Carne de sol: rápida e certeira.
O carneiro e a amizade: os dois são bons.
Ambrosia: dá pra dividir? Não. Não dá, não.
Esse ficus ainda vai dar muito trabalho.
Publicado originalmente no site do Cinform, em 16 de setembro de 2017
O tempo não pára.
Por Traz a Conta.
Disparo contra a carne de sol, sou forte, sou por acaso
O doce de leite – também conhecido como ambrosia – ainda
dominava o tráfego áereo no céu da boca quando a gente sentou pra escrever
sobre a Carne de Sol da Marizete. Parecia ter acabado de sair da panela às
13h07 quando chegou à nossa mesa e fez com que Bebel finalmente aceitasse nosso
convite para sentar.
Pra chegar na Carne de Sol da Marizete não pode ter medo de
comunidade. Fica no coração do Bairro América. Fácil de chegar e de estacionar,
o lugar é uma casa de esquina, avarandada, com suas mesas de plástico e toalhas
verdes do mesmo material, um pé de ficus na frente faz sombra e também se
conecta com outros bairros através de suas raízes viajantes. Quem tem um ficus
sabe do que ele é capaz. Se tiver um na
porta da sua casa, acredite, a raiz pode estar chegando na privada do quarto do
fundo e vai acender a luz sem ninguém perceber.
De tanto escutar ‘rapaz, tem uma carne de sol ali no Bairro
América que você precise provar’, sentamos e nem cardápio pedimos. ‘Pode trazer
a carne de…’ Chegou. Sim. É bem rápido. Digamos que você tivesse pedido a carne
de sol no começo da leitura dessa matéria. Ela já teria chegado há uns 4
minutos. É mais rápida que o wifi que ela disponibiliza. Nem no drive-thru do
McDonalds é assim.
A carne é macia, saborosa e a porção pra duas pessoas é sem
miséria. Acompanha o famoso KCP (kit-churrasco-parado) com arroz, feijão
tropeiro (pode ser em caldo), quiabada, macarrão de caminhoneiro, vinagrete e
farofa.
Como um restaurante raiz que se respeita, na CDSM tem talher
com garfo verde e faca laranja.
Se não tiver, desconfie da qualidade. O prato transparente
faz a comida parecer flutuar, o que ajuda na digestão, já que o cérebro pensa
logo ‘é uma comida leve. Vou relaxer mais’.
‘Traga dois carneiro’, gritou um senhor com a maior pinta de
mecânico. Era Seu Alcíades, que sem interesse nenhum da nossa parte, nos
permitiu uma conversa rápida sobre platô deslizando e balança precisando
trocar, e sem nos darmos conta já estávamos provando do carneiro de Seu
Alcíades. Uma farofinha e uma pimenta Gota, deram o tom da conversa.
Na volta à nossa mesa, provamos o pudim e a ambrosia, que
tava linda. Não sei se você vai dar a sorte de pegar como eu peguei, saindo da
panela pr’aquele copinho descartável sentir o que era felicidade. Como doce
pede água, uma água daquela de geladeira em garrafa pet pra gente sentir o
verdadeiro sabor do lugar.
SERVIÇO
Onde: Rua José Emídio da Costa com Rua Maria Pureza dos
Santos. Use o Google Maps.
Preço: R$ 35, a carne de sol pra duas pessoas
Coisa boa: tá perto da igreja dos Capuchinhos.
Uma coisa excelente: o vizinho botou Leo Santana pra gente
ouvir.
Coisa ruim: não aceita cartão. Só dinheiro!
Como pagar: volte uma casinha
Estacionamento: ali na rua mesmo
Funcionamento: só fecha domingo e feriado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário