a "Mulher do século XX" do Estado de Sergipe, publicou diversos livros e é uma das figuras mais importantes do cenário audiovisual sergipano.

Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

A Epopeia Rubra: 108 anos do Club Sportivo Sergipe

Imagem do documentário "Club Sportivo Sergipe memória preservada", de Dida Araújo.

Publicado originalmente no site Expressão Sergipana, em 17 de outubro de 2017

A Epopeia Rubra: 108 anos do Club Sportivo Sergipe. 

De Redação Por Gustavo Tenório*

O mais belo cenário da cidade é, sem dúvida, o das águas do rio que dá nome ao nosso estado. Sua cena mais bela, por sua vez, vê-se pela manhã, momento em que os raios do sol se espelham por entre ondas suaves, sob um breve frescor matinal, enquanto as vozes da cidade ainda se fazem tímidas. Houve um tempo em que as ninfas gregas deslizavam com vigor e delicadeza pela extensão daquelas águas. Eram as Nereidas, filhas do deus Nereu, o mais antigo Senhor dos mares, e da deusa Dóris. Eram belas como nunca se viram em terra firme. Eram mais velozes que qualquer um que ousasse desafiá-las. Justas e benevolentes com quem se enveredava pelos mares, guiavam e indicavam o caminho mais seguro a se navegar.

O efervescente século XX despontara nas páginas da história. O ano é 1909. Estamos em outubro e as manhãs ensaiam uma promessa de verão. A avenida que margeia o rio Sergipe, em sua margem direita, ainda não se chamava Ivo do Prado. Mas, desde sempre, Rua da Frente, ainda que não oficialmente, por mais espontâneo que seja dizê-lo. Bravos homens, com suas regatas vermelhas, atravessam a via sustentando, ao alto, uma comprida embarcação. Nada singrava as águas do Rio Sergipe com tamanha destreza como a Nereida. Seu desempenho divino inspirara aqueles atletas a dar-lhe o nome – ou, talvez, a força do mito é que os tenha inspirado. De qualquer sorte, o espetáculo comovia o público, que assistia às regatas debruçados na mureta da avenida, entre gritos de “Sergipe!” ou de “Cotinguiba!” – ouso dizer, salvo melhor juízo histórico, que o primeiro se fazia e se faz mais estrondoso.

A primeira década do século, em sua belle époque tropical, passou a distrair os aracajuanos com as pelejas náuticas entre aqueles dois clubes (Sergipe x Cotinguiba). O entretenimento regatiano teve o seu apogeu naquela primeira metade de século. Mas logo cedeu espaço para o foot-ball. Em 1916, o Club Sportivo Sergipe dera seu pontapé inicial nos gramados do estado. O escrete rubro atravessou as décadas e o século e construiu uma hegemonia indiscutível no cenário futebolístico sergipano. Cruzou as fronteiras do estado e desafiou os maiores escretes do país. Aliás, equipes e seleções internacionais mediram suas forças com o Vermelhinho.

Do remo ao futebol, o valor do clube rubro se materializou em uma vasta e invejável coleção de troféus. Para cantar a glória e os louros, em coerência com a inspiração mítica do nome de sua primeira embarcação, seria necessário um poeta que representasse o espírito épico dos antigos gregos, como Homero e Hesíodo. Enfim, na década de quarenta, João Freire Ribeiro, poeta e professor sergipano, eternizou a epopeia lírica rubra em versos que hoje ecoam pelas arquibancadas.

Assim foram os primeiros anos do Club Sportivo Sergipe. Sua antiga sede, na Rua da Frente – é sempre mais sincero dizê-la –, quedava-se diante da sua primeira cancha: o rio que lhe dera também o nome. Não é demais apaixonado dizer que o clube representa e simboliza o tal do espírito da sergipanidade como nenhum outro. O estado, o rio, o povo, o clube. Aliás, o Vermelhinho é o verdadeiro amálgama da nossa gente: democrático e plural. Dos remadores da sua primeira embarcação, a Nereida, aos atletas do esporte bretão e às pequenas ginastas que passaram a nos encantar com seus delicados movimentos, a história do Gipão merece ser festejada nestes 108 anos de lutas e de glórias. A caminhada hoje se faz árdua, como outrora já se experimentou e se superou. Sempre, diga-se, com a força da grande massa altaneira a conduzi-lo, agitando seu pendão alvirrubro, seja em dias de prélios famosos ou d’outros amargos. O sentimento rubro não se esmorece! Para frente!

*Gustavo Tenório é advogado, aprendiz de Nelson Rodrigues e costuma vestir uma camisa rubra quase todo santo dia.

Texto e imagem reproduzidos do site: expressaosergipana.com.br

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Ed. Estado de Sergipe, (Outubro Rosa), em Aracaju.

Edifício Estado de Sergipe. Em Aracaju.
Iluminação especial - Campanha do Outubro Rosa/Câncer de Mama
Foto: Ascom/SES.
Reproduzida do site: clicksergipe.com.br

Igreja Matriz N. S. Divina Pastora, no município de Divina Pastora




Igreja Matriz Nossa Senhora Divina Pastora

Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 1943 e Símbolo da religiosidade do povo sergipano, a Igreja Matriz de Nossa Senhora Divina Pastora, datada do século XVIII, ainda contém traços do estilo jesuítico do Nordeste.

A predominância do estilo Barroco em seu interior e a pintura do artista baiano José Teófilo de Jesus em seu teto, impressionam visitantes e turistas.

A originalidade do local faz com que o templo sirva de Basílica Votiva de Peregrinação, dando à ela o título de "Santuário de Pagamento de Promessas".

A cidade que ganhou o nome da Padroeira, recebe todos os anos, no mês de Outubro, mais de 50 mil romeiros de diversas partes do Brasil, que caminham mais de 8 quilômetros em sinal de devoção e fé.

A procissão começa na cidade vizinha de Riachuelo e segue pelas estradas até a Igreja Matriz de Divina Pastora, onde a imagem da santa, inspiração do Frei Isidório de Sevilha, é contemplada e venerada por todos os fiéis.

Texto e imagens reproduzidos do site: pontosturisticosde.com.br

Sílvio Romero, retratado pelo artista plástico Valter Santos

Obra em homenagem ao nosso patrono, de autoria do artista plástico Valter Santos.
Silvio Romero bacharelou-se na tradicional Faculdade de Direito do Recife e dedicou-se à literatura, vindo a ser professor do Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro.
Imagem reproduzida Fanpage/Facebook/Memorial do Poder Judiciário de Sergipe.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Mercados e feiras livres, em Aracaju

 Aracaju dispõe de diversas feiras livres e mercados para adquirir bons alimentos.

 Para uma boa saúde é importante manter uma alimentação balanceada.


 Tatiana Canuto explica como é perigosa uma dieta baseada em industrializados.


Fotos: Marco Vieira.

Publicado originalmente no site da PMA, em 16/10/2017

Alimentação: mudança de hábitos é fundamental para uma dieta saudável

A alimentação é um forte indicador social. A frase "você é o que come" faz muito sentido quando comparamos a nossa alimentação com o bem-estar que temos, e bem-estar quer dizer um conjunto de práticas que envolve, entre outras coisas, uma boa nutrição que, consequentemente, tem ligação direta com a nossa saúde. Foi pensando em fomentar uma série de ações voltadas para o combate à fome, à pobreza e incentivo à boa alimentação que a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), uma agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU), instituiu a data 16 de outubro como sendo o Dia Mundial da Alimentação.

Uma boa alimentação, contudo, não significa se privar de determinados componentes que encontramos na comida, mas, saber equilibrar cada um dos nutrientes. Seja a proteína, o carboidrato, a fibra, as vitaminas, tudo é necessário para manter o corpo saudável, porém, é preciso atenção com aquilo que é ingerido.

A nutricionista da Secretaria Municipal da Assistência Social, Tatiana Canuto, explica que uma boa fonte de pesquisa para uma alimentação saudável é o Guia Alimentar para a População Brasileira, lançado pelo Ministério da Saúde. Ele indica que a alimentação tenha como base alimentos frescos (frutas, carnes, legumes) e minimamente processados (arroz, feijão e frutas secas), além de evitar os ultraprocessados (como macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote e refrigerantes).

"O guia é um ótimo reforço daquilo que muita gente já sabe. Sempre devemos preferir os alimentos in natura e esses alimentos devem ser a base de qualquer uma das nossas refeições. Nós dizemos que quanto mais colorida for a comida, mais nutritiva ela será. Porém, quando falamos ‘colorida' estamos falando de alimentos in natura, vale ressaltar", frisou Tatiana.

Para a nutricionista, com a globalização, os hábitos alimentares foram mudando e, no Brasil, especificamente, muitos alimentos de outros países foram incorporados à dieta do brasileiro, mas isso nem sempre é positivo. "O brasileiro incorporou a moda americana em diversos aspectos, inclusive o alimentar. Vemos muita gente trocando comidas saudáveis por alimentos ultraprocessados e isso é preocupante", afirmou.

Um dos malefícios de uma alimentação ruim, destacado pela nutricionista, é o aumento de doenças como diabetes e hipertensão. "Muitas vezes, ao optar por refeições rápidas e prontas, muito por conta da correria do dia a dia, as pessoas passam a se alimentar mal. Isso vai ser refletido no futuro. Temos, hoje, dados que mostram o aumento de pessoas obesas, por exemplo. O problema não é a obesidade, mas o que ela pode acarretar, como por exemplo, doenças como diabetes e hipertensão que, por sinal, também têm crescido no país", destacou Tatiana.

Mercados e feiras como promotores da boa alimentação

A nutricionista defende o crescimento do número de locais que ela chama de "promotores da boa alimentação", como os mercados e feiras. Em Aracaju, além das feiras livres nos bairros que acontecem de terça a domingo, os mercados Albano Franco, no Centro, Milton Santos, no conjunto Augusto Franco, Carlos Firpo, no Siqueira Campos, e Miguel Arraes, no Bugio, são locais em potencial para se encontrar componentes ideais para uma alimentação equilibrada e natural.

"Algumas pessoas têm a ideia que uma alimentação saudável custa caro, mas, se adquirirem o costume de ir a feiras e mercados, vão perceber que sai muito mais em conta do que se forem aos supermercados, e ainda evitam as tentações das prateleiras carregadas de alimentos ricos em gordura, açúcares e sal", disse Tatiana.

No mercado Central, por exemplo, uma grande variedade de alimentos é encontrada na divisão de cada setor. Seja na seção de hortifruti, carne ou pescados, o que não faltam são opções para montar um cardápio equilibrado. "Os mercados e feiras são bons locais até para levar as crianças. Elas precisam entender que nada vem da caixinha e nós, adultos, temos que começar a ver esses lugares como fundamentais para pesquisar todo tipo de opção de alimentos. Por isso que acredito que é preciso que haja o aumento desses locais promotores da boa alimentação", reforçou.

Organização ajuda na boa alimentação

Tatiana Canuto explica ainda que, além de optar por alimentos naturais, é necessário se organizar. Numa época em que a falta de tempo dita as regras, a nutricionista aconselha modificar alguns hábitos. "Não adianta a gente abastecer a cozinha de comidas saudáveis e depois, com a desculpa da correria, continuar ingerindo alimentos processados por causa da praticidade. É preciso se organizar, aproveitar um tempinho no domingo à noite, por exemplo, para separar o que vai comer durante a semana. Assim, todos os dias, a comida já estará devidamente pronta e separada para o consumo", aconselhou.

Prefeitura apoia a boa alimentação

Consciente da importância da boa alimentação para o desenvolvimento das pessoas, a Prefeitura de Aracaju vem incentivando a prática através da Feira da Agricultura Familiar que acontece uma vez por mês no Centro Administrativo e que já se consolidou como uma referência para quem prioriza o consumo de alimentos mais saudáveis e livres de agrotóxicos na capital.

A nutricionista Tatiana Canuto faz parte da equipe que organiza o evento. "A feira é uma forma de fortalecimento de fomento da segurança alimentar e nutricional, e a educação é outra forma, então a gente une tudo isso para trazer saúde. Trabalhar com a prevenção é bem melhor do que com o tratamento da doença, além de custar muito menos", destacou.

Dia Mundial de Alimentação

Celebrado em 16 de outubro, data da fundação da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Dia Mundial de Alimentação tem como tema em 2017 "Mudar o futuro da migração: investir em segurança alimentar e no desenvolvimento rural". A data é celebrada em mais de 150 países para chamar a atenção sobre questões relativas à nutrição e à alimentação.

Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Sergipe - Um Celeiro de História, Cultura e Ciências (Artigos 1 e 2)

Imagem reproduzida do site: [g1.globo.com/se] e postada pelo 
'Blog Minha Terra é SERGIPE', para ilustrar os presentes artigos.

Publicado no site Lagarto Noticias, em 28 de novembro de 2016.

SERGIPE – UM CELEIRO DE HISTÓRIA, CULTURA E CIÊNCIAS – PARTE 1*
Por Claudefranklin Monteiro

O notável escritor russo, falecido em novembro de 1910, Leon Tostói, entre tantos axiomas, legou para a humanidade um que me parece muito oportuno para o atual momento da História Cultural de Sergipe, notadamente se levarmos em consideração a sua produção científica no campo das humanidades e da ciência jurídica: “Se queres ser universal começa por pintar a tua aldeia”.

Antiga sede do Tribunal de Relações, inaugurado em 1895, o Memorial do Poder Judiciário de Sergipe, cuja sede atual é o Palácio Sílvio Romero, lançou quarto número de sua Revista, reunindo 22 trabalhos que atestam, em grande medida, a máxima do escritor russo acima supracitado.

No cenário das revistas de cunho acadêmico-científico, notadamente sergipanas, destaque-se a Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, circulando a mais de cem anos. Segue-se a esta, a Revista da Academia Sergipana, fundada em 1931 e a Revista de Aracaju, desde 1943.

Em comum, as três revistas, em que pesem serem as mais tradicionais e principais referências no Estado, dividem a prerrogativa de terem apresentado ao Brasil e ao mundo, sergipanos cuja seara bibliográfica coloca-os numa estirpe notável de escritores e intelectuais de monta, a exemplo de Mário Cabral, Dom Luciano Duarte e Luiz Antônio Barreto, afora Manuel Cabral Machado, cujo centenário de nascimento se comemora e se rememora este ano.

A Revista do Memorial do Poder Judiciário de Sergipe, embora de tenra existência, desponta como mais um veículo propagador da sapiência sergipana, revelando jovens escritores e intelectuais, e firmando o nome de outros já encaminhados e consagrados em suas produções.

Seu primeiro número foi publicado em 2011, sob a responsabilidade de Renata Mascarenhas Freitas de Aragão e sob a coordenação editorial de Janaína Cardoso e Melo, Rafael Santa Rosa Cerqueira e Manoel Luiz Belarmino. Reuniu treze artigos, entre eles, cujas autorias já ensaiavam seu potencial, com nomes dignos de nota, tais como: Jorge Carvalho do Nascimento, Luiz Antônio Barreto, Terezinha Oliva. Sem falar em jovens promessas no campo da historiografia, a exemplo de Andreza Santos Cruz Maynard.

O segundo número, no afã do primeiro, foi publicado no ano seguinte, contendo uma resenha e dezesseis artigos. Desta feita, era Presidente, Mônica Porto de Andrade. Além de Janaína Cardoso Melo e Manoel Luiz Belarmino, que permaneceram no corpo editorial, somaram-se três novos nomes: Agnaldo José de Almeida Dias Júnior, Manoel Leonardo Santana Dantas e Sônia Cristina Carvalho Cardoso. A partir deste número, nota-se uma tendência: a presença de novos escritores sergipanos (nascidos ou não no Estado) – a exemplo de Edna Maria Matos Antônio, Ane Luise Silva Mecenas e Magno Francisco de Jesus Santos – e a contribuição de autores de outros Estados brasileiros, a exemplo da Profa. Dra. Sylvana Maria Brandão de Aguiar (atualmente, na Universidade Católica de Pernambuco).

O terceiro número anunciava uma regularidade temporal e o amadurecimento da revista, publicada em 2013, sob a Coordenação de Luisa Prado de Oliveira Pinna Figueiredo. No corpo editorial, seguiram-se todos os nomes da edição anterior, somando-se a contribuição de Valdson dos Santos. Entre os trabalhos publicados, uma resenha e dezoito artigos, seguindo a mesma toada do número anterior, com nomes que se projetavam para o cenário cultural de Sergipe ou iam pavimento com mais afinco a sua produção, a exemplo de Janaína Cardoso Melo, José Thiago da Silva Filho, Marcello Eduardo Campos e Lilian Maria de Mesquita Alexandre.

* Artigo publicado originalmente no Jornal CINFORM (27.11.2016).


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Publicado no site Lagarto Noticias. em 6 de dezembro de 2016.

SERGIPE – UM CELEIRO DE HISTÓRIA, CULTURA E CIÊNCIAS – Parte 2*
Por Claudefranklin Monteiro


Dois anos se passaram para que o quarto número viesse à tona. Ela teve sua regularidade quebrada, pois não circulou entre os anos 2014 e 2015. Agora, em 2016, retorna com a pujança da jovem Anuska Batista Sampaio, cujo trabalho, pude acompanhar e testemunhar de perto, sobretudo o seu empenho e a sua dedicação para que a Revista  do Memorial do Poder Judiciário de Sergipe pudesse seguir sua trajetória que se anunciava, desde sempre, promissora.

É importante salientar que, em todas as edições, havia e há um Conselho Consultivo composto por pessoas dos mais diversos ramos do saber e de outras instituições do país, tais como: Dilton Candido Santos Maynard (UFS), Mário Resende (UNILA), Samuel Albuquerque (UFS/IHGSE), Marcos Luiz Bretas da Fonseca (UFRJ), Gilson Ranbelli (UFS), Cristina Valença, Silvia Hunold Lara (UNICAMP), Sandra Pelegrini (UEM) e Marcos Silva (DHi-UFS), só para citar alguns.

Em toda essa trajetória, estive presente, colaborando como autor, co-autor e membro do Conselho Consultivo, em três, das quatro oportunidades. Do mesmo modo que na anterior, nesta presente edição, estou responsável por falar em nome dos seus autores e autoras. Neste número, colaboro com o artigo “Sílvio Romero em Casa”, em que discorro, historicamente, sobre a última visita de Romero a Sergipe, em 1894, quando veio consolar sua mãe viúva, em Lagarto, e sondar suas bases políticas, um tanto quanto abaladas por seus inimigos. E olhe que Sílvio cultivou inúmeros.

Em sua apresentação, o Desembargador Luiz Antônio Araújo Mendonça, enfatiza o compromisso do Memorial do Poder Judiciário de Sergipe com a produção acadêmica do Estado, reafirmando este compromisso na garantia futura da continuidade do projeto da revista, a meu ver já fecundo, como salientamos anteriormente, e necessitado de uma nova roupagem e de uma postura cada vez mais profissional e acadêmica.

Como já dissemos, o número quatro da Revista do Memorial do Poder Judiciário de Sergipe está composto por vinte e dois trabalhos, sendo duas resenhas e vinte artigos. Entre as resenhas, destaco a contribuição do Prof. Dr. Severino Vicente da Silva, da Universidade Federal de Pernambuco, um dos maiores pesquisadores de História da Igreja do Brasil. Afora, o trabalho de Cleverton Costa Silva, do Curso de Bacharelado em Direito da UFS.

 Em sua maioria, os textos versam sobre história e cultura, tendo como mote as questões de Sergipe. Na seara da história cultural e social, os trabalhos de Liana Matos Araújo, Pablo Renan Silva Campos, Marcos Paulo Carvalho Lima, José Uesele Oliveira Nascimento, Manoel Ribeiro Andrade, Nelson Santana Santos, Edirani Tavares de Jesus, Gabrielle do Nascimento Matos, Jéssica da Silva Souza e Airles Almeida dos Santos.

Ainda no cenário da história, particularmente da história local, política e econômica, os trabalhos de Rosana Oliveira Silva, Carla Darlem Silva dos Reis, Wanderlei de Oliveira Menezes, Lilian de Lins Wanderley e Hortência de Abreu Gonçalves.

No campo do Direito, da Administração Pública e do Serviço Social, os trabalhos de Eliana Tavares Lima, Joeltherman Santos Silva, Danilo Dias Sampaio Segundo, Heitor Cavalcante Martins, Vinicius Nascimento de Almeida, Monique Elen Rodrigues de Araújo Oliveira, Danyele Serafim de Oliva, Cleverton Costa Silva e Mariana Gomes Mourilhe.

Por fim, ressalto a importância da Revista do Memorial do Poder Judiciário de Sergipe, parabenizando seus idealizadores e mantenedores. Que ela possa ter vida longa, regularidade e que almeje seu lugar, o quanto antes, entre as mais importantes revistas científicas do país, pois notoriedade e reconhecimento de sua aldeia, ela já o tem, gozando do respeito e da contribuição de seus mais notáveis e promissores escritores.

* Texto publicado originalmente no Jornal CINFORM – 05 a 11 de dezembro de 2016.

Textos reproduzidos do site: lagartonoticias.com.br

Vida e obra de Adalberto Fonseca


Publicado originalmente no site Lagarto Notícias, em 19 de abril de 2017.

Especial Lagarto: Vida e obra de Adalberto Fonseca

Por Claudefranklin Monteiro*

No ano dia 23 de abril de 1917, em Campo do Brito (SE), nascia Adalberto Fonseca, filho de Graciliano Apolônio da Fonseca e Maria Rodrigues da Fonseca. Aprendiz de marinheiro no ano de 1934, em Salvador (BA) e interno do Mosteiro de São Bento no Rio de Janeiro, entre 1937 e 1938. No mesmo ano, retorna ao seio familiar, sendo nomeado Promotor Público de Campo do Brito em 1940; Escrivão de Coletorias em Divina Pastora em 1941: um andarilho promissor!

No dia 02 de janeiro de 1943 casou-se com EIza Almeida Santos, a saudosa Dona Elza da Praça da Piedade (fundadora das Camareiras de Nossa Senhora da Piedade, entre outras colaborações à Igreja). Da união nasceram oito filhos: Marielza, Hermes, Aderbal, Deodoro, Nenem, Floriano, Kenedy e Epitácio.

Por volta dos anos 60, iniciou suas pesquisas sobre a história de Lagarto. Nos anos 70 foi colaborador do jornal “A Voz do Lagarto”, com a coluna “FRAGMENTOS DA HISTÓRIA POLÍTICA DE LAGARTO”.  Em 1972 começa a ser reconhecido por suas pesquisas, tendo sido o confeccionador da bandeira, do hino e do brasão de Lagarto, na gestão do saudoso José Ribeiro de Souza, o popular Zé Coletor, ao qual sempre manifestou toda a sua gratidão e estima.

Foi também criador de dois grupos folclóricos: os Parafusos e os Cangaceiros em 1962. Sendo reconhecido no 10º Festival do Folclore Nacional em Olímpia (SP).

Em junho de 1981 publicou “Opúsculo sobre Lagarto” – pelo Banco do Nordeste – agência de Lagarto e “História de Campo do Brito” em 1989 (com a colaboração da Prefeitura de Campo do Brito). Por anos a fio, entre uma imensidão de promessas não cumpridas, perseguiu o sonho de publicar a maior de todas as suas obras e resultado de mais de quarenta anos de pesquisa: “História de Lagarto”, lançada no dia 20 de abril de 2003.

No ano 2000, a Administração “Lagarto Para Todos” homenageou Adalberto Fonseca com um Centro Cultural que leva seu nome, onde o mesmo compareceu com sua família e aquela que foi sua companheira até então, a Senhora Amparo.

Certa feita, ao ser perguntado sobre o porquê de escrever sobre Lagarto, o historiador Adalberto Fonseca assim se pronunciou: “Acontece que me enchi de amor por esta terra e que outro meio não vi senão este de poder manifestar minha gratidão e minha amizade por esta gente e suas coisas”.

* Necrológio a Adalberto Fonseca, em 18 de março de 2004. Prefeitura Municipal de Lagarto. Escrito a pedido de Jerônimo de Oliveira Reis, para o Velório do Historiador

Texto e imagem reproduzidos do site: lagartonoticias.com.br

Romaria de Aparecida reúne 160 mil pessoas no sertão sergipano



Fotos: Ascom/Prefeitura de Aparecida.

Publicado originalmente no site Lagarto Noticias, em 13 de outubro de 2017.

Romaria de Aparecida reúne 160 mil pessoas no sertão sergipano

Por Thiago Farias

Era nítido o cansaço no olhar das pessoas que vieram de todos os cantos do país, mas o prazer em poder participar desse momento de devoção era maior. Jovens, adultos, crianças e idosos se misturavam agradecendo ou pedindo alguma graça a Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. A tradicional romaria realizada na cidade que carrega o nome da Santa reuniu neste ano mais de 160 mil romeiros.

Em um percurso de oito quilômetros, saindo do Povoado Queimadas, em Ribeirópolis, até a cidade de Nossa Senhora Aparecida, os fiéis comemoraram 300 anos do aparecimento da Santa no rio Paraíba do Sul, em São Paulo. Transformando assim a paisagem da rodovia no Agreste de Sergipe em um local de disseminação de fé.

A 14ª edição da romaria foi marcada pelo recorde de público e a prefeita Veronica Sousa, comemorou esse momento. “Os milagres alcançados por esses peregrinos têm feito com que cada ano nossa romaria ganhe uma proporção grandiosa. Tenho certeza que todos que estiveram aqui saíram revestidos de muita fé e esperança. Só temos a agradecer pela presença de cada um”, afirma.

Histórias de curas se destacam em meio as outras como a de Maria Vitoria, que participou da missa no Povoado Queimadas e seguiu em procissão junto da sua irmã. “Há três meses descobrimos que um dos pulmões de Vitoria não estava bombeando ar, ela se internou e nós não sabíamos o que iria acontecer com ela, a única saída era nos apegarmos a nossa fé. Minha mãe é muito devota a Nossa Senhora e foi aí que fizemos essa promessa e estamos aqui agradecendo a graça alcançada”, relata.

Luan, 24 anos, que participou pela primeira vez da romaria, se juntou a um grupo de amigos e parentes e veio agradecer a oportunidade de estar vivo, pois há um ano ele sofreu um acidente muito grave e sua mãe pediu a intercessão da Santa em prol da sua saúde. “Eu passei um tempo internado depois de sofrer um acidente onde quase perdi minha vida, diante disso, minha mãe junto a minha família fizeram uma promessa para Nossa Senhora. E hoje estou aqui para agradecer essa benção”, fala emocionado.

Os devotos lotavam as portas das casas, varandas e sacadas para prestigiar a passagem da padroeira do município, e a sensação era a mesma, a fé é capaz de unir multidões. “Esperamos que esses 300 anos de bênçãos nos ajude, ainda mais, a consolidar no coração das pessoas essa esperança que Nossa Senhora Aparecida representa para o povo. A esperança de um novo tempo é o grande legado que ela traz para os seus devotos”, disse.

Tamanha é a grandiosidade da peregrinação, que em 2015 ela foi reconhecida como patrimônio cultural e imaterial do Estado de Sergipe, através da Lei Estadual nº 63/2015, sendo inclusa no Calendário Festivo de Sergipe. O vice-governador, Belivaldo Chagas, que é devoto da Santa, esteve presente na romaria e diz que esse momento foi muito importante não só para os fiéis, mas como para a município de Aparecida. “Sou católico praticante, frequento semanalmente a igreja, faço sempre as minhas orações e hoje foi algo mais especial, pois além de nos sentirmos mais perto de Nossa Senhora, podemos dividir esse sentimento com milhares de pessoas”, pontuou.

Ao fim da romaria as pessoas foram se concentrando na Praça da Igreja onde foi realizada uma missa. A programação seguiu com atos culturais e religiosos até às 17 horas, encerrando com a procissão e a missa com o arcebispo Dom João Costa.

História do encontro da Imagem

No ano de 1717, três pescadores, levados por necessidades históricas e econômicas, saíram a pescar, numa época escassa de peixes. Por ação misteriosa de Deus, chegando ao “Porto de Itaguassu”, a primeira coisa que caiu em suas redes foi o corpo de uma imagem quebrada, na altura do pescoço. Num segundo lance de rede, pescaram a cabeça da mesma imagem. Juntando as duas partes viu-se que se tratava da Senhora da Conceição. Depois do encontro da Imagem, a pesca de peixes foi abundante e os pescadores intuíram a presença e ação de Deus naquele singular evento.

Texto e imagens reproduzidos do site: lagartonoticias.com.br