segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Sergipe e a História da sua Amada Bandeira

Foto: José Luís Silva.

Publicado originalmente no site Expressão Sergipana, em 8 de julho de 2017.

Sergipe e a História da sua Amada Bandeira. 
Por Osvaldo Ferreira Neto.

“Sinto saudade do meu Sergipe pois a distância é grande, mas quando navio está na Boca do Rio Sergipe e vejo a pequenina em verde e amarelinho, listrada com a cinco estrelinhas tremulando no Porto do Aracaju a saudade se vai e a acolhida chega” (Jenner Augusto, 04 de Agosto de 1953)

Nesse sábado (8 de julho de 2017), nosso querido estado festeja os seus 197 anos de emancipação política. Comemoramos a nossa autonomia em relação ao estado da Bahia. Para celebrar esse dia tão importante para nossa Expressão Sergipana e seus leitores, o Senta que lá vem história contará um pouco da história da nossa bandeira sergipana.

Antes de conhecermos a nossa bandeira é importantíssimo para nossa compreensão saber a denominação da palavra símbolo, pois a nossa bandeira é um símbolo. Segundo os dicionários, símbolo é tudo o que representa, sugere ou substitui alguma coisa, um local, um povo e uma ideia. Os símbolos estão presentes em diversos locais e visíveis no nosso dia-a-dia.

O nosso estado tem muitos símbolos, mas hoje iremos conhecer um dos principais, que é a nossa flâmula. Surgiu em 23 de julho de 1897, há 120 anos, quando o negociador e industrial do sal, o sergipano José Rodrigues Bastos Coelho, observou a necessidade de suas embarcações terem um estandarte que identificasse o estado de origem nos portos que atracava mundo a fora.

Assim, Bastos Coelho elaborou o pavilhão para esse propósito e assim surgiu a bandeira de Sergipe. Formada por um retângulo com quatro listras – alternando as cores verde e amarelo -, e um retângulo azul na parte superior à esquerda, com quatro estrelas brancas de cinco raios, passou a ser conhecida, nos portos frequentados pelos navios de Bastos Coelho, como a “Bandeira Sergipana”.

As cores usadas foram as nacionais e as estrelas representavam quatro barras (Real, Vaza-Barris, Cotinguiba (atual Sergipe) e São Francisco), talvez as mais navegadas pelo negociante. Mas só em 19 de outubro de 1920 que é promulgada a Lei nº 795, pelo então governador Pereira Lobo, que determinava a bandeira oficial de Sergipe, sendo uma das homenagens alusivas ao centenário da emancipação política. E no dia 24 de outubro de 1920, a bandeira oficial de Sergipe foi hasteada pela primeira vez na fachada do Palácio do Governo, na Praça Fausto Cardoso, em nossa capital, ficando ao lado da bandeira nacional e também acrescentando mais uma estrela maior no centro das outras quatro para representar o número exato das barras sergipanas, com o acréscimo da Japaratuba.

Em 07 de Maio de 1951, o deputado psdista, Antônio Franco Filho apresentou a Lei nº 412, que alterava os símbolos geométricos e as dimensões heráldicas. A bandeira semelhava à norte-americana, só mudando as cores para verde, amarelo, azul e branco e colocando as estrelas em dimensão menor, representando os municípios sergipanos existentes em 1951. Segundo o citado deputado, “Sergipe deve homenagear e ter como exemplo uma nação desenvolvida e evoluída economicamente, cultural e socialmente, que é os Estados Unidos da América”. A Lei foi aprovada por 10 dos 19 deputados que legislavam na Alese em 30 de outubro de 1951.

Mas a lei recebeu inúmeras críticas por parte de políticos e intelectuais sergipanos. Um dos maiores opositores desta lei foi o jornalista socialista Orlando Dantas. Ele chamava a então bandeira de “Bandeira do plágio explícito e sem alma sergipana”. Tanto é que essa bandeira inspirada nos Yankees durou 1 ano e 2 meses. Em 03 de dezembro de 1952 foi restabelecida a bandeira anterior pelo então governador Arnaldo Rollemberg Garcez, através da Lei nº 458. Essa lei determinou o significado de cada estrela branca de cinco pontas, sendo mudado o nome da Barra do Cotinguiba para Barra do Sergipe, pois até 1926 se achava que a Foz que ficava entre a Ilha de Santa Luzia e Aracaju era do Rio Cotinguiba e não do nosso querido Rio Sergipe. E também foi essa Lei que determinou que a estrela maior representava a maior Foz de Sergipe que é do Rio São Francisco.

Com a Constituição Estadual de 1989, o então deputado estadual constituinte do PT, Marcelo Déda Chagas, apresentou um artigo que determinava o significado de cada representação heráldica que ficou assim as cores da bandeira de Sergipe representando a integração do estado ao Brasil. As estrelas representam as cinco barras (fozes de rios) existentes: a estrela maior o São Francisco e as menores: o rio Japaratuba; o rio Sergipe; o rio Vaza-Barris e o rio Real. Então, a partir de hoje, ao olharmos a nossa querida bandeira, tenhamos em mente que ele carrega muitas histórias e que simboliza nossa gente e nosso querido estado de Sergipe. Parabéns Sergipe pelos seus 197 anos de emancipação política e a todos os sergipanos.

Texto e imagem reproduzidos do site: expressaosergipana.com.br

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