Imagem reproduzida do site: [g1.globo.com/se] e postada pelo
'Blog Minha Terra é SERGIPE', para ilustrar os presentes artigos.
Publicado no site Lagarto Noticias, em 28 de novembro de 2016.
SERGIPE – UM CELEIRO DE HISTÓRIA, CULTURA E CIÊNCIAS – PARTE
1*
Por Claudefranklin Monteiro
O notável escritor russo, falecido em novembro de 1910, Leon
Tostói, entre tantos axiomas, legou para a humanidade um que me parece muito
oportuno para o atual momento da História Cultural de Sergipe, notadamente se
levarmos em consideração a sua produção científica no campo das humanidades e
da ciência jurídica: “Se queres ser universal começa por pintar a tua aldeia”.
Antiga sede do Tribunal de Relações, inaugurado em 1895, o
Memorial do Poder Judiciário de Sergipe, cuja sede atual é o Palácio Sílvio
Romero, lançou quarto número de sua Revista, reunindo 22 trabalhos que atestam,
em grande medida, a máxima do escritor russo acima supracitado.
No cenário das revistas de cunho acadêmico-científico,
notadamente sergipanas, destaque-se a Revista do Instituto Histórico e
Geográfico de Sergipe, circulando a mais de cem anos. Segue-se a esta, a
Revista da Academia Sergipana, fundada em 1931 e a Revista de Aracaju, desde
1943.
Em comum, as três revistas, em que pesem serem as mais
tradicionais e principais referências no Estado, dividem a prerrogativa de
terem apresentado ao Brasil e ao mundo, sergipanos cuja seara bibliográfica
coloca-os numa estirpe notável de escritores e intelectuais de monta, a exemplo
de Mário Cabral, Dom Luciano Duarte e Luiz Antônio Barreto, afora Manuel Cabral
Machado, cujo centenário de nascimento se comemora e se rememora este ano.
A Revista do Memorial do Poder Judiciário de Sergipe, embora
de tenra existência, desponta como mais um veículo propagador da sapiência
sergipana, revelando jovens escritores e intelectuais, e firmando o nome de
outros já encaminhados e consagrados em suas produções.
Seu primeiro número foi publicado em 2011, sob a
responsabilidade de Renata Mascarenhas Freitas de Aragão e sob a coordenação
editorial de Janaína Cardoso e Melo, Rafael Santa Rosa Cerqueira e Manoel Luiz
Belarmino. Reuniu treze artigos, entre eles, cujas autorias já ensaiavam seu
potencial, com nomes dignos de nota, tais como: Jorge Carvalho do Nascimento,
Luiz Antônio Barreto, Terezinha Oliva. Sem falar em jovens promessas no campo
da historiografia, a exemplo de Andreza Santos Cruz Maynard.
O segundo número, no afã do primeiro, foi publicado no ano
seguinte, contendo uma resenha e dezesseis artigos. Desta feita, era
Presidente, Mônica Porto de Andrade. Além de Janaína Cardoso Melo e Manoel Luiz
Belarmino, que permaneceram no corpo editorial, somaram-se três novos nomes:
Agnaldo José de Almeida Dias Júnior, Manoel Leonardo Santana Dantas e Sônia
Cristina Carvalho Cardoso. A partir deste número, nota-se uma tendência: a
presença de novos escritores sergipanos (nascidos ou não no Estado) – a exemplo
de Edna Maria Matos Antônio, Ane Luise Silva Mecenas e Magno Francisco de Jesus
Santos – e a contribuição de autores de outros Estados brasileiros, a exemplo
da Profa. Dra. Sylvana Maria Brandão de Aguiar (atualmente, na Universidade
Católica de Pernambuco).
O terceiro número anunciava uma regularidade temporal e o
amadurecimento da revista, publicada em 2013, sob a Coordenação de Luisa Prado
de Oliveira Pinna Figueiredo. No corpo editorial, seguiram-se todos os nomes da
edição anterior, somando-se a contribuição de Valdson dos Santos. Entre os
trabalhos publicados, uma resenha e dezoito artigos, seguindo a mesma toada do
número anterior, com nomes que se projetavam para o cenário cultural de Sergipe
ou iam pavimento com mais afinco a sua produção, a exemplo de Janaína Cardoso
Melo, José Thiago da Silva Filho, Marcello Eduardo Campos e Lilian Maria de
Mesquita Alexandre.
* Artigo publicado originalmente no Jornal CINFORM
(27.11.2016).
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Publicado no site Lagarto Noticias. em 6 de dezembro de 2016.
SERGIPE – UM CELEIRO DE HISTÓRIA, CULTURA E CIÊNCIAS – Parte 2*
Por Claudefranklin Monteiro
Dois anos se passaram para que o quarto número viesse à
tona. Ela teve sua regularidade quebrada, pois não circulou entre os anos 2014
e 2015. Agora, em 2016, retorna com a pujança da jovem Anuska Batista Sampaio,
cujo trabalho, pude acompanhar e testemunhar de perto, sobretudo o seu empenho
e a sua dedicação para que a Revista do
Memorial do Poder Judiciário de Sergipe pudesse seguir sua trajetória que se
anunciava, desde sempre, promissora.
É importante salientar que, em todas as edições, havia e há
um Conselho Consultivo composto por pessoas dos mais diversos ramos do saber e
de outras instituições do país, tais como: Dilton Candido Santos Maynard (UFS),
Mário Resende (UNILA), Samuel Albuquerque (UFS/IHGSE), Marcos Luiz Bretas da
Fonseca (UFRJ), Gilson Ranbelli (UFS), Cristina Valença, Silvia Hunold Lara
(UNICAMP), Sandra Pelegrini (UEM) e Marcos Silva (DHi-UFS), só para citar
alguns.
Em toda essa trajetória, estive presente, colaborando como
autor, co-autor e membro do Conselho Consultivo, em três, das quatro
oportunidades. Do mesmo modo que na anterior, nesta presente edição, estou
responsável por falar em nome dos seus autores e autoras. Neste número,
colaboro com o artigo “Sílvio Romero em Casa”, em que discorro, historicamente,
sobre a última visita de Romero a Sergipe, em 1894, quando veio consolar sua
mãe viúva, em Lagarto, e sondar suas bases políticas, um tanto quanto abaladas
por seus inimigos. E olhe que Sílvio cultivou inúmeros.
Em sua apresentação, o Desembargador Luiz Antônio Araújo
Mendonça, enfatiza o compromisso do Memorial do Poder Judiciário de Sergipe com
a produção acadêmica do Estado, reafirmando este compromisso na garantia futura
da continuidade do projeto da revista, a meu ver já fecundo, como salientamos
anteriormente, e necessitado de uma nova roupagem e de uma postura cada vez
mais profissional e acadêmica.
Como já dissemos, o número quatro da Revista do Memorial do
Poder Judiciário de Sergipe está composto por vinte e dois trabalhos, sendo
duas resenhas e vinte artigos. Entre as resenhas, destaco a contribuição do
Prof. Dr. Severino Vicente da Silva, da Universidade Federal de Pernambuco, um
dos maiores pesquisadores de História da Igreja do Brasil. Afora, o trabalho de
Cleverton Costa Silva, do Curso de Bacharelado em Direito da UFS.
Em sua maioria, os
textos versam sobre história e cultura, tendo como mote as questões de Sergipe.
Na seara da história cultural e social, os trabalhos de Liana Matos Araújo,
Pablo Renan Silva Campos, Marcos Paulo Carvalho Lima, José Uesele Oliveira
Nascimento, Manoel Ribeiro Andrade, Nelson Santana Santos, Edirani Tavares de
Jesus, Gabrielle do Nascimento Matos, Jéssica da Silva Souza e Airles Almeida
dos Santos.
Ainda no cenário da história, particularmente da história
local, política e econômica, os trabalhos de Rosana Oliveira Silva, Carla
Darlem Silva dos Reis, Wanderlei de Oliveira Menezes, Lilian de Lins Wanderley
e Hortência de Abreu Gonçalves.
No campo do Direito, da Administração Pública e do Serviço
Social, os trabalhos de Eliana Tavares Lima, Joeltherman Santos Silva, Danilo
Dias Sampaio Segundo, Heitor Cavalcante Martins, Vinicius Nascimento de
Almeida, Monique Elen Rodrigues de Araújo Oliveira, Danyele Serafim de Oliva,
Cleverton Costa Silva e Mariana Gomes Mourilhe.
Por fim, ressalto a importância da Revista do Memorial do
Poder Judiciário de Sergipe, parabenizando seus idealizadores e mantenedores.
Que ela possa ter vida longa, regularidade e que almeje seu lugar, o quanto
antes, entre as mais importantes revistas científicas do país, pois notoriedade
e reconhecimento de sua aldeia, ela já o tem, gozando do respeito e da
contribuição de seus mais notáveis e promissores escritores.
* Texto publicado originalmente no Jornal CINFORM – 05 a 11
de dezembro de 2016.
Textos reproduzidos do site: lagartonoticias.com.br