Aracaju dispõe de diversas feiras livres e mercados para adquirir bons alimentos.
Para uma boa saúde é importante manter uma alimentação balanceada.
Tatiana Canuto explica como é perigosa uma dieta baseada em industrializados.
Fotos: Marco Vieira.
Publicado originalmente no site da PMA, em 16/10/2017
Alimentação: mudança de hábitos é fundamental para uma dieta
saudável
A alimentação é um forte indicador social. A frase
"você é o que come" faz muito sentido quando comparamos a nossa
alimentação com o bem-estar que temos, e bem-estar quer dizer um conjunto de
práticas que envolve, entre outras coisas, uma boa nutrição que,
consequentemente, tem ligação direta com a nossa saúde. Foi pensando em
fomentar uma série de ações voltadas para o combate à fome, à pobreza e
incentivo à boa alimentação que a Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e a Agricultura (FAO), uma agência especializada da Organização das
Nações Unidas (ONU), instituiu a data 16 de outubro como sendo o Dia Mundial da
Alimentação.
Uma boa alimentação, contudo, não significa se privar de
determinados componentes que encontramos na comida, mas, saber equilibrar cada
um dos nutrientes. Seja a proteína, o carboidrato, a fibra, as vitaminas, tudo
é necessário para manter o corpo saudável, porém, é preciso atenção com aquilo
que é ingerido.
A nutricionista da Secretaria Municipal da Assistência
Social, Tatiana Canuto, explica que uma boa fonte de pesquisa para uma
alimentação saudável é o Guia Alimentar para a População Brasileira, lançado pelo
Ministério da Saúde. Ele indica que a alimentação tenha como base alimentos
frescos (frutas, carnes, legumes) e minimamente processados (arroz, feijão e
frutas secas), além de evitar os ultraprocessados (como macarrão instantâneo,
salgadinhos de pacote e refrigerantes).
"O guia é um ótimo reforço daquilo que muita gente já
sabe. Sempre devemos preferir os alimentos in natura e esses alimentos devem
ser a base de qualquer uma das nossas refeições. Nós dizemos que quanto mais
colorida for a comida, mais nutritiva ela será. Porém, quando falamos
‘colorida' estamos falando de alimentos in natura, vale ressaltar", frisou
Tatiana.
Para a nutricionista, com a globalização, os hábitos
alimentares foram mudando e, no Brasil, especificamente, muitos alimentos de
outros países foram incorporados à dieta do brasileiro, mas isso nem sempre é
positivo. "O brasileiro incorporou a moda americana em diversos aspectos,
inclusive o alimentar. Vemos muita gente trocando comidas saudáveis por
alimentos ultraprocessados e isso é preocupante", afirmou.
Um dos malefícios de uma alimentação ruim, destacado pela
nutricionista, é o aumento de doenças como diabetes e hipertensão. "Muitas
vezes, ao optar por refeições rápidas e prontas, muito por conta da correria do
dia a dia, as pessoas passam a se alimentar mal. Isso vai ser refletido no
futuro. Temos, hoje, dados que mostram o aumento de pessoas obesas, por
exemplo. O problema não é a obesidade, mas o que ela pode acarretar, como por
exemplo, doenças como diabetes e hipertensão que, por sinal, também têm
crescido no país", destacou Tatiana.
Mercados e feiras como promotores da boa alimentação
A nutricionista defende o crescimento do número de locais
que ela chama de "promotores da boa alimentação", como os mercados e
feiras. Em Aracaju, além das feiras livres nos bairros que acontecem de terça a
domingo, os mercados Albano Franco, no Centro, Milton Santos, no conjunto
Augusto Franco, Carlos Firpo, no Siqueira Campos, e Miguel Arraes, no Bugio,
são locais em potencial para se encontrar componentes ideais para uma
alimentação equilibrada e natural.
"Algumas pessoas têm a ideia que uma alimentação
saudável custa caro, mas, se adquirirem o costume de ir a feiras e mercados,
vão perceber que sai muito mais em conta do que se forem aos supermercados, e
ainda evitam as tentações das prateleiras carregadas de alimentos ricos em
gordura, açúcares e sal", disse Tatiana.
No mercado Central, por exemplo, uma grande variedade de
alimentos é encontrada na divisão de cada setor. Seja na seção de hortifruti,
carne ou pescados, o que não faltam são opções para montar um cardápio
equilibrado. "Os mercados e feiras são bons locais até para levar as
crianças. Elas precisam entender que nada vem da caixinha e nós, adultos, temos
que começar a ver esses lugares como fundamentais para pesquisar todo tipo de
opção de alimentos. Por isso que acredito que é preciso que haja o aumento
desses locais promotores da boa alimentação", reforçou.
Organização ajuda na boa alimentação
Tatiana Canuto explica ainda que, além de optar por
alimentos naturais, é necessário se organizar. Numa época em que a falta de
tempo dita as regras, a nutricionista aconselha modificar alguns hábitos.
"Não adianta a gente abastecer a cozinha de comidas saudáveis e depois,
com a desculpa da correria, continuar ingerindo alimentos processados por causa
da praticidade. É preciso se organizar, aproveitar um tempinho no domingo à
noite, por exemplo, para separar o que vai comer durante a semana. Assim, todos
os dias, a comida já estará devidamente pronta e separada para o consumo",
aconselhou.
Prefeitura apoia a boa alimentação
Consciente da importância da boa alimentação para o
desenvolvimento das pessoas, a Prefeitura de Aracaju vem incentivando a prática
através da Feira da Agricultura Familiar que acontece uma vez por mês no Centro
Administrativo e que já se consolidou como uma referência para quem prioriza o
consumo de alimentos mais saudáveis e livres de agrotóxicos na capital.
A nutricionista Tatiana Canuto faz parte da equipe que
organiza o evento. "A feira é uma forma de fortalecimento de fomento da
segurança alimentar e nutricional, e a educação é outra forma, então a gente
une tudo isso para trazer saúde. Trabalhar com a prevenção é bem melhor do que
com o tratamento da doença, além de custar muito menos", destacou.
Dia Mundial de Alimentação
Celebrado em 16 de outubro, data da fundação da Organização
das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Dia Mundial de
Alimentação tem como tema em 2017 "Mudar o futuro da migração: investir em
segurança alimentar e no desenvolvimento rural". A data é celebrada em mais
de 150 países para chamar a atenção sobre questões relativas à nutrição e à
alimentação.
Texto e imagens reproduzidos do site: aracaju.se.gov.br
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