Publicado originalmente do site F5 News, em 15/03/2018
Memorial Judiciário abriga marcas do desenvolvimento de
Aracaju
Por Fernanda Araujo
Moderno em comparação a outras edificações antigas da
capital sergipana, o Palácio Sílvio Romero, que hoje abriga o Memorial do Poder
Judiciário, no centro da capital, antes de acolher a história do judiciário
sergipano a partir de dezembro de 2004, foi a primeira sede do Tribunal de
Justiça de Sergipe, denominado à época de Tribunal da Relação.
Localizado próximo à Praça Olímpio Campos, o palácio recebe
o nome em homenagem a Sílvio Vasconcelos da Silveira Ramos Romero, um advogado,
crítico literário, ensaísta, poeta, folclorista, filósofo, cientista político,
sociólogo, escritor, professor e historiador da literatura brasileira que
nasceu no município de Lagarto, em 21 de abril de 1851, e faleceu no Rio de
Janeiro, em 18 de junho de 1914, aos 63 anos.
O prédio em estilo neoclássico foi construído no fim do
século dezenove. Sua edificação teve início em meados de 1892, na gestão do
presidente do Estado José Calazans e foi inaugurado em 1895 pelo presidente do
Estado Oliveira Valadão, para servir de sede do Tribunal de Relação, uma obra
vultosa para a época, segundo historiadores.
O antigo sobrado serviu de sede do Tribunal de Relação até
1930, quando, o então presidente do Estado, Manoel Corrêa Dantas, entregou aos
desembargadores uma nova sede na mesma praça. Depois disso, o prédio chegou a
abrigar a Chefatura de Polícia, o Serviço de Água e Esgotos de Sergipe, o
Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, a Academia Sergipana de Letras, o
Instituto de Música de Sergipe, o Juizado de Menores, o Fórum Desembargador
Vasconcelos e o Arquivo do Poder Judiciário.
Segundo o historiador Adailton Andrade, na época em que o
prédio foi cedido para a Chefatura da Polícia, a parte subterrânea do prédio
chegou a ser utilizada como cela. Em uma área apertada e com muito pouco
espaço, os infratores eram apreendidos.
Mais tarde no rés-do-chão, um vão único no subsolo, ao ser
rebaixado em 2004, foram encontrados antigos trilhos, que na concepção do
pesquisador e escritor Luiz Antônio Barreto, teriam sido de uma companhia que
possuía uma pequena locomotiva, com a qual fornecia materiais para aterro e
construção. No entendimento do professor e pesquisador Adailton Andrade, o
trilho foi feito no governo de Leandro Maciel com a finalidade de aterrar a rua
da Aurora, chamada atualmente rua da Frente ou Ivo do Prado, no Centro.
“Desmancharam o morro do Bonfim que existia ao lado da Rodoviária Velha, para
aterrar a região em que se encontra a Assembleia Legislativa hoje. Foi feito
exclusivamente para o aterro daquela parte histórica de capital. Isso foi um
tema que se discutiu muito na época com Luiz Antônio Barreto, até levei
documentos sobre isso”.
De acordo com historiadores, grades de ferro foram
importadas da Inglaterra, desenhadas em estilo art-nouveau, postas no batente de
cada janela. “Seu conjunto arquitetônico é da linha neoclássica, expressado,
dentre outros elementos, por possuir platibanda cheia com figuras de louça nos
cantos. Internamente o Palácio dispõe de quatro salas, duas no pavimento térreo
e outras duas no pavimento superior; e o rés-do-chão, um vão único no subsolo”.
Aberto ao público, o Memorial além de mostrar uma exposição
permanente alusiva aos distintos períodos da história sergipana e do panorama
do Judiciário de Sergipe, oferece exposições de curta duração e outros eventos
culturais. O espaço funciona de segunda à sexta-feira das 8h às 14 h e o acesso
é gratuito.Com informações do TJSE
Texto e imagens reproduzidos do site: f5news.com.br
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