segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Zé Pereira, um Poeta e Compositor de Glória


Publicado na 29ª Edição, da revista Mais Glória, em 19 de outubro de 2017 

Zé Pereira, um Poeta e Compositor de Glória
Por Euvaldo Lima*

Onze anos após a cidade de Nossa Senhora da Glória, cortar o cordão umbilical da cidade de Gararu, de quem antes pertencia toda a sua dimensão territorial, no dia 14 de outubro de 1939, nasce na sede do município, filho do casal: Antônio Pereira Sobrinho e Maria Francilina Góes (ambos in memorian), um dos filhos ilustres desta cidade, José Pereira Sobrinho, popularmente conhecido por Zé Pereira, qual se tornou dono do maior acervo de composições musicais de todos os tempos do alto e médio sertão sergipano, com centenas de músicas adormecidas em seus rascunhos embrulhados sobre nostálgicas lembranças.

Em 25 de maio de 1958, aos 18 anos de idade, se casa com a jovem gloriense, Maria Barros Pereira, com quem teve os seus primeiros quatro filhos: José Carlos Pereira, Antônio Carlos Pereira, Luiz Carlos Pereira e Francisco Carlos Pereira. Durante o intervalo entres os anos de 1962 a 1970, foi comerciante e era dele uma das lojas mais elegante e atual daquela época em toda a região, com o nome de fantasia, LOJA NOVIDADE, no centro da cidade, onde lá era possível encontrar os melhores tecidos, chapéus, calçados entre outros.

Aos quarenta anos, separado, fixa residência na memorável cidade cearense de Juazeiro do Norte, reduto altamente artístico, onde lá, conhece e se casa com a jovem Maria Ivone Cordeiro, natural de Santa Catariana, qual fora para lá para dar apoio aos familiares na administração da então Churrascaria Gaúcha, uma entre as mais famosas da época em Juazeiro.

Zé Pereira, um Poeta e Compositor de Glória Recém-casados, montam a churrascaria Catarinense, qual funcionou durante os treze anos pelo qual perdurou o seu relacionamento conjugal, com Ivone Cordeiro. Como prêmio por esse relacionamento, os mesmo tiveram em 13 de julho de 1988, o seu último filho, o David Cordeiro Pereira, filho que após o seu retorno para Sergipe em 1994, não mais teve contato.

Na cidade de Juazeiro do Norte, durante os oito anos que lá ficou, viveu alguns dos seus melhores momento desta passagem terrena, ao vivenciar alguns dos seus maiores sonhos, ao conhecer e obter o respeito de alguns dos seus maiores ídolos musicais de todos os tempos, entre eles: O poeta e compositor Patativa do Assaré, os seus ídolos da música popular brasileira, Alcimar Monteiro, Raimundo Fagner, Dominguinhos e o maior entre os grandes, Luiz Gonzaga. Neste período era comum o encontrar no parque Asa Branca, onde centenas de amigos do Rei Luiz Gonzaga, sempre estavam afinando as suas sanfonas pela voz inconfundível daquele que trouxe e cumpriu a missão de cantar, encantar e decantar o nordestino, sua cultura, suas agruras, suas tradições e suas vitórias.

Entre as lembranças que guarda do famoso Parque Asa Branca, ao lado da mansão do Gonzaga, consta a inesquecível festa de 75 anos de Luiz Gonzaga, onde mais parecia um encontro mundial de músicos e apreciadores do que se tem de melhor da musica de todos os tempos, todos os nomes em evidência no Brasil naquela época, lá estavam, e entre eles um sergipano de Nossa Senhora da Glória, Sergipe, o nosso Zé Pereira como era conhecido inclusive por Patativa e pelo próprio Luiz Gonzaga e sua esposa dona Helena de quem guarda um grande respeito. Jose Pereira nos contou que sempre que ia chegando à referida casa, Luiz Gonzaga brincava: “HELENA, ZÉ PEREIRA CHEGOU”.

Ele nos conta que tinha uma relação de amigos com o maior poeta popular de todos os tempos, Patativa do Assaré, de quem recebeu o maior incentivo de que  fosse entregue ao Luiz Gonzaga as suas composições, para que fosse por ele gravadas, e com muito jeito já no final da carreira, entregou 30 das mais de 100 e Luiz Gonzaga promete fazer uma seleção e nas próximas gravações incluir algumas das dele, e infelizmente o tempo foi cruel com todos nós, arrebatou-o antes do combinado.

De volta para Sergipe, Zé Pereira ainda com a visão empreendedora monta alguns bares e os administra até chegar a sua aposentadoria, daí, apenas revive sua trajetória marcada pelos sopros da boemia, e transcritas em códigos sonoros que só ele sabe. Deste período, graças a sua amizade ao ilustre gloriense, musico, cantor, jornalista, radialista, compositor Antonio Poderoso, duas de suas composições foram gravadas pelo mesmo, e entre os seus trabalhos o mais conhecido, nem quem o conhece sabe ser de sua autoria, refiro-me ao hino da cidade de Nossa Senhora da Glória, gravado pela também gloriense, filha do seu amigo Bebe alfaiate, Gilcélia Vaz. As demais continuam no anonimato, se embrenhado nos corredores do tempo.

Entre tantas, gostaríamos de citar as que tivemos o prazer de ouvi-lo cantar: A canção do “A”, uma música construída só com palavras iniciadas pela vogal “A”, uma exaltação ao imortal Pe, Gregório e a surpresa maior, já está pronto o Hino do centenário de Nossa senhora da Glória. Indiscutivelmente, José Pereira Sobrinho, é um dos muitos glorienses ilustres, que repousa no anonimato, qual a Revista Mais Glória, aproveita e dedica esta edição a todos que sendo filho ou adotados, contribuíram para as glórias de Glória, sobre tudo os verdadeiros heróis sem títulos.

* Euvaldo Lima dos Reis - Comerciante, Poeta Feiranovense, Esposo da Pedagoga Marta Maria da Silva Reis, divide com Deus a paternidade de quatro estrelas denominadas, LIZZE, BRIZZA, KAIPPE e KAIZZE. Autor do livro de poesia um sopro em versos, de dezenas de cordéis, participou das antologias, Retalhos, Unidos na Fé, e no mês 02/12, classificou 04 das cinco poesias num concurso no Tocantins á nível de Brasil, qual será publicada na antologia “Veloso 2012”, Foi um dos diretores da revista flash, membro das diretorias de diversos órgãos sociais voltados para o voluntariado na região, idealizador e diretor geral do projeto Revista Maisglória.

Texto e imagem reproduzidos do site: revistamaisgloria.com

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