terça-feira, 27 de março de 2018

Largo da Gente Sergipana, em Aracaju





Fotos reproduzidas do site: agencia.se.gov.br

A estonteante e bela Serra da Miaba

Foto: Fábio Carvalho

Publicado originalmente no site do Jornal da Cidade, em 26 de março de 2018

A estonteante e bela Serra da Miaba

Localizada no município de São Domingos, cidade distante a cerca de 75 quilômetros de distância da capital Aracaju, a serra é um dos melhores destinos quando se trata de ecoturismo em Sergipe.

A Serra da Miaba é a terceira maior de Sergipe, estando a cerca de 630 metros acima do nível do mar, ela é muito frequentada por praticantes de esportes radicais e por quem gosta de contato com a natureza.

O ponto mais alto da Serra da Miaba é chamado de Cruzeiro e nesse ponto existem 03 cruzes fincadas no chão, é muito comum ver pessoas visitando essa região não apenas pela exuberante beleza da região, mas por crença religiosa, fazendo ou pagando promessas.

A vista do Cruzeiro é coisa de outro mundo, tem uma vista praticamente de todo o “pólo de serras” que compreende cerca de 10 cidades próximas, outra curiosidade é que do topo você sente realmente a diferença do ar, o quanto o ar de fato é puro.

Do topo da Serra, se tem acesso a uma trilha até um local encantador chamado de Poço 17 que é uma espécie de piscina natural de águas geladas e refrescantes, algumas belíssimas cachoeiras, pedras que são modeladas pela queda d’água e vegetação exuberante.

Dicas na Serra da Miaba

Quem visita o local pode desfrutar de algumas opções para o lazer, — sempre indicado o acompanhamento de algum guia de acordo com a atividade escolhida sendo: acampamentos, trilhas, banhos de cachoeira, prática de esportes radicais.

Além das trilhas, é na Serra da Miaba que fica a ponte mais alta do estado (cerca de 75 metros de altura) muito utilizada por esportistas radicais para a prática de rapel.

Contos Populares da Serra da Miaba
  
O nome dado ao local, se dá graças ao povo mais antigo da região que dizia existir um linda mulher chamada Miaba, que seduzia os homens, atraia até o local e os matava, isso até o décimo sexto homem, pois o de número 17 conseguiu fazer a Miaba se apaixonar e desistir de matá-lo. Esse número inclusive dá nome ao poço 17 (riacho 17).

Blog Primeira Mão

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net

Estádio Estadual Lourival Baptista, a Arena Batistão, em Aracaju

Foto reproduzida do site do Conform.

segunda-feira, 26 de março de 2018

Dias chuvosos na cidade de Aracaju

Orlinha do Bairro Industrial, em Aracaju
Foto: Jadilson Simões/Equipe JC
Reproduzida do site: jornaldacidade.net

domingo, 25 de março de 2018

Entrevista com Almir do Picolé

Foto: Alô News

Publicado originalmente no site Alô News, em 24/03/2018 

Exclusiva do Alô: Almir do Picolé - guerreiro e de um coração gigante, Almir do Picolé nos concedeu esta entrevista e você fica sabendo de tudo agora

O entrevistado desta semana é uma figura que rompeu várias barreiras ao longo de sua vida, um homem que já ajudou e ainda ajuda muita gente através de trabalhos sociais, principalmente aos mais necessitados e carentes, em especial crianças. Simples, guerreiro e de um coração gigante, Almir do Picolé nos concedeu esta entrevista e você fica sabendo agora:

Alô – Almir, ficamos gratos por receber a equipe do portal Alô News na sua creche, gostaríamos de saber um pouco da sua história, quem é Almir do Picolé?

Almir – Bom, agradeço a presença de vocês e por me dar essa oportunidade. Meu nome é Almir Almeida Paixão, mais conhecido como Almir do Picolé. Nasci em 29 de Outubro de 1969, fui abandonado na Rodoviária Velha com 4 anos de idade, e por sorte fui acolhido por um orfanato em que permaneci por 13 anos. Só estudei até a 4° série

Aos 17 anos decidi fugir e fui morar nas ruas, e nesse convívio das ruas fui parar no povoado Colônia Treze. Consegui um emprego e passei a trabalhar em uma padaria local daquele povoado. Foi a partir desse momento que decidi diminuir o sofrimento e tentar ajudar as pessoas, para que eles não sofressem ou passassem pelo que passei. Comecei a trabalhar com crianças carentes e fundei uma creche no dia 15 de Fevereiro de 2003, dando início com 10 crianças e hoje atendo 93 crianças de forma gratuita.

Alô – Você falou que hoje atende 93 crianças, elas ficam o dia todo? Tem refeição?

Almir – Elas recebem alimentação 4 vezes por dia, atendimento médico, odontológico e alfabetização, além do cuidado, atenção, carinho e amor dos cuidadores. Elas entram 6:45h e saem às 17h. Os pais e as mães saem para trabalhar e deixam os meninos aqui, e tudo sem pagar nada. São crianças de 4 meses até 5 anos.
  
Alô - Tivemos e ainda estamos passando pelos efeitos da crise econômica, a creche foi afetada?

Almir – Teve redução nas doações, essa crise acabou afetando sim, o que nos prejudica, pois eu pago funcionários e alguns impostos, aqui são 22 pessoas trabalhando e os salários são pagos através de doações...

Alô – Quais os profissionais que trabalham na creche?

Almir – Temos cuidadores, cozinheira, motorista, vigia, contadora que nos ajuda nas contas da creche e não cobra nada pra fazer esse serviço.

Alô – Além da creche sabemos que você faz outras ações, quais sãos essas ações?

Almir – Presto assistência em remédios, funeral e tenho um trabalho social com pessoas carentes na Rodoviária Nova que não tem dinheiro pra voltar pra casa, eu vou lá e ajudo, pago a passagem e embarco essas pessoas.

Alô – A creche recebe ajuda financeira do município ou do estado?

Almir – Vivo de esmolas, não tenho ajuda de governo e nem do município, todas as contas são pagas com dinheiro de doações. Pago salário de funcionários e pago os impostos assim e tudo em dia...

Alô – Você ainda continua fazendo seus trabalhos nas ruas, no sinal, desde quando você faz isso?

Almir – Tem 15 anos que faço trabalhos no sinal pedindo ajuda, mas agora estou com artrose na perna direita e não tem como estar todos os dias no sinal, mas mesmo assim eu vou. Porque é meu prazer estar ali trabalhando, mas quando não aguentar mais fico só na creche.

Alô – Todos os anos você realiza o dia das crianças e o Natal dos pobres, neste ano o que acontecerá?

Almir – Todos os anos arrecado brinquedos, aliás já temos alguns, temos apoio de algumas pessoas que arrecadam os brinquedos pra gente, no dia 12 de Outubro será a 28° festa, comecei em 1990. E no Natal faço o Natal dos pobres, faço entrega de cestas básicas, lanches, etc. Nesses eventos, agente coloca um palco grande, alguns músicos se apresentam, tem polícia militar, Smtt... É tudo organizado, vem muita gente pra cá. E neste ano vamos fazer de novo!

Alô – Quanto tempo levou para construir essa creche?

Almir – Uma prefeitura pra inaugurar uma creche leva uns 10 anos, e eu de forma pedinte entreguei a obra em 5 anos... Pedindo a um e a outro, consegui.

Alô – De que forma as pessoas podem ajudar a creche Ação solidária Almir do Picolé?

Quem quiser nos ajudar pode nos procurar pelas redes sociais, temos instagram/almirdopicole, facebook.com/Creche Ação Solidária Almir do Picolé, youtube... E a creche está de pé até hoje por causa da divulgação e das doações. Temos três contas:

S.C.A.S Almir do Picolé
Agência: 2346-9
Conta Corrente: 20074-3
Banco do Brasil

S.C.A.S Almir do Picolé
Agência: 035-03
Conta Corrente: 101470-7
Banco Banese

S.C.A.S Almir do Picolé
Agência: 4408-003
Conta Corrente: 786-6
Caixa Econômica Federal

Redação Alô News.

Texto e imagem reproduzidos do site: alonews.com.br

Freedom Rock Tattoo: Um Símbolo de Resistência

Além de ser dono da Freedom, Silvio é vocalista da banda punk/HC mais antiga da cidade 
Foto: Julia Freitas

 Foto: Vieira Neto


Publicado originalmente no site do Cinform, em 22 de março de 2018

Freedom Rock Tattoo: Um Símbolo de Resistência

Por Julia Freitas 

“Além de uma loja, um centro cultural”

Há mais de 20 anos no centro de Aracaju, a Freedom Rock Tattoo é um ponto de resistência na Rua Santa Luzia. Primeiro que, por causa da crise, muitas lojas daquela região fecharam as portas. Além disso, em um estado como Sergipe, em que o forró, axé e o brega dominam as paradas musicais, vender produtos relacionados ao rock e ao metal durante tanto tempo não é para qualquer um.

Para alguns, a Freedom é um verdadeiro patrimônio para a cena rock sergipana, assim como o seu proprietário. Vocalista de uma das primeiras bandas de punk/hardcore do estado – a Karne Krua –, Silvio Campos recebe todos os frequentadores da loja com muita simpatia e não se importa em contar sobre os mais de 30 anos da cena local.

“Acredito que ela é daquelas lojas que são também pontos de reunião dos amantes do rock e suas vertentes. Não é aquela loja que você vai lá só para comprar algo, mas também visita para ver o pessoal, conversar e ouvir música”, comenta André Gonçalves, advogado e membro da banda Scarlet Peace.

Ao contrário do que parece, a cena rock sergipana não é tão pequena quanto se imagina. Muitas bandas daqui já tiveram suas músicas tocadas em outros países, mas aqui não tem espaço na mídia tradicional por inúmeros motivos. E é na Freedom (além da internet), que elas possuem espaço para divulgar seu trabalho.

Na pequena loja é possível encontrar material de diversas bandas, mundialmente e nacionalmente conhecidas e aclamadas, mas sempre terá uma parede da loja destinada às bandas e artistas locais, seja do rock ou do metal.

Muito mais que uma loja 

Além de divulgar as bandas locais e fomentar o diálogo entre as diversas gerações de roqueiros de Sergipe, a Freedom apoia a cena local, divulgando e apoiando eventos. Thales Sales frequenta a loja desde criança e hoje organiza shows com o seu coletivo Estaca.

“O primeiro norte que nós tivemos com relação a apoio foi da Freedom. Silvio que nos incentivou, nos ensinou como fazer, como divulgar e correr atrás do que era necessário. E não satisfeito em nos ajudar com a divulgação e vendendo os ingressos do nosso primeiro evento, ele tocou com a Karne Krua e ainda doou materiais da loja para que nós pudéssemos fazer um sorteio”, comenta.

Desde que Silvio tinha uma loja chamada Lokaos, no início dos anos de 1990, rockeiros de várias idades se reuniam para ouvir e conhecer novas bandas, já que a internet ainda era pouco utilizada pelas pessoas. O que faz tanto da Lokaos, quanto da Freedom, muito mais que simples lojas de rock.

“A Lokaos era de encontro, de divulgação de shows e novas bandas, vendia fitas demos… Além de uma loja, era um centro cultural”, afirma Adelvan “Kenobi”, empresário e ex-apresentador do Programa do Rock, da Rádio Aperipê.

Texto e imagens reproduzidos do site: cinform.com.br

quinta-feira, 22 de março de 2018

Apagão na cidade de Aracaju (21/03/2018)

Cruzamento das avenidas Barão de Maruim e Ivo do Prado, em Aracaju
Foto: Raul Alexandre
Reproduzida do site: aracaju.se.gov.br

quarta-feira, 21 de março de 2018

Explosão que abalou Aracaju completa 38 anos


Publicado originalmente no site do Cinform, em 20 de março de 2018

Explosão que abalou Aracaju completa 38 anos

Por Thayná Ferreira 

Relatos de uma tragédia que matou doze pessoas e atingiu centenas de pessoas

Aracaju/SE.13 de abril de 1980. Domingo à noite. Um depósito clandestino de fogos de artifício e dinamite. Uma explosão. Doze vidas ceifadas. Centenas de pessoas feridas. Famílias sem teto. Sonhos encerrados por uma tragédia. Talvez você não fosse nascido nessa época, assim como eu, ou nunca tenha ouvido falar dessa tragédia. Pois bem. Tudo isso aconteceu na Avenida Cotinguiba, atual Edézio Vieira de Melo, bairro Suíssa, a tão famosa Avenida da Explosão. Ela carrega esse nome justamente pelo fato deste depósito instalado nos fundos da casa do subtenente José Pedro, do Corpo de Bombeiros, explodir e destruir a vida de centenas de pessoas.

Relatos 

Quase todos que dormiam naquela noite tiveram o sono interrompido devido ao forte estrondo que atingiu vários locais da cidade. A dona de casa Maria dos Santos, na época tinha 8 anos de idade. Ela lembra até hoje do barulho, que foi tão grande a ponto de ouvir da sua casa, na época localizada no bairro José Conrado de Araújo. Foi assustador. “Faz muito tempo, eu era criança, mas mesmo assim eu consigo lembrar do que aconteceu. Minha mãe acordou todo mundo, nervosa, mandando a gente correr. Acho que ela chegou a pensar que era alguma catástrofe natural. Lembro que chorávamos sem parar, todos apreensivos sem saber o que realmente tinha acontecido”, afirma.

A aposentada Hodenice Santiago vivenciou de perto a tragédia. Ele conta que morava a 16 casas do depósito que explodiu. Na época tinha 19 anos, na sua casa moravam 20 pessoas. O muro caiu com a explosão e, por sorte, não machucou nenhum dos seus familiares. Como seu pai era pedreiro, fez alguns ajustes na sua residência e não precisou ser transferida para outro local. Hodenice relata que algumas pessoas que perderam seus lares foram transferidas para o Conjunto Bugio, com muitas casas desocupadas, e serviu de abrigo para as vítimas. Ela aproveita para destacar que o poder público dava para as famílias materiais de construção para reerguer suas casas, mas os bens materiais não foram ressarcidos. Na época o governador de Sergipe era Augusto Franco e o prefeito Heráclito Rollemberg.

“Lembro que na época os governantes alegaram que não era obrigação deles ressarcir os bens materiais das vítimas. Teve gente que morreu ainda no outro dia, quando fazia a mudança de algumas coisas para o Bugio, caíram do caminhão e faleceram na hora. Até têm pessoas que não vêm mais aqui no bairro, porque perderam parentes. Eu perdi muitos vizinhos e amigos, foi muito triste. Tenho trauma de explosão”, relembra.

História 

No intuito de buscar mais detalhes sobre a tragédia, procurei um historiador para me auxiliar na reportagem. Adailton Andrade foi a sugestão que recebi de um colega. Em conversa com o historiador, ele conta que é amante da história de Sergipe e já escreveu sobre 23 bairros de Aracaju. Ao falar sobre a Avenida da Explosão, deu para sentir o entusiasmo no assunto. No ano de 2010 ele escreveu em seu blog detalhes de sua pesquisa sobre a explosão de 1980. Lá informa que os efeitos da explosão atingiram um raio de quase 10 quilômetros, o equivalente a meia maratona, destruindo 96 casas somente nas proximidades do depósito de explosivos.

Adailton informa que 200 pessoas ficaram feridas e 12 morreram, entre elas um filho e a nora do proprietário do depósito. Ao todo 150 famílias ficaram desabrigadas, de acordo com a pesquisa. O Colégio Municipal Freitas Brandão, que fica próximo ao local da tragédia, teve o telhado de amianto inteiramente destruído. Parte dos desabrigados ficou alojada na escola e posteriormente remanejados pela Cohab, para casas no Conjunto Bugio, como informado por Hodenice. O historiador afirma que o Governo do Estado e a Prefeitura ajudaram na reconstrução das casas.

Ainda de acordo com sua pesquisa, o Hospital Cirurgia e a Clínica Santa Helena tiveram suas vidraças destruídas com a explosão, bem como algumas residências nos bairros São José, Siqueira Campos e até mesmo no Santo Antônio. A residência do subtenente José Pedro tinha dois andares e ficou totalmente destruída, assim como os dois veículos que se encontravam na garagem: uma kombi e um opala. José Pedro e sua esposa, que se encontravam no local no momento da explosão, foram arremessados para o meio da avenida bastante feridos, mas não chegaram a falecer. Adailton informa ainda que na noite da explosão, homens do Exército, Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros tentavam resgatar os feridos debaixo dos escombros, contando com a ajuda de populares que conduziam os feridos até as ambulâncias. O subtenente Pedro e sua esposa foram morar no Conjunto Médici depois do ocorrido. Pedro morreu em 2010, não há informações sobre o paradeiro de sua esposa.

Causas da explosão 

Segundo informações no blog de Adailton, o Instituto Nacional de Criminalística do Departamento de Policia Federal, através dos peritos Joao Dantas de Carvalho e Jethro Oliveira, relatou que na análise foi encontrada a presença de nitrato de potássio (salitre), cloreto de potássio e enxofre, componentes utilizados na manufatura de pólvora para fogos. O explosivo existente no local foi identificado como pólvora. No relatório dos peritos informa que, embora a pólvora não esteja agrupada nos explosivos denominados de “alta força” ou “alto explosivo”, ela possui uma deflagração considerada de boa intensidade, atingido uma velocidade de decomposição (combustão), de cerca de 500 a 1000 m/s. Dependendo das condições do local e da maneira de estocagem, sua “explosão” pode causar danos seríssimos. Os peritos executaram seus trabalhos quatro dias após a explosão, quando a área já estava limpa. Os escombros e aterros trouxe muita dificuldade na realização dos trabalhos técnico periciais. Ainda segundo detalhes da pesquisa, os peritos diziam que a escavação foi feita com a ajuda do irmão do proprietário do deposito clandestino de fogos. Eles esclareceram ainda que a pólvora preparada em casa geralmente é mais potente que a pólvora negra comum, pois sofre alteração na sua fórmula com a adição de outros componentes.

Dado complementar 

Os peritos efetuaram cuidadosamente raspagem no interior de um pilão de madeira do tipo utilizado normalmente para pilar cereais e que foram encontrados no local, tendo os exames de nitrato de potássio, substância utilizada para a preparação de pólvoras. No local foram encontradas serragens de madeiras e material que é usado comumente na fabricação de fogos de artifícios. Os cones de papelão de vários tamanhos encontrados e recolhidos sem vestígios de uso, são especialmente usados na confecção de fogos de artifícios conhecido como vulcão. Os restos de bastões ou canudos de papel resistente reúnem elementos expostos que configuraram tecnicamente que no local existia a prática de pirotecnia.

Texto e imagem reproduzidos do site: cinform.com.br

Avenidas Gonçalo Rolemberg Leite/Augusto Franco, em Aracaju

Foto: Sérgio Silva
Reproduzida do site: aracaju.se.gov.br

Avenida Augusto Maynard, Bairro São José, em Aracaju


Fotos: Ascom/Emurb
Reproduzidas do site: aracaju.se.gov.br

segunda-feira, 19 de março de 2018

O Largo que não permite pensamento estreito

Fotos: Victor Ribeiro/ASN

Publicado originalmente no site Expressão Sergipana, em 16 de Março de 2018

O Largo que não permite pensamento estreito 

De Redação 

É muito difícil encontrar um lugar em Sergipe que carregue a simbologia do Povo Sergipano. E talvez seja essa a principal fortaleza do Largo da Gente Sergipana que vem tomando sua forma imponente na Av. Ivo do Prado. Este que tem um conteúdo muito maior que as dimensões das oito estátuas.

A natureza de um símbolo é sua relação com algo que unifique, identifique e seja referência de uma ideia presente na cabeça de muitos. Depois que ficou aparente a figura das estátuas na Rua da Frente, os debates travados mostraram que essa unidade não existe em torno delas por diversos motivos. Porém, o debate que surpreendeu foi a negação pelo desconhecimento da cultura sergipana, uma negação que esconde um problema político muito mais grave.

A simbologia de ter exposto a figura do Lambe Sujo e Caboclinhos, Chegança, Cacumbi, Taieira, Bacamarteiro, Reisado, São Gonçalo e Parafuso é enorme. Sem dúvidas será algo fixo na agenda do turismo e que levará o ramo vivencial da atividade para o interior sergipano. Com certeza, um visitante conhecendo nosso estado durante o mês de outubro, impressionado pelas estátuas, se sentirá convocado a presenciar a peleia entre os Lambe Sujos X Caboclinhos, na cidade de Laranjeiras.

O Largo da Gente Sergipana vai cumprir uma missão que há muito vem sendo retardada. Uma das maiores provas pode ser as mais de duas décadas em que obrigamos nossa juventude a levantar mamães sacodes para o alto em uma prévia carnavalesca de exportação em detrimento do próprio carnaval sergipano. Viveremos uma oportunidade de encontrar crianças sergipanas cultivando a dança e o festejo popular que nasceu no meio da opressão, privado de acesso à terra, mas com muito mais identidade territorial que o latifundiário que não constrói vínculos no chão em que lucra.

O Largo da Gente Sergipana inaugura a “ideia de um Sergipe”, na mesma esteira que alguns pensadores propuseram para o Brasil e que ainda vamos conquistar. Não tem como não relacionar a força dos escritos de Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Darcy Ribeiro com o Reisado do Mestre Sabal do Povoado Marimbondo em Pirambu, com o Samba de Parêia de Dona Nadir da Mussuca das Laranjeiras, com a caminhada do Batalhão de Bacamarteiros da Aldeia de Santo Amaro e porque não, com o rock Sulanqueiro de Jorge Ducci e Cia ltda.

Somos essa mistura de gente que se formou após séculos de exploração. E essa simbologia de cultura consolidada vai ganhar espaço além das estátuas. Vai ganhar corações e mentes que ainda não conheciam a história dessas expressões sergipanas.

Texto e imagens reproduzidos do site: expressaosergipana.com.br

Nosso Lugar


Publicado originalmente no site Expressão Sergipana, em 17 de Março de 2018

Nosso Lugar 

Por Osvaldo Ferreira Neto
  
Nosso lugar de muitos cajueiros e papagaios, mas também de guaiamuns, mangabas e mangues;

Nosso lugar as margens do Sergipe, mas contornado pelo Poxim, Vaza-Barris, Sal, Pitanga e Cabral;

Nosso lugar que nasceu em razão de um porto e pelo mar descobriu e foi descoberto pelo mundo;

Nosso lugar é um tabuleiro de xadrez que excluiu muitos peões nesse game do dia a dia;

Nosso lugar tem a Barão de Maruim, a Hermes Fontes, a Mãe Nanã, a U2, a Dom Quirino, a Gasoduto e a Rio de Janeiro;

Nosso lugar é a terra natal de Manuel Bonfim, Beatriz do Nascimento, Maguila, Jackson de Figueiredo, Núbia Marques, Zé Peixe e Jenner Augusto;

Nosso lugar pega um sol na Orlinha, Formosa, Coroa do Meio, Cinelê, Aruanda, Náufragos, Hawaizinho, Artistas, Atalaia, Robalo, Crôa do Goré, Namorados, Areia Branca, Refugio, Mosqueiro e Viral;

Nosso lugar tem feiras todos os dias, mas o sagrado é o sábado;

Nosso lugar tem Bugio, América, Cirurgia, Santo Antônio, Industrial, Santa Maria, Treze de Julho, Grageru, Siqueira Campos e Suíça;

Nosso lugar já foi Aribé, Carro-Quebrado, Bela Vista, Ilha dos Bois, Chica Chaves, Morro do Cruzeiro, Caatinga da Penitencia e Apicum;

Nosso lugar se bebe bem no Bel, João do Alho, BBB, Chico, Luz, Rock, Ferreirinho, Alves, Galego e Bico Doce;

Nosso lugar come Sarolho, Moqueca de Arraia, Beiju Molhado, Amendoim Cozido, Caranguejo, Mingua de Púba, Arribacão e Copa do Mundo;

Nosso lugar festeja Bom Jesus dos Navegantes, Oxum, Carnaval, Santo Antônio, Iansã, Conceição e principalmente São João;

Nosso lugar dança e escuta The Baggios, Amorosa, Deivinho Novaes, Cataluzes, Xote Baião, Os Faranis, Top 7, Ismar Barreto, Mestre Madruguinha, Asas Morenas, Zé Tramela, Naurêa, Calcinha Preta, Reação e Samba do Arnesto.

No nosso lugar torce pelo Cotinguiba, Vasco, Sergipe e Confiança;

Nosso lugar acolheu Clemilda, Dominguinhos, Anastácia, Candelária, Cleomar Brandi e Araripe Coutinho e entre outros;

Nosso lugar todo mundo se conhece ou viu de vista;

Nosso lugar tem tudo perto que se brincar vai a pé;

Nosso lugar é tudo isso e mais um pouco;

Nosso Lugar é Aracaju.

Aracaju, 17 de Março de 2018

Parabéns Aracaju pelos 163 anos de muitas histórias, saudades e amor


Texto, foto e vídeo reproduzidos dos sites: expressaosergipana.com.br e youtube.com

Vista aérea do início da Zona de Expansão, em Aracaju

Foto reproduzida do site jlpolitica.com.br

domingo, 18 de março de 2018

O sergipano Pedrinho Rodrigues, “A voz do crooner brasileiro”

Pedrinho Rodrigues no Programa Sílvio Santos com
José Augusto Branco, Guy Lupe e Sandra Bréa

Publicado originalmente  no site JLPolitica, em 6 de Mar de 2018

O sergipano Pedrinho Rodrigues, “A voz do crooner brasileiro”

Mário Sérgio Félix*

Pedrinho Rodrigues é um sergipano de Aracaju que foi batizado no centro cultural da música brasileira como “A voz do crooner brasileiro”. Pedrinho chegou ao Rio de Janeiro no final dos anos 50 com o firme propósito de colocar o seu nome entre os maiores e melhores cantores brasileiros. E cumpriu.

Com ele, Sergipe voltava a ter mais um nome no cenário musical brasileiro. Antes, o compositor Carvalhinho (José Prudente de Carvalho, Aracaju/1913 - Rio de Janeiro/1970) fizera sucesso nacional com a marcha “Madureira Chorou”, para o carnaval de 1957.

Durante os anos 60, Pedrinho Rodrigues se consagraria como o grande crooner do Grupo de Ed Lincoln. Com Orlandivo, Sílvio César e o próprio Ed Lincoln tornam-se o conjunto denominado “O Rei dos Bailes”.

O destaque do sergipano é tanto que consegue, paralelamente atuando no conjunto, gravar discos que se tornaram memoráveis. Seu primeiro disco solo foi um 78 RPM, com duas músicas compostas por dois grandes compositores brasileiros - “Pourquoi”, de Caco Velho/Jadir de Castro, e “Tem Que Balançar”, de Carlos Imperial.

Essas duas músicas, posteriormente, seriam integrantes do seu primeiro LP, que levaria o nome de seu grande sucesso: “Tem Que Balançar”. Ainda nos anos 60, Pedrinho se tornaria um dos grandes sambistas da década, levando o título de Melhor Disco de Samba de 1962, com o disco “Tem Que Balançar” e sendo escolhido como o melhor intérprete de samba daquele ano.

Suas performances, quando em apresentação com o Grupo Ed Lincoln, fazia com que a plateia o reverenciasse como mais uma atração daquele grupo. O grande violonista Baden Powell o considerava o melhor cantor/intérprete de samba do Brasil.

E olha que Pedrinho dividia espaço no cenário musical com nomes como Cyro Monteiro, Miltinho, Jair Rodrigues, Wilson Simonal e outros de grande destaque nacional. Suas apresentações o tornavam mais querido do público e dos compositores.

Em seu disco lançado em 1968, estava “O Sambista Pedrinho Rodrigues”, dentre as diversas músicas gravadas, “Lapinha”, do amigo Baden Powell, em parceria com outro amigo, o Paulo César Pinheiro. Baden a classifica como sendo uma das grandes interpretações da música.

Porém, a que mais chamou a atenção da crítica, foi a composição que Cartola fez para sua esposa, Dona Zica, “Tive Sim”. Para Cartola, a mais bela interpretação. Pedrinho era dotado de uma voz inigualável. “Aveludada”, como dizia Oswaldo Sargentelli. Aliás, Pedrinho também foi crooner da Boite Ôba Ôba, desse que foi considerado maior “mulatólogo” brasileiro.

Já considerado uma estrela de grandeza da música brasileira e do samba carioca, Pedrinho já não cabia mais no Grupo Ed Lincoln. Já era uma estrela de luz própria, dentro de uma constelação. Com a sua saída, foi substituído por Emílio Santiago.

Agora iluminando a própria carreira, Pedrinho lança no início dos anos 70 quatro LP’s de grande importância para a discografia brasileira: “Brasil... Sambe ou Se Mande”. Nesta discografia, lança quatro volumes de grande sucesso.

Sendo um grande intérprete do samba e, claro, um exímio sambista, Pedrinho inova no jeito de levar o samba às gravadoras: em cada Escola de Samba carioca, convoca dois/três sambistas/ritmistas e cria diversos grupos de samba. Entre os mais famosos, que gravam com ele, estão “Os Nacionais” e “Conjunto Samba Som Sete”.

Com estes dois grupos de samba, viaja o Brasil e o mundo. O seu disco lançado em 1974, “Adeus Guanabara”, tem a contracapa assinada simplesmente pelo jornalista/crítico David Nasser. No final de suas observações sobre o disco, David escreve: “A interpretação de Pedrinho Rodrigues e do “Conjunto Samba Som Sete”, os arranjos, a regência e o trombone do maestro Nelsinho dispensam recomendação. É um disco para ouvir e guardar”.

A figura Pedrinho Rodrigues integra os grandes nomes do samba brasileiro. Ecoa na interpretação dos grandes sambas da história. Perpetua o nome do Estado de Sergipe entre aqueles que sempre dignificaram a música brasileira.

Se hoje os contratos entre as grandes mídias tornam-se referências, naquela época Pedrinho já era artista exclusivo da Televisão Tupi, onde se apresentava todo sábado no Programa Aerton Perlingeiro.

Sem contar as inúmeras vezes que se apresentava no “Cassino do Chacrinha” e no “Clube do Bolinha”. Este sergipano de Aracaju nos deixou num dia triste de 1996. Sua obra se eterniza pela grande voz aveludada e que ficou conhecida como “A voz do crooner brasileiro”.

*É radialista, pesquisador da história da MPB, técnico em Processamento de Dados e estudante de Estatística da Universidade Federal de Sergipe.

Texto e imagem reproduzidos do site: jlpolitica.com.br

Inauguração do Largo da Gente Sergipana












Fotos: André Moreira/ASN

Publicado originalmente no site da Agência Sergipe Notícias, em 17 de Março de 2018 

“Largo da Gente é o presente do governo para Aracaju”, declara Jackson durante inauguração no aniversário da cidade

Finalizando o dia festivo em comemoração aos 163 anos de Aracaju, o governador Jackson Barreto inaugurou o Largo da Gente Sergipana. Projetado pelo arquiteto e urbanista Ézio Déda, o Largo se traduz em um movimento de valorização da cultura popular do estado

Finalizando o dia festivo em comemoração aos 163 anos de Aracaju, o governador Jackson Barreto inaugurou, na tarde deste sábado (17), o Largo da Gente Sergipana. Projetado pelo arquiteto e urbanista Ézio Déda, o Largo se traduz em um movimento de valorização da cultura popular do estado. O projeto é uma realização do governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Infraestrutura e do Desenvolvimento Urbano (Seinfra), da Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas (Cehop), do Instituto Banese e da Secretaria de Estado da Cultura (Secult).

Reconhecido pelo Conselho Estadual de Cultura como um “monumento voltado para a exaltação da nossa cultura popular”, o Largo da Gente já é considerado uma referência e um novo cartão postal da cidade. Ao lado do vice-governador Belivaldo Chagas e de representantes das oito manifestações culturais homenageadas pelo Largo, o governador Jackson Barreto iniciou o discurso pedindo uma salva de palmas para a vereadora Marielle Franco, morta na última quarta (14).

 “Não podemos entregar essa obra sem saudar aqueles que lutam pelo povo. Quero pedir uma salva de palmas para a vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco. Essa é uma festa popular e sendo popular, precisamos homenagear as pessoas que têm identificação e luta em favor dos movimentos populares”, disse, relembrando a formação histórica de Aracaju e destacando que obra Largo será objeto de pesquisa e valorização da cultura.

“Hoje, 17 de março, o governo de Sergipe traz um presente de todo o povo sergipano à sua capital, que chega aos 163 anos. Aqui, em 1855, quando Inácio Barbosa corajosamente deu início à instalação da nova capital, existia uma praia de areias alvas. Para vencer as resistências e transpor as barreiras do pessimismo, Inácio logo viria habitar na cidade que tomava forma. A história está didática e modernamente revelada para quem visita o Museu da Gente Sergipana. O presente que, através do meu governo, o povo sergipano faz à sua capital é o complemento aos objetivos do museu. O Largo da Gente Sergipana torna mais abrangente a visão de nossa história, indo ao encontro das suas raízes. Todos os complementos da história sergipana e de nossa cultura estão presentes nessa obra. Aqui neste espaço, que avança pelo Rio Sergipe, estão representantes da nossa cultura popular. Fica aos estudiosos, aos pesquisadores o desafio de mais e mais saírem em busca daquilo que nos caracterizam, dos temas que marcam nossa identidade”, disse.

O governador destacou, ainda, o crescimento de Aracaju e do estado, o qual atraiu um investimento de R$ 5 bilhões para a construção da termoelétrica. “Daqui, vislumbramos o desenvolvimento de nosso estado com a termoelétrica que surge do outro lado do rio, trazendo com ela uma extensa cadeia produtiva. Ali, na nossa frente, estão trabalhando quase dois mil sergipanos. Um pouco além, outra vez reeditando o pioneirismo sergipano na exploração de petróleo e gás na plataforma marítima, dessa vez, numa distância bem maior, começarão a  ser exploradas as jazidas enorme no pré-sal de Sergipe”.

O presente foi recebido com festa pelo prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira. “Como prefeito de Aracaju, só tenho a agradecer ao governo por essa obra. A coragem de Inácio Barbosa, há 163 anos, é a responsável por estarmos aqui. Jackson, muitas vezes há incompreensão com quem olha para o futuro. Não fosse Inácio Barbosa, Aracaju não seria a cidade que é. Não fosse Jackson, esse Largo não estaria sendo entregue hoje. No Largo estão presentes o povo, nossa cultura, o que de mais verdadeiro Sergipe tem, que é sua cultura popular. Nunca devemos esquecer-nos de onde viemos. Essa obra é da cultura popular e dialoga com o futuro, pela beleza arquitetônica. Estou muito feliz. Essa obra vai ser muito importante porque resgata nossa cultura e porque fomenta o turismo”.

Esculturas

O Largo da Gente foi estrategicamente projetado em frente ao Museu da Gente Sergipana - cuja infraestrutura dará o suporte necessário aos visitantes do Largo, incluindo estacionamento, espaço gastronômico e loja com artesanato local -, e sua estrutura oferece, além do píer, uma área de convivência e um atracadouro. O grande destaque são as oito esculturas de representações folclóricas sergipanas: Lambe Sujo e Caboclinhos, Chegança, Cacumbi, Taieira, Bacamarteiro, Reisado, São Gonçalo e Parafuso.
As esculturas são de autoria do artista plástico Tati Moreno. O projeto foi inspirado nas esculturas dos Orixás, localizadas no Dique do Tororó, em Salvador, e recebem a assinatura do mesmo artista. Confeccionadas em fibra de vidro e resina de poliéster, cada uma das esculturas tem 7m de altura e para a instalação foram utilizadas vigas metálicas, o que dá a impressão de que as peças flutuam acima do espelho d’água. Além delas, o Barco de Fogo também é destaque no projeto do Largo da Gente.

O governador destacou o potencial turístico do investimento. “Esse local será mais valorizado na medida em que nele o sergipano reconhecer sua cultura. Para os turistas, ficará como lembrança. Estou muito feliz porque sempre amei muito essa cidade, que me deu tudo e no dia do seu aniversário não podia ter melhor presente do que o Largo da Gente Sergipana. Essas figuras tão expressivas do nosso folclore, da nossa cultura popular, vão servir amanhã para a visita de estudantes, professores, pesquisadores. Estou feliz pelo trabalho de todos que fizeram essa beleza, e do Instituto Banese que patrocinou essa grande obra. Eu tenho a minha visão ampla da cultura, mas evidente que, manter as nossas raízes através dessas esculturas é realmente um maravilhoso presente para Aracaju no seu aniversário".

Investindo na Cultura

No total, foram investidos R$ 6.425.530,80, sendo a parte do governo na obra R$ 2,2 milhões, e o valor restante referente aos recursos de patrocínio do Banese, que possui linhas próprias para esse tipo de investimento e não podem ser utilizadas em outras finalidades de governo.

Para o diretor superintendente do Instituto Banese, Ézio Déda, a obra é um importante projeto do Instituto que contribuirá fortemente no que se refere ao potencial turístico e a valorização cultural de Sergipe.

“Essa é uma proposta integradora que nos remete aos grandes monumentos urbanos nacionais e mundiais. O que pretendemos, entretanto, excede a simples instalação de um novo símbolo de Aracaju. O governador Jackson Barreto, desde o primeiro momento, abraçou um projeto que incorporou o seu programa de governo. Jackson teve a coragem de fincar na Avenida Ivo do Prado, símbolo da história sergipana, as manifestações culturais dessa gente mais simples que carrega com vigor o estandarte da cultura e merece nossa mais profunda reverência”, afirmou.
   
Trajetória da obra

A ideia do Largo da Gente Sergipana foi um projeto amadurecido ao longo de seis anos, durante o processo de restauração do antigo Atheneuzinho (2009 - 2011), onde atualmente funciona o Museu da Gente Sergipana. Aprovado em todas as instâncias competentes e com todas as autorizações e licenciamentos necessários, o projeto iniciou em outubro de 2017, sob a presença constante do arquiteto e diretor superintendente do Instituto Banese, Ézio Déda.

Das autorizações e licenciamentos compreenderam: o projeto arquitetônico e de urbanização, o estudo das marés, a sondagem de solo para o projeto estrutural e os estudos elétrico e luminotécnico, licença ambiental, autorização pelo Conselho Estadual de Cultura, Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), Capitania dos Portos, Secretaria de Patrimônio da União (SPU), Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), Agência Nacional de Águas (ANA) e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Toda a parte conceitual do projeto envolveu muita pesquisa sobre a cultura popular em Sergipe, o que ficou sob a responsabilidade da professora Aglaé D’Ávila Fontes e da historiadora Josevanda Mendonça Franco. Elas foram responsáveis pelos trabalhos de pesquisa de conteúdo e produção textual, incluindo a escolha das manifestações culturais que estão representadas pelas esculturas do Largo da Gente Sergipana.

Já o trabalho de produção das esculturas ficou sob a responsabilidade dos artistas plásticos Félix Sampaio e Tatti Moreno. E para atingir com fidedignidade os traços, cores, formas, movimentos e gestos, Tatti Moreno visitou o estado por diversas vezes, em contato com os grupos culturais, para absorver toda a riqueza cultural de cada manifestação.

Presenças

Participaram da solenidades os secretários de Estado de Comunicação, Sales Neto; Turismo, Fábio Henrique; Meio Ambiente, Olivier Chagas; Esporte, Antônio Hora; Infraestrutura, Valmor Barbosa; Inclusão Social, José Felizola; Fazenda, Josué Modesto; Educação, Jorge Carvalho; Governo, Benedito Figueiredo; Controladoria Geral do Estado, Eliziário Sobral; o presidente do Banese, Fernando Mota; o diretor da Aperipê, Givaldo Ricardo; a superintendente da Casa Civil, Conceição Vieira; a vice-prefeita de Aracaju, Eliane Aquino; os deputados estaduais Luciano Bispo e Garibalde Mendonça; o deputado federal João Daniel; o comandante da Polícia Militar, coronel Marcony, o diretor da Secult, Irineu Fontes; o diretor do Sergipeprevidência, José Roberto; o reitor da universidade Tiradentes, Joubert Uchôa: professor  Dilton Maynard representando a universal Federal de Sergipe;a procuradora geral do Estado, Aparecida Gama e o vereador Antônio Bittencourt.

Texto e imagens reproduzidos do site: agencia.se.gov.br

Inauguração do Largo da Gente Sergipana





O aracajuano Ubiracy Figueiredo levou os netos para conhecer o Largo


A curitibana Matilde Fernandes está aproveitando a viagem por Aracaju





O artista plástico Tatti Moreno, responsável pela confecção das esculturas 
em conjunto com os artistas Félix Sampaio e André Moreno













A professora Aglaé Fontes, responsável pela curadoria 
das manifestações folclóricas representadas nas esculturas

O superintendente executivo da Secult, Irineu Fontes

O arquiteto e superintendente do Instituto Banese, Ézio Déda, 
idealizador do Largo da Gente Sergipana

Mestra Zé Rolinha, da Chegança Almirante Tamandaré, 
de Laranjeiras (Fotos: Victor Ribeiro/ASN)
Reproduzidas do site: agencia.se.gov.br

Publicado originalmente no site da ASN Agência Sergipe, em 17 de Março de 2018 

População festeja aniversário de Aracaju com inauguração do Largo da Gente Sergipana

O Largo da Gente Sergipana, instalação artística urbana localizada na Avenida Ivo do Prado, em frente ao Museu da Gente Sergipana, homenageia todas as expressões do folclore do Estado a partir de oito esculturas que flutuam sobre o espelho d’água do Rio Sergipe. Nelas estão representadas Lambe Sujo e Caboclinhos, Chegança, Cacumbi, Taieira, Bacamarteiro, Reisado, São Gonçalo e Parafuso.

Identidade. Esta palavra deu a tônica da celebração do aniversário de 163 anos de Aracaju, que recebeu das mãos do governo do Estado e do Instituto Banese um de seus maiores presentes neste 17 de março: o Largo da Gente Sergipana. Sob as vistas atentas de aracajuanos e visitantes, o espaço foi apresentado à população com uma grande festa que teve como protagonista a cultura popular de Sergipe.

O Largo da Gente Sergipana, instalação artística urbana localizada na Avenida Ivo do Prado, em frente ao Museu da Gente Sergipana, homenageia todas as expressões do folclore do Estado a partir de oito esculturas que flutuam sobre o espelho d’água do Rio Sergipe. Nelas, estão representadas Lambe Sujo e Caboclinhos, Chegança, Cacumbi, Taieira, Bacamarteiro, Reisado, São Gonçalo e Parafuso. Vindos do interior, todos os grupos foram convidados a participar da festa, apresentando-se em cortejo com o acompanhamento do grupo Burundanga Percussivo.

Para os integrantes de cada um dos grupos, a satisfação de ver sua manifestação folclórica do coração imortalizada nas esculturas é motivo de grande alegria. É o caso de Éder Santana, de 34 anos, membro do grupo de Parafusos de Lagarto há 14. “É difícil dizer a emoção que a gente sente de ver uma estátua do Parafuso, porque o grupo é centenário, mas muitas pessoas não conhecem sua história. Então, a gente acaba sendo esquecido. Hoje, tendo um marco do Parafuso, as pessoas vão procurar saber o que siginfica. Então, para a gente é importante, porque tem uma valorização cultural”, afirmou.

O sentimento de Maurício Teles Santana, integrante do Batalhão de Bacamarteiros do Povoado Aguada, de Carmópolis, é semelhante. “Tenho 40 anos, muitos deles dedicados ao grupo. É uma emoção muito grande ver uma estátua retratando o que a gente faz todo dia. Só tinha visto pela televisão, agora posso ver pessoalmente e levar a foto para a família ver. Acho que Aracaju está de parabéns, ainda mais com esse monumento representando nossa cultura”, disse.

Quem também aprovou o Largo da Gente foi José Ronaldo de Menezes, o popular Zé Rolinha de Laranjeiras, que conduz a Chegança Almirante Tamandaré. “Temos muito grupos folclóricos em Sergipe. Não tinha a possiblidade de todos estarem aqui presentes, mas uma boa parte vai estar representada. O pessoal disse que a estátua da Chegança está parecida comigo. Independentemente disso, ela está representando a cultura popular de Sergipe. É uma coisa muito bonita, que vai fazer com que muita gente venha fazer turismo para conhecer nossos bens materiais e imateriais”, opinou.

Visitantes

E não foram apenas os integrantes dos grupos folclóricos que se sentiram prestigiados com o Largo da Gente Sergipana. Os filhos da cidade aniversariante também ficaram deslumbrados com a beleza e a imponência das novas instalações. O aposentado Ubiracy Santos Figueiredo, de 61 anos, fez questão de trazer os netos para conhecer o novo espaço.

“Achei a obra muito importante porque fala do folclore sergipano. Antes, a gente não tinha essa referência e ficava sem saber de muita coisa sobre essas manifestações. Fiquei surpreso com a obra. No começo, eu não achava que ia ficar desse jeito, mas agora está realmente lindo. Vou trazer a família para passear sempre, aqui vai ser o point de Aracaju agora”, relatou.

Iracilda Nascimento, de 67 anos, é aracajuana e está passando o primeiro 17 de março em sua terra natal após 36 anos morando nos Estados Unidos. Para ela, o Largo da Gente é um ícone de reconhecimento cultural. “Estou muito feliz porque amo Aracaju, amo minha cultura e dou muito valor a ela. Essa obra é uma maravilhosa, muito especial. Quem fez está de parabéns, porque essas estátuas não é pra qualquer um fazer”, pontuou.

Quem está de passagem por Aracaju também não resistiu aos encantos do Largo. O casal Antônio Luiz Dantas e Sueli Dantas, ambos de 62 anos, não deixou de fazer sua parada para fotos em frente às esculturas. “Somos de Salvador e viemos visitar familiares. Quando soubemos que era aniversário da cidade e que teriam manifestações folclóricas, viemos logo. Gosto muito da cultura de raiz, da nossa história e do nosso Nordeste”, disse Antônio. “Amo essa terra e achei isso aqui muito lindo, tanto que parei para tirar foto. Tinha que registrar e levar para Salvador para o pessoal de lá ver. A cidade está de parabéns”, confirmou Sueli.

Assim como os baianos, a curitibana Matilde Fernandes, de 54 anos, também gostou do que viu. “Estou achando legal, gostando bastante. Estou vindo pela primeira vez e com certeza vou dizer para todo mundo em Curitiba vir visitar Aracaju. As esculturas são lindas, chamam muito a atenção. Estão de parabéns”, comentou.

A comerciante Fátima Maria Ferreira, de 50 anos, também veio de fora, mas é quase filha da terra. Para ela, além da beleza, o Largo tem muito mais a oferecer. “Sou de Pernambuco, mas moro em Aracaju há 15 anos junto com minhas filhas, no Bairro Industrial. Para a gente que vende pipoca, lanche e outros produtos do tipo, essa obra vai ser um avanço. A gente vai conseguir vender mais para os turistas e para quem vier visitar. Estou achando muito bom”, afirmou.

Realização

Se para homenageados e visitantes o Largo da Gente já despertou grandes emoções, para quem esteve por trás do projeto a inauguração foi um momento ímpar. Segundo o arquiteto e superintendente do Insituto Banese Ézio Déda, idealizador da instalação, o espaço simboliza uma somação de forças em prol da cultura.

“Essa é uma proposta integradora que nos remete aos grandes monumentos urbanos nacionais e mundiais. O que pretendemos, entretanto, excede a simples instalação de um novo símbolo de Aracaju. O governador Jackson Barreto, desde o primeiro momento, abraçou um projeto que incorporou o seu programa de governo. Jackson teve a coragem de fincar na Avenida Ivo do Prado, símbolo da história sergipana, as manifestações culturais dessa gente mais simples que carrega com vigor o estandarte da cultura e merece nossa mais profunda reverência”, destacou.

O artista plástico Tatti Moreno, responsável pela elaboração das esculturas, falou sobre seu contato com as manifestações folclóricas sergipanas ao longo do processo de concepção. “Foi uma surpresa descobrir a riqueza que Sergipe possui em folclore popular. Fiz uma pesquisa, fui fui a todas as cidades, senti a dança e o movimento de todos esses grupos. Parabenizo a todos os aracajuanos pela data e principalmente ao governador, pois sem ele e sem o Banese não conseguiríamos realizar uma obra dessa. Tenho certeza de que essa obra será levada mundialmente. Hoje, na hora em que se abriu o tapume, a gente viu como ficou lindo. O coração fica tão tocado, tão sublime, que nem parece que a gente está aqui. Estou muito emocionado”, afirmou.

A professora Aglaé Fontes, responsável pela curadoria das manifestações folclóricas representadas, manifestou sua felicidade em ver a obra concretizada. “Fico muito alegre quando vejo a cultura sergipana se expressar e ser homenageada. Acho que esse aniversário de Aracaju é muito especial, porque nele ganhamos um presente para a cultura do estado inteiro. Todos os grupos folclóricos estão aqui representados, e eles significam todas as etnias que constroem nossa identidade”, salientou.

O superintendente executivo da Secretaria de Estado da Cultura, Irineu Fontes, enfatizou a extensa produção cultural de Sergipe em se tratando do folclore popular. “É uma homenagem muito simbólica. Em Sergipe, temos mais de 150 grupos folclóricos em atividade. Em comparação com outros estados, proporcionalmente, nós somos o maior em número de grupos. E são grupos de diversas origens. Cada estátua do Largo representa não só um grupo, mas vários outros. Quando colocamos os Bacamarteiros, estamos representando todos os grupos dos festejos juninos como o Samba de Pareia, o Pisa Pólvora e por aí vai. Quando colocamos o Cacumbi, estamos representando a figura do povo negro. Então, acho que o Instituto Banese junto com o governo tiveram uma sacada muito grande. O governo de Jackson Barreto está pensando muito nessa questão da cultura popular, e a Secretaria de Cultura apoia isso”, opinou.

Programação

Além das apresentações folclóricas e do rito de inauguração com descerramento da placa e pronunciamentos, a programação envolvendo o Largo da Gente Sergipana incluiu um concerto da Orquestra Jovem de Sergipe e show com a cantora Amorosa, entre outras atividades.

Texto e fotos reproduzidos do site: agencia.se.gov.br