Naufrágio pode ter acontecido entre os séculos XVIII e XIX.
Publicado originalmente no Portal Infonet, em 30/09/2017.
Naufrágio dos séculos XVIII a XIX é achado Velho Chico
Embarcação foi encontrada por mergulhadores e arqueólogos
A equipe de Espeleologia e Arqueologia Subaquática da
Fiscalização Preventiva Integrada do São Francisco (FPI) confirmou a descoberta
de uma embarcação naufragada no ‘Velho Chico’, em uma área próxima ao núcleo
urbano do município de Neópolis. Segundo a equipe, o naufrágio pode ter
acontecido entre os séculos XVIII e XIX. O fato foi confirmado nessa última
sexta-feira, 29.
A embarcação foi encontrada pelos mergulhadores e
arqueólogos subaquáticos, Gilson Rambelli e Leandro Domingues Duran,
professores e membros do Laboratório de Arqueologia de Ambientes Aquáticos no
Departamento de Arqueologia da Universidade Federal de Sergipe (LAAA/UFS). Eles
contaram com o apoio do comandante do Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros
Militar de Sergipe, o tenente-coronel Hector Silva Monteiro e de dois bombeiros
da equipe.
O local da descoberta foi sinalizado provisoriamente e
medido. Estiveram no local, o Ministério Público Federal em Sergipe, a Marinha
do Brasil e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Em caso
de naufrágios, a Marinha do Brasil
possui atribuição de autorizar qualquer tipo de estudo, pesquisa ou
exploração dos bens encontrados. Nesse caso, ela foi representada pela Agência
Fluvial de Penedo - AFP, responsável por todas as questões relacionadas ao
leito do rio São Francisco.
Orientações à população
O patrimônio cultural subaquático no Brasil é vítima de
constantes depredações. Esse desrespeito e a depredação ao patrimônio cultural
subaquático, principalmente aos restos de navios naufragados (denominados
Sítios de Naufrágios), devem-se, em grande parte, ao desconhecimento, a
desinformação e, principalmente, à falta de identidade dos depredadores com os
sítios arqueológicos que destroem.
O capitão-tenente Robson Bonfim Elias, da AFP, ressaltou que
todos os bens encontrados são da União e não podem ser retirados sem
autorização. A remoção de objetos ou a exploração de forma não autorizada no
local da descoberta pode configurar crime e qualquer material achado deve ser
entregue à Marinha. Ele alertou, ainda, que na área há risco de afogamento.
Patrimônio Cultural
Como o achado se trata de um patrimônio cultural,
arqueológico histórico, o IPHAN frisou que essa embarcação pode revelar
aspectos importantes sobre a história das navegações no Rio São Francisco, em
um determinado período, principalmente no período de batalhas travadas na
região fluvial entre Penedo e Neópolis.
O Instituto ressaltou, também, a importância da descoberta e
a necessidade de realizar o registro do sítio arqueológico no cadastro nacional
e de se desenvolver estudos.
“É uma alegria muito grande ver que a FPI em Sergipe pôde
colaborar com uma descoberta que realça o patrimônio histórico e cultural do
rio São Francisco, sobretudo, das suas navegações. Esse achado abre várias
portas para trabalhos acadêmicos, estudos e treinamentos de estudantes de
história e arqueologia, tanto de Sergipe quanto de outros estados. É mais uma
riqueza encontrada no Velho Chico”, disse uma das coordenadoras da FPI/SE, a
procuradora da República Lívia Tinôco.
Fonte e foto: FPI
Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br
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